Semanas se passaram, fiquei completamente submersa em pensamentos e um deles era o caso de Ruslan. Outro pensamento constante estava nas pedrinhas jogadas no meu quarto. Pedras brilhantes coloridas, mas a maioria era azul. Reclamei para Tom, ele falou que podia ser bichos selvagens, Nevin disse que nenhum dos guardas viram algo estranho ultimamente, Georg foi o único que tentou algo.
— acha mesmo que colocar alguém de olho dará certo?
— provavelmente, não irá parar os "ataques" porém saberemos quem são seus autores.
A ideia dele parece lógica, mas é desconfortável ter alguém sempre parado na sua janela. Tempo se passou e chegou a famosa troca de guardas, e durante essa troca quem deveria estar observando a janela demorou e como disse Georg "eu fui atacada". Não comentei nada, só guardei as pedras antes que alguém visse para eu mesma vou investigar.
Durante a noite eu ficava sozinha já que nunca nenhuma pedrinha vinha durante esse horário. Porém veio coisa pior. Acordei com um pequeno som de algo na janela, e alguns passos, continuei de olhos fechados para pegar o atirador de pedra que cheguei na conclusão ser uma sodalita, cristal conhecido por ajudar a estabilizar o poder mental.
O som de passos ficou mais alto denunciando que quem que estivesse ali se aproximava.
— esse quarto é tão bonito é grande, acho que ele merece uma decoração melhor — senti algo sentar sobre a cama — não acha princesa? Você finge muito mal.
— quem é você? — sentei na cama e o encarei.
— o que importa você saber meu nome? Não é melhor perguntar por quê estou aqui?
Fiquei meio sem palavras, ele estava certo de qualquer modo. Uma batida na porta nos assustou e só piorou a situação quando Tom passou por ela.
— o que faz aqui? — ele se aproximou já pegando o invasor pelo pescoço.
— assim que você recebe seu e... — ele parou de falar por conta do aperto em seu pescoço.
— conhece ele Tom? — falei baixinho e Tom só me olhou.
— você não precisa saber essa história — ele soltou o jovem — e você vai embora antes que te notem.
O homem passou a mão pelo pescoço e foi até a janela e me olhou.
— boa noite lady — falou e saiu.
Agora a conversa seria com Tom.
— Tom eu quero explicações — ele só puxou um banquinho e se sentou.
Passou algum tempo, ele não falava. Talvez sua coragem fosse pouca, ou a história fosse louca, mas esperei paciente até que ele começasse a contar.
— eu o conheço, estudamos juntos, crescemos juntos, nossa amizade foi longa e teve um final surpreendente — ele se levantou — mas não é história pra princesas.
— por que veio aqui?
— ouvi vozes, um dom vampiristico — ele fez uma careta mostrando as presas — se cuida.
Tom é um alguém tão fechado que as vezes da raiva, as histórias vem pela metade. Mas esperemos até o dia que ele confiar em contar tudo.
Na manhã seguinte eu tentei ser paciente e aceitar ser observada 24 horas ao dia, bendito Tom que contou que as pedrinhas ganharam pernas e braços. Entrei na biblioteca o único lugar que ainda não tinha sido contaminado pelo caos de guardas correndo de um lado ao outro, porém ainda teria Georg e outro guarda comigo. Mas essa perseguição acabou rápido, dois sons baixos aconteceram e os dois caíram no chão desmaiados.
— lady você está bem?-— o jovem surgiu da trás das grandes prateleiras.
— o que... — as palavras fugiram da minha boca.
— estão bem, é apenas um dispositivo que injeta soro do sono — ele deu um pequeno chute em um dos corpos no chão — só vão tirar um cochilo.
— novamente invadindo o castelo? Por que?
— ele falou só para fazer o que ele manda, então cá estou eu.
— o que ele mandou? — novamente fazendo perguntas cujo não quero saber a resposta.
— te levar comigo — então senti uma fisgada de dor no braço e meu corpo desligou — bons sonhos princesa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
as manchas do passado
ParanormalPRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE "A FLORESTA" Senti uma lâmina gelada atravessando meu peito, logo sangue se escorreu pela minha roupa minhas pernas perderam suas forças, a última coisa que eu ouvi foi meu joelho batendo contra o chão e meu corpo desabou. Me...