𝖋𝖔𝖚𝖗𝖙𝖍 𝖈𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗

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Quando abri meus olhos a única coisa que percebi foi um imenso branco que me cercava, achei que era o céu, mas certeza que eu não iria pra esse lugar, chamado de “paraiso”.

Me dei conta que era um hospital quando vi duas enfermeiras correndo em alta velocidade pelo o corredor com uma pessoa deitada na maca, reparei no sangue cobrindo ela. Odeio esse lugar, tem cheiro de morto.

Ah, do meu pai e da minha irmã…

Sempre odiei hospitais, ninguém se importa tanto quanto parece, o pior lugar de todos é o necrotério, admiro quem estuda anos para ver e mexer em corpos sem vidas de desconhecidos.

Eu quero sair daqui logo, ou talvez eu devesse ficar aqui e cheirar a morto, me parece uma ótima ideia. Imagina sair nos jornais.

“Advogada mahina inoue morre aos 25 anos“
“A famosa Mahina Inoue, a melhor advogada de tóquio, nos deixou hoje, como todo mundo de sua família"

Imagina, seria trágico, se não fosse cômico!

O som da minha risada junto com o choro, me deixa confusa.

Não consigo vê mais nada além de morte no meu caminho, sinto que isso vai acontecer de novo, esse luto doloroso, isso parece um loop, não quero  mais passar por isso. Não sei por quanto tempo fiquei desacordada, tenho que sair daqui e organizar o enterro do velho.

— Acordou, Branquinha!? – Caminha até a mahina, reparando que seus olhos estavam entreabertos.

— Shini? O que você está fazendo aqui? – Levantou tentando se sentar.

— A Senju foi lá no estúdio me contar que você não tava muito bem e pediu pra ficar contigo até o turno dela acabar.

— Não posso ficar aqui por muito tempo, tenho que ver os documentos para enterrar meu pai.

— Não pode tirar alta hoje, tem que descansar! Se quiser posso pegar a papelada dele na clínica.

— Só os familiares que podem pegar esse tipo de documento, e depois do ocorrido, duvido que vão te deixar entrar tão facilmente.

— Queria poder te ajudar. Como está? – Sorriu meio sem jeito — Nada bem, né!? Foi uma pergunta boba.

Forcei um sorriso na esperança que ele entendesse que eu não saberia responder essa pergunta agora. Conversei com Shinichiro por alguns minutos, depois não tive mais força, ele respeitou o meu silêncio e foi mexer no celular.

Senju chegou um pouco depois e liberou ele, me deu um beijo na testa como despedida.

— Você tá tomando algum remédio? – Perguntou séria

— Não!

— Para de mentir, caralho! O médico comentou que você passou mal devido a quantidade de remédio que está tomando. Qual é?

— Zolpidem. — Senju dispara um olhar reprovador. No fundo sabia pelo o qual motivo a amiga tomava.

— Relaxa! É só pra dormir.

— Idai? Você criou dependência nessa merda, sabe que tudo ao extremo pode te prejudicar. Isso é culpa do hanma, esse cara só de trás desgraça, mahina.

— Para de culpar ele, não tem nada haver com isso. Só continuei tomando porque me ajudava a dormir em noites ruins.

Ficaram em silêncio por alguns minutos até senju quebrar. Perguntou se mahina, já tinha pensando em como ia resolver as coisas relacionado ao seu pai, ela decidiu que o enterro seria as 4:00hs da tarde.

Pelas circunstâncias, o médico liberou mahina mais cedo, assim que bateu o horário já estava a espera de senju em sua casa, já pronta.

Senju e Shinichiro, foram as únicas pessoas conhecidas a esta com ela, mas tiveram que ir embora mais cedo por causa dos afazeres do trabalho. A platinada não conhecia a metade das pessoas que estavam lá, ficou minutos olhando e analisando cada pessoa que aparecia e quem já estava no local, percebeu que um grupo de homens tinha tatuagens parecidas, eram pequenas e era símbolos. 

𝙏𝙝𝙚 𝙄𝙣𝙫𝙞𝙣𝙘𝙞𝙗𝙡𝙚 𝘾𝙧𝙞𝙢𝙞𝙣𝙖𝙡, Sano ManjiroOnde histórias criam vida. Descubra agora