Capítulo 1

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Capítulo 1

Ana deixou as chaves no aparador ao lado da porta e jogou a mochila no canto do chão, tirando os sapatos no caminho, e logo deu um gritinho animado ao ver seu sofá ocupado.

_ Gatinho! - exclamou empolgada, fazendo Christian se virar para ela com um sorriso, tirando a atenção que estava no celular antes.

Ana o chamava daquele jeito ridículo desde o momento em que se conheceram, dizendo que Christian era muito arisco, no começo era só para provocá-lo, mas logo depois acabou se tornando uma coisa deles.

Ela correu até ele e se jogou em seu colo.

Christian estava sentado no grande sofá branco da sala de estar da cobertura. O apartamento gigante e com vista para a baía e toda a cidade de Seattle havia sido comprado há um ano, um presente para Ana quando terminou o ensino médio com méritos e uma bolsa para uma faculdade de renome.

E muito cara.

Com o tempo, as coisas foram se ajeitando, enquanto Christian fazia questão de mimar a garota, ela começou a exigir também, e eles meio que se encontravam daquela forma. As vezes ela descarregava sobre como o Grey usava o dinheiro para comprá-la na intensão de não deixá-la triste nas diversas vezes que ele ficava semanas sem ve-la, mas ela não podia negar que adorava como seus presentes eram cada vez melhores, como seus saltos sempre tinham sola vermelha e como seu apartamento era uma cobertura bem no centro da cidade, num prédio majestoso, como seu celular era trocado a cada seis meses e como sua terapia ocupacional era fazer compras.

Ana cresceu no subúrbio de Seattle, e sempre foi muito ambiciosa, não escondia, e gostava de coisas que ninguém podia comprar para ela. Não se fez de tímida nem uma única vez quando Christian se tornou o cara que podia lhe comprar o mundo se ela quisesse.

_ Quando você chegou de viagem? - ela perguntou, passando os braços em seu pescoço e se mantendo colada em seu corpo, fechando os olhos ao sentir o cheiro característico que a deixou com saudade.

Christian havia ido para a Itália há algumas semanas, e eles não tinham muito contato por telefone por motivos óbvios, então a saudade só aumentava.

Ana admitia todo o seu gosto pelo luxo que tinha, em como tinha tudo na palma da mão e ela nunca que diria que não era importante aquelas coisas, mas havia algo ainda melhor, algo que ela trocaria tudo o que tinha apenas para ter para si: Christian.

O sentimento era real, e aquela também era uma coisa que ela não escondia e por sua vez Christian também não.

Ele a agarrou na cintura, ajeitando suas pernas no sofá e se recostou melhor, confortável com Ana ali.

Estavam há três semanas sem se verem, e Ana sabia que não podia nunca falar sobre aquilo. Era a única regra de Christian. Ela podia ter o que queria, fazer ele comprar até mesmo uma ilha, mas ela nunca poderia exigir sobre seu tempo com ele. Ele estaria ali quando pudesse e era com aquilo que ela deveria se contentar. Ela nunca questionou, e ele agradecia por se darem tão bem naquela questão.

_ Na quarta - ele respondeu, acariciando suas coxas. -  Minha mãe cismou de fazer um jantar, e depois teve um monte de coisas para fazer também.

Ana assentiu com a cabeça, desviando o olhar.

Era sexta.

Ela estava naquilo há quase dois anos, e mesmo que pela lógica deveria se sentir anestesiada com o tempo, na verdade tudo só começava a ficar dependente. No começo tudo era empolgante, ela finalmente tinha Christian e tudo que o trazia em volta também era deslumbrante. Mas de repente aquilo aumentou, o sentimento de paixão esfriou e a consciência bateu. Só que ela não caiu, o sentimento que aumentou - infelizmente - foi o de amor. E na paixão você supera tudo, mas no amor as coisas ficam difíceis de engolir. Como ficar tanto tempo sem vê-lo.

A Amante - 50 TonsOnde histórias criam vida. Descubra agora