Capítulo 13

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Hoje é o dia em que acabamos com tudo isso. Finalmente vamos enfrentar o meu pai, a Anya vai ler a sua mente e ver que não tem nada de ruim nele, e eu vou provar de uma vez por todas que o meu pai é o homem bom que eu sei que ele é. Nós temos um plano bem detalhado, não tem como falhar.

Eu e a Anya estamos na minha limusine particular. A janela está aberta e eu vejo os seus cabelos esvoaçarem com o vento. Como hoje não vamos ficar na escola ela está usando uma roupa de sair, um vestido azul que eu nunca tinha visto ela usar, fica bem nela..., digo, é um vestido bem bonito, tenho a certeza que deixaria qualquer menina bonita.

Olhei para o seu rosto voltado para a janela. Ela parece tão concentrada, tão séria. Acho que nunca a vi assim. Queria ser um telepata igual a ela, assim eu poderia saber o que ela está pensando ao invés de só imaginar.

− Damian? − Chamou ela.

− Sim.

− Você acha que vai ser difícil falar com o seu pai? É que eu estive pensando e se ele se recusar a responder? É que, sabe, nós somos só adolescentes, você acha que ele vai falar se a gente perguntar?

− Não sei. Mas acho que é por isso que você é a pessoa perfeita para esse trabalho. − Sorri. Ela finalmente olhou para mim, foi a primeira vez desde hoje de manhã. Não sei porque, mas eu estou feliz com isso.

− Mas só a minha palavra não é o suficiente. Se ele for mesmo culpado, nós vamos precisar de provas, temos que o fazer com que ele admita em voz alta para que eu possa gravar. − Disse enquanto tirava um gravador de voz portátil do bolso.

− Não se preocupe. Vai dar tudo certo. − Seguro o gravador, ainda preso em suas mãos. Ela ficou alguns segundos apenas encarando a minha mão sob a dela e depois olhou para mim. O seu rosto estava meio avermelhado, como se estivesse com febre. Assim que eu olhei em seus olhos, senti o meu rosto mudando de coloração e logo soltei a sua mão. O que está acontecendo comigo?

Chegamos em casa, na minha casa. Ao descer da limosine encontrei os meus vários criados nos esperando na porta da casa. Ajudei Anya a descer, (visto que sem a minha ajuda ela provavelmente cairia de cara no chão), e entramos em casa. Os criados me sugeriram mostrar para ela os meus aposentos. É a primeira pessoa que eu convido para vir à minha casa. Deixo ela no meu quarto e saio para perguntar sobre o meu pai a mordomo.

− O mordomo disse que no momento ele não está em casa, mas que logo ele vai voltar, por isso, se você quiser, nós podemos o esperar aqui. − Disse enquanto entrava no quarto pela segunda vez. Sento ao seu lado. Assim que olho pra ela reparou logo que ela está comendo alguma coisa. − O que é isso?

− Mendoim. − Respondeu ainda com a boca cheia.

− Mastigue antes de falar. − Botei a mão na cabeça. Essa garota não tem modos? − Mas me fala, como você conseguiu isso?

− A Dona Rosa me deu.

− Quem é essa?

− Você não sabe quem é? − Perguntou confusa.

− E eu lá tenho cara de alguém que sabe quem a Dona Rosa é?! Se eu soubesse não estaria perguntando, né?!

− Não precisava de ser grosso. − Murmurou achando que eu não podia ouvir − A Dona Rosa é a moça que limpa o seu quarto.

− O nome dela é Rosa?

− Eu tenho pena da Dona Rosa, ela dedica a sua vida para arrumar o seu quarto e você nem sabe o nome dela. Você é mesmo uma péssima pessoa, Segundo Filho. − Falou em tom de superioridade. Como se ela lembrasse o nome de todos que ela conhece. Ela tá fazendo esse drama só pra me provocar.

Segredos e Mentiras (Anya X Damian)Onde histórias criam vida. Descubra agora