VI
Quando Caitlyn veio buscar sua moto no sábado a tarde, não trocamos uma palavra. Ou, pelo menos, nenhuma que fosse ofensiva. Descobri que ela mora há duas quadras daqui e, graças a Ahri, agora temos o número de celular uma da outra. De qualquer forma, não é como se fossemos nos falar, então eu deixo essa passar. Fico feliz que Caitlyn tenha escolhido me ignorar depois dessa merda toda, mas não espero que isso dure muito.
A paz do fim de semana logo acaba, quando eu pisco já é segunda-feira. Estamos no meio do ano agora, no auge do verão, e isso significa duas coisas: temporada de ensaios para o festival de música de Piltover e início de um novo semestre na Academia de Engenharia Hextec.
O festival de música de Piltover trás uma das épocas mais divertidas e caóticas do ano. Passo a maior parte do meu tempo ensaiando com a Pentakill, e todo ano nós compomos algo novo para apresentar ao público. Vários estilos de música diferentes ganham espaço lá, e os dias que antecedem o festival são sempre muito loucos, absolutamente tudo para. Dessa vez, a grande patrocinadora e anfitriã do evento é a Riot Records, o que significa que K/DA, True Damage e Pentakill vão estar no centro de tudo.
Vamos dividir o mesmo palco esse ano, com apresentações alternadas e muita coisa rolando. Pela primeira vez, vamos ter que trabalhar juntos, e posso dizer que isso vai ser, no mínimo, interessante. Três grupos completamente diferentes e com uma paixão em comum tendo que fazer acontecer em um dos maiores festivais do mundo. Não sei o que esperar disso, mas sair da rotina e quebrar tudo sempre foi o meu forte. Segundo Karthus, eu sou a força turbulenta e ousada da Pentakill, seja lá o que isso quer dizer.
Junto a tudo isso, porém, vem o começo de um novo semestre na Hextec. Se por um lado estou completamente incendiada pelo festival, por outro, me sinto inquieta ao ver que, até agora, minhas tentativas de colocar Jinx na Academia foram completamente inúteis. Minhas opções estão se esgotando e ao mesmo tempo que isso me deixa com raiva, também me deixa desesperada. Já tentei os meios legais que estavam ao meu alcance — e os ilegais também — mas nada funcionou. Quando se trata desse tipo de coisa, se você não tem contatos, você está na merda. E eu estou na merda.
Certos status não podem ser comprados e, sinceramente, isso é uma porra.
Uma mensagem de Akali faz meu celular vibrar.
10:14 — Jhomen: reunião na RR hj
10:15 — Jhomen: 11hMinha única reação é resmungar e rolar na cama por alguns segundos antes de levantar. Tomo banho e me arrumo o mais rápido que consigo, mas quando estou prestes a descer as escadas correndo, encontro Jinx no corredor.
— Vai pra onde? — seus braços estão atrás do tronco, ela balança o corpo de um lado para o outro e me dá um sorriso suspeito.
— Reunião na Riot — levanto uma das sobrancelhas e sinto o piercing que está ali se mexer. —, porque? — os olhos azuis dela se arregalam de leve e ela morde o lábio inferior.
— Posso ir?
— Não. — respondo. Ajeito minha jaqueta preta no corpo e desço as escadas correndo, Jinx desce atrás de mim. — Eu tenho que sair e você demora demais pra ficar pronta.
Ela ama ir ao prédio da RR comigo, seja para ficar zanzando e jogando videogame na sala de arcades, pela sorveteria que tem lá do lado, onde eu sempre a levo e deixo que ela pegue quantos sabores aguentar comer, ou porque ela acha o máximo me ver ensaiar no estúdio. Sei que ela sente tanto orgulho de mim quanto eu sinto dela. No mesmo dia que eu entrei na Pentakill, ela fez questão de contar isso para absolutamente qualquer pessoa que passava por ela na rua. Jinx acha o máximo eu ser uma rockstar, é minha fã número um.
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Club 57 | CaitVi
FanfictionViolet Wolfgang não quebra promessas. No dia em que prometeu para sua irmã mais nova, Jinx, que conseguiria colocá-la na renomada Academia de Engenharia Hextec, ela não estava brincando. Vi é uma zaunita no auge dos seus 25 anos, integrante de uma...