CAPÍTULO 03

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Paola Carochini


Sabe quando você fica horas e horas pensando no que vai fazer quando tiver um dia de folga, e quando esse diga chega, você simplesmente não faz nada do que planejou? Pois é, eu estou exatamente assim, tudo culpa da minha ansiedade que me fez fazer tudo durante a semana.

Meu apartamento está limpo, meu armário está organizado, até dei banho na minha gata depois que ela fugiu e rolou na lama sujando todo seu pelo branco. Meus amigos estão todos trabalhando, sem chances de um rolê, e estou sem nenhum contatinho no momento.

- O que eu faço agora, Pudim?- Minha gata ronrona enquanto esfrega seu pelo macio em mim.

- O que acha de eu arrumar um pudimzinho para você?- Ela lambe a pata e para no meio do ato, me encarando como se eu estivesse louca.

- É, não, uma só é suficiente - falo comigo mesma.

Me reviro no tapete da sala parando de barriga para cima, olhando o teto branco e sem graça. Meu apartamento fica em um prédio bem tranquilo, com vizinhos simpáticos e conservadores. Típica família tradicional Americana.

Eu até gosto das velinhas, no Natal faço tortas de maçã e dou para cada uma delas, que normalmente me retribuem com alguma guloseima. O Natal é meu feriado preferido, amo assistir filmes natalinos enquanto como brigadeiro.

Não me dou bem com a minha família, então economizo o dinheiro que gastaria comprando uma passagem para a América Latina e gasto comigo e com a minha gata- Olho para Pudim que rolava em sua caminha. Isso porque não tem nenhuma caixa aqui, ela prefere a caixa.

- Ah, Pudim, por que sou tão sozinha?- pergunto para ela que estava deitada me observando.

Bufo e fecho os olhos até meu silêncio ser interrompido por miados incessantes.

"Mas o quê..."

Caminho até a janela e vejo o gato da minha vizinha ali. Um gato cinza com alguns pelos brancos no peitoral e um olhar negro.

- Ah, você quer macho... Estamos juntas nessa, eu estou precisando de um - comento com a bola de neve, antes de afujentar o gato da beira da minha janela. Sigo para o meu quarto e pego um livro na estante para ler.

Meu apartamento não é grande, mas os cômodos são espaçosos. Meio controverso, eu sei, mas não consigo descrever melhor esse lugar. Sua decoração é toda em outono escuro, amo algo mais vintage.

Me deito na cama de casal forrada com edredom estampado e abro o livro no capítulo que parei. Continuo a leitura me imaginado no lugar da personagem, vivendo todas aquelas aventuras ao lado do amor da sua vida.

"Ele toca minha pele com suas mãos gélidas e eu estremeço. Suas mãos hábeis adentram minha calcinha e eu gemo com seu toque. A sensação inebriante de prazer invade meu corpo me fazendo arfar de desejo. Eu preciso tê-lo"- Roço minhas coxas uma na outra e fecho o livro, sentindo a sensação de necessidade me tomar.

Fecho meus olhos e levo uma mão para dentro de meu short, toco meu clitóris e levo a outra mão ao meu seio esquerdo, massageando as auréolas sensíveis. Eu aumento o ritmo conforme a sensação vai se intensificando, enfio dois dedos em mim, estava quase lá quando um rosto vem em minha mente. Tiro minha mão de lá rapidamente, não, não, não, eu não posso gozar pensando nele!

Nessa última semana Ian não saiu da minha mente. Tudo por causa da porra de um nude vazado! Estava eu, belíssima, sentada no sofá fazendo carinho na minha gata enquanto falava com minha avó no telefone- a única pessoa que salva daquela família imunda.- Quando termino a ligação, uma mensagem aparece na minha barra de notificações e eu clico. Foi um segundo, fucking um segundo! Mas pareceu uma eternidade para mim, quando, simplesmente, Ian apareceu nu mostrando toda sua masculinidade.

Nem deu tempo de eu processar direito e a foto foi excluída, acho que ele não sabe que eu vi. Visualizei a foto por um segundo e agora não consigo mais olhar na cara dele sem pensar naquela maldita rola me macentando.

Resolvo ir tomar um banho para tirar todo esse fogo do corpo. Ele foi gentil em me trazer para a casa, e finalmente parou de infernizar minha vida com cantadas em momentos inapropriados. Então por que agora eu estou querendo ele? Só por que vi um nude?

Ora, Paola, não é como se você nunca tivesse sentado em algo até maior que aquilo. Não preciso de um cafajeste com uma fama ridícula de comer enfermeiras no horário de descanso. Posso me satisfazer sozinha!

Eu preciso sim! Eu preciso de qualquer cafajeste que aceite me comer sem ser pago por isso. Olho meu celular e vejo a mensagem de uma mulher que estou ficando. Não quero boceta, eu quero rola!

"A que nível eu me rebaixei"

Respondo rapidamente e jogo o celular de lado, já havia bebido quase uma garrafa inteira de vinho em menos de meia hora. O líquido suave já começara a fazer efeito a algum tempo, um silêncio ensurdecedor preenchia o apartamento.

A noite estava estrelada, minha gata já dormia a algum tempo, e o único brilho que clareava o ambiente era o da lua e de uma luz que brilhava no final do corredor.

Respiro fundo e pego meu celular, já totalmente bêbada pela garrafa de vinho, e agora uma de cerveja que acabei de abrir.

"Você está acabando com meus pensamentos, sabia?" " Por que não me come logo ao invés de fingir que não me quer mais?"- Digito com as palavras todas erradas. É a última coisa que me lembro antes de apagar no chão da sala.


A mensagem veio! Spoiler! Paola indo trabalhar no dia seguinte não se lembrando de absolutamente nada da noite anterior 🤭

Que humilhação por pica é essa minha filha? Reage, bota um cropped e compra um vibrador novo 🗣️

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