010|PABLO GAVI

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Dois anos atrás

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Dois anos ats

- P-Para Pablo, você vai me m-atar de tanto rir am-or - A garota pede gargalhando por conta das cócegas que o camisa 30 insistia em fazer na menina.

- Só se você implorar - Pablo anuncia intensificando as cócegas.

- Por favor, Pablo - a garota pede entre gargalhadas.

- Eu ainda não acredito que a gente vai casar - conto animado para minha noiva.

- Você foi tão perfeito, eu já imaginei de várias maneiras eu sendo pedida em casamento, mas nem uma deles foi tão linda e emocionante quanto o seu pedido. - a menina conta deitando em meu peito

- agora a gente já pode pensar nos nossos filhos - Digo fazendo carinho em seus cabelos.

- Agora não, somos muito novos, não penso em ter filhos

Minha noiva nunca pensou em ser mãe, o desejo de uma parte das mulheres é ser mãe e esse não é o dela. Eu tenho consciência, mas agora que a gente vai casar achei que ela mudaria de ideia, e íamos ter um filho.

- Não precisa ser muito rápido, pode ser um tempo depois do casamento. Dois anos tá bom? - pergunto inserto.

- Não tenho certeza, acho que eu não nasci para ser mãe, nunca vou ser uma boa mãe. - a garota conta dando um longo suspiro

Noto que ela fica meio cabisbaixa com falando sobre isso, minha noiva sempre foge do assunto maternidade.

- Sabe, eu acho que não é porque a mulher tem o dom de parir que ela pode ser mãe - dou uma pausa para pensar em que irei falar - Ela até pode ser mãe, mas isso não significa que seja boa - reformulo minha frase.

- Eu faço parte das mães que não seriam boas - conta com um falso humor.

- Você aprende ser uma boa mãe, eu acho que você tem que estudar e essas coisas. - concluo meus pensamentos.

- Não quero aprender agora, Pablo, não é a hora de termos um filho.

- Eu sei, amor, vou esperar o tempo que você achar melhor

[SN] e eu olhamos um para o outro se divertindo com a bagunça, acabamos de iniciar a introdução alimentar do nosso bebê

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[SN] e eu olhamos um para o outro se divertindo com a bagunça, acabamos de iniciar a introdução alimentar do nosso bebê.

Ele completou seis meses a duas semanas e já está preparando para comer.

Nós deixamos a comida livre para ele tocar, para sentir a textura, ele mais brincou com a comida do que realmente se alimentou.

Toda essa bagunça valeu totalmente apena, só por ouvir as gargalhadas do nosso bebê.

- Amor, vocês foram a melhor coisa que já aconteceu em minha vida - minha anjinha se declara me abraçando e me trazendo para um beijo.

- Vocês são tudo para mim, amor. - confesso para minha mulher, olhando para seus lindos olhos.

- Eu não sei como vamos limpar toda essa bagunça - sn questiona humorada.

- Você tá toda suja - conto olhando para seu macacão que inicialmente era rosa fraco, mas agora está totalmente sujo.

- Você também - conta passando a mão por onde está a sujeira na minha camiseta branca.

Dias atuais

Escuta um choro fino, que me acorda dos meus sonhos. Nitidamente é o choro do Kayque, ele tem oito meses, mas mesmo assim continua chorando de madrugada, minha mãe falou que pararia, mas não aconteceu. Eu não me importo, às vezes é cansativo acordar esse horário todos os dias, porém não me incomoda.

Levanto da cama sonolento, me dirigindo até a porta para ir ao quarto de Kay. Chego no quarto e ele está sentado no berço aos berros.

Kayque é muito bastante esfomeado, quando está com fome ele não para de chorar nem por um segundo.

Pego meu bebê do seu lindo berço branco, tento acalmá-lo, porém sei que é uma tentativa falha, então me dirijo para a cozinha para esquentar sua mamadeira.

- Você sente saudade da mamãe? - pergunto ao meu filho que está com a cabeça deitada sobre meu ombro. - acho que ela faria isso bem melhor que eu.

Minha esposa morreu faz oito meses, eu acho que nunca vou superar isso. Eu sempre quis ter um filho, mas ela não.

Logo depois que casamos, ela descobriu estar grávida, ela não teve a melhor reação, mas com o tempo se acostumou com a ideia.

Ela estava tão ansiosa para a chegada de kayque, bom, eu também! Mas hoje não sei descrever o que sinto sobre a data de aniversário do meu próprio filho. Uma tristeza tão profunda que me faz questionar o porquê ainda estou aqui ou uma felicidade tão grande que me faz ter força para vida, todos os dias. Sinto um misto desses sentimentos, eu espero que um dia eu supere.

Termino de esquentar o leite de Kay, deito ele sobre meu colo, e dou sua mamadeira.

Vou para o quarto novamente, mas dessa vez com o kayque, deite o bebê sobre a cama e lhe dou uma blusa que pertencia a sua mãe, para dele agarrar enquanto dorme.

Kayque para de resmungar quando dou a blusa para ele, tem o cheiro dela, mesmo depois de oito meses eu não consigo deixar as lembranças matérias irem embora.

Eu não consigo deixar as lembranças irem embora, quando eu doar seus pertences, a casa inteira vai ficar vazia, assim como eu me sinto.

O neném dorme novamente e então eu ponho sua mamadeira no criado mudo.

Paro para analisar meu filho, o neném mais fofo lindo do mundo. Ele tem grandes bochechas, elas sempre estão rosadas, como da sua mãe. Kay não tem muitas características dela, a maioria dos seus traços são parecidos com o meu, mas seus olhinhos me lembram da minha esposa, um olhar que transmite paz e alegria.

Apesar de tudo, acho que minha esposa estaria feliz por nós dois, eu achei que não daria conta de cuidar do Kayque depois que minha mãe voltou para sua casa, mas eu consegui.

Os dias ficaram mais corridos depois que ele nasceu, os treinos, jogos em outros países. Mas eu consigo lidar com isso. Kayque fica com minha família quanto estou longe, ou então fica com a família da minha esposa.

Meu amigo falou que para eu parar de chamar minha mulher de esposa, mas é isso que ela é, nunca vai deixar de ser mesmo que tenha morrido, ele falou ser meio macabro, mas eu não ligo.

Adormeço pensando na minha anjinha, uma das melhores partes da noite são quando ela aparece em meus sonhos

𝑶𝑵𝑬 𝑺𝑯𝑶𝑻𝑺Onde histórias criam vida. Descubra agora