Shopping day

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Kauana Hofemã Point Of View.

Decidi não esperar por Daniela e fui vegetar sozinha, eu não preciso de alguém pra fazer isso comigo.

Eu posso ser um brócolis solitário.

Tomei banho e vesti o roupão do hotel, segui caminho para a sala e me joguei no sofá.

[...]

Assisti alguns episódios de algumas séries aleatórias e estava terminando de assistir um filme de ação.

Daniela inda não havia dado as caras, não havia telefonado e nem avisado se iria sair do hotel, o que eu duvido.

As letras miúdas começaram a aparecer na tela da TV, suspirei pesado e desliguei o eletrônico.

Olhei para o pequeno relógio que estava na parede ao lado e o mesmo marcava 02:55am.

Me estiquei para pegar o telefone convencional do quarto e ligar para a recepção do hotel.

— Boa noite, o que deseja? — Uma voz soou do outro lado.

— Boa noite... — Respondi.

— Estou na cobertura. A mulher que estava aqui... Sra. Kim, viu ela aí embaixo?

— Sim senhora, ela estava no restaurante à alguns minutos. — Respondeu.

— Ok, obrigada. — Agradeci antes de desligar.

Me levantei do sofá e ajeitei o roupão em meu corpo, não me dei ao luxo de me olhar no espelho e saí do quarto indo em direção ao elevador.

Pressionei o botão prateado e não demorou para que as portas de abrissem e que eu adentrasse no mesmo.

O hotel estava vazio se não contasse com os funcionários que cuidavam da limpeza do lugar.

Em passadas rápidas me dirigi ao mesmo lugar no qual estive a algumas horas.

Antes de entrar pude ouvir o som suave do piano, notas afinadas me faziam querer dançar lentamente.

Entrei pela porta lateral e me deparei com Daniela sentada enquanto tocava o instrumento.

Mal havia luz e as cadeiras estavam depositadas todas em cima das mesas.

Alguns homens estavam sentados na ponta do palco, fumando e bebendo em silêncio, outros se certificavam de limpar o chão e varrê-lo devidamente.

Caminhei pelo salão lentamente, me permitindo ouvir a música que a mulher tocava.

Atraí olhares curiosos de alguns dos homens e dei de ombros.

Parei atrás da baixinha que estava com as costas eretas e com a cabeça baixa, sorri involuntariamente.

Daniela tinha inúmeras qualidades, das quais eu nunca poderia apontar sem me perder.

Ela tinha o gênio forte e uma personalidade incrível.

O som cessou e os três homens que restavam, os dois sentados no palco e um sentado à mesa aplaudiram baixinho.

— Obrigada — Daniela agradeceu em meio a um sorriso.

Me aproximei mais da moça parando ao lado do piano apoiando meus antebraços na tampa do mesmo, Daniela logo me fitou e suavizou a expressão.

— Não sabia que tocava. — Falei.

Estava bem escuro, eu mal conseguia enxergar seus lindos olhos puxados que eu tanto gostava de fitar.

— Só toco para estranhos.

— Fiquei sozinha lá em cima. — Suspirei pesado.

Mudei de posição parando ao lado de Daniela, ficando de frente para o piano, encostei as costas no instrumento e apoiei meus cotovelos.

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