capítulo 6 bons sonhos

2 1 0
                                    

Semanas se passaram, fiquei completamente submersa em pensamentos e um deles era o caso de Ruslan. Outro pensamento constante estava nas pedrinhas jogadas no meu quarto. Pedras brilhantes coloridas, mas a maioria era azul. Reclamei para Tom, ele falou que podia ser bichos selvagens, Nevin disse que nenhum dos guardas viram algo estranho ultimamente, Georg foi o único que tentou algo.

— acha mesmo que colocar alguém de olho dará certo?

— provavelmente, não irá parar os "ataques" porém saberemos quem são seus autores.

A ideia dele parece lógica, mas é desconfortável ter alguém sempre parado na sua janela. Tempo se passou e chegou a famosa troca de guardas, e durante essa troca quem deveria estar observando a janela demorou e como disse Georg "eu fui atacada". Não comentei nada, só guardei as pedras antes que alguém visse para eu mesma vou investigar.

Durante a noite eu ficava sozinha já que nunca nenhuma pedrinha vinha durante esse horário. Porém veio coisa pior. Acordei com um pequeno som de algo na janela, e alguns passos, continuei de olhos fechados para pegar o atirador de pedra que cheguei na conclusão ser uma sodalita, cristal conhecido por ajudar a estabilizar o poder mental.

O som de passos ficou mais alto denunciando que quem que estivesse ali se aproximava.

— esse quarto é tão bonito é grande, acho que ele merece uma decoração melhor — senti algo sentar sobre a cama — não acha princesa? Você finge muito mal.

— quem é você? — sentei na cama e o encarei.

— o que importa você saber meu nome? Não é melhor perguntar por quê estou aqui?

Fiquei meio sem palavras, ele estava certo de qualquer modo. Uma batida na porta nos assustou e só piorou a situação quando Tom passou por ela.

— o que faz aqui? — ele se aproximou já pegando o invasor pelo pescoço.

— assim que você recebe seu e... — ele parou de falar por conta do aperto em seu pescoço.

— conhece ele Tom? — falei baixinho e Tom só me olhou.

— você não precisa saber essa história — ele soltou o jovem — e você vai embora antes que te notem.

O homem passou a mão pelo pescoço e foi até a janela e me olhou.

— boa noite lady — falou e saiu.

Agora a conversa seria com Tom.

— Tom eu quero explicações — ele só puxou um banquinho e se sentou.

Passou algum tempo, ele não falava. Talvez sua coragem fosse pouca, ou a história fosse louca, mas esperei paciente até que ele começasse a contar.

— eu o conheço, estudamos juntos, crescemos juntos, nossa amizade foi longa e teve um final surpreendente — ele se levantou — mas não é história pra princesas.

— por que veio aqui?

— ouvi vozes, um dom vampiristico — ele fez uma careta mostrando as presas — se cuida.

Tom é um alguém tão fechado que as vezes da raiva, as histórias vem pela metade. Mas esperemos até o dia que ele confiar em contar tudo.

Na manhã seguinte eu tentei ser paciente e aceitar ser observada 24 horas ao dia, bendito Tom que contou que as pedrinhas ganharam pernas e braços. Entrei na biblioteca o único lugar que ainda não tinha sido contaminado pelo caos de guardas correndo de um lado ao outro, porém ainda teria Georg e outro guarda comigo. Mas essa perseguição acabou rápido, dois sons baixos aconteceram e os dois caíram no chão desmaiados.

— lady você está bem?-— o jovem surgiu da trás das grandes prateleiras.

— o que... — as palavras fugiram da minha boca.

— estão bem, é apenas um dispositivo que injeta soro do sono — ele deu um pequeno chute em um dos corpos no chão — só vão tirar um cochilo.

— novamente invadindo o castelo? Por que?

— ele falou só para fazer o que ele manda, então cá estou eu.

— o que ele mandou? — novamente fazendo perguntas cujo não quero saber a resposta.

— te levar comigo — então senti uma fisgada de dor no braço e meu corpo desligou — bons sonhos princesa.

as manchas do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora