Welcome to Hollywood.

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Daniela Kim Point Of View

— Se tem algo que homens sabem como fazer é bater em uma mulher. — Kauana choramingou ao meu lado no sofá

— Eu sinto como se o meu rosto estivesse queimando!

Eu tinha uma bolsa de gelo enrolada na mão que acertei Robert e Kauana tinha outra, que sempre tirava do rosto (porque ela dizia que parecia piorar ainda mais).

— Será eles aprendem no colégio como é que se faz isso é, será que é isso? — Ela fez bico.

Eu peguei a bolsa de gelo de Kauana e troquei por um pano úmido, me ajeitei ao seu lado e delicadamente coloquei o pano na área marcada em seu rosto.

— Ouch!

— Me desculpe... — Pedi

— Nem todos batem.

Kauana fechou os olhos e eu deixei minha mão livre passear por seu rosto num carinho suave.

— Eu soube o que você fez com o Morse.

— Foi uma decisão de negócios.

— Foi bom!

Eu sorri para a latina.

— Me senti bem.

Ela me olhou bem nos olhos por alguns segundos que mais pareceram horas, então ela desviou o olhar e se remexeu em baixo de mim.

— Eu acho que já está bom. — Ela afastou minhas mãos de seu rosto.

— Preciso ir embora.

Eu me ajeitei no sofá ao seu lado novamente, Kauana se sentou com o olhar baixo.

— É, eu vi que fez as malas. — Falei sentindo meu peito apertar.

— Por que vai embora agora?

— Daniela, sempre vai haver alguém, algum amigo seu achando que pode me tratar como o Robert fez.

— Ela engoliu seco — Achando que é permitido abusar de mim só por eu ser o que eu sou, e o que que você vai fazer?

A resposta não veio em minha mente, ela estava certa, era óbvio que estava.

— Você não pode bater em todo mundo.

— Mas não é por isso que você vai embora. — Falei.

Ela levantou passando as mãos nervosamente pelos cabelos e tentava esconder, mas eu vi lágrimas em seus olhos.

— Olha, você me fez uma ótima oferta e... à alguns meses estaria tudo bem, mas agora é diferente, você mudou isso e você não pode mudar sempre, eu quero mais!

— Eu sei o que é querer mais. — Me levantei também

— Inventei esse conceito, a questão é: o que mais?

— Eu quero um conto de fadas. — Ela disse com um olhar melancólico.

Kauana pegou seu casaco no braço do sofá e caminhou até às escadas, sentou-se no último degrau e calçou os sapatos.

— Relações impossíveis... é o meu dom natural. — Me aproximei dela.

Voltei ao sofá e peguei minha carteira, caminhei até Kauana e me sentei ao seu lado, retirei a quantia que fora prometida desde o primeiro dia e à entreguei.

— Muito obrigada.

E doeu, doeu muito mais do que eu achei que doeria.

Na verdade, eu não achei que doeria, talvez eu tenha me equivocado nesse pensamento.

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