Capítulo 9

1.6K 149 101
                                    

Capítulo 9

Ana passou aquelas três primeiras semanas vivendo num modo automático, deixava seus pais cuidarem dela como a verdadeira filha única que era, e aquilo fez toda a diferença em sua vida. Podia respirar o ar puro daquele começo de março, a primavera estavam chegando e todo o gelo da cidade estava derretido, o vento ainda era frio, o que obrigada a usar casados e botas, mas tinha cheiro de fresco e aquilo renovava a alma.

Não estava tudo bem.

Não ainda.

Talvez nunca ficasse.

Era como perder uma parte de si, pequena, mas estável demais para não sentir a perda.

Era a primeira vez que havia se permitido sair sozinha, dirigir, e cuidar da própria vida. Passou para buscar sua mãe, qual ela ainda conseguia convencer a ir para sua casa dia sim e dia não quando seu pai já não era mais convencido facilmente.

_ Me demiti - a voz de sua mãe a assustou um pouco.

Ana estava recostada no carro, verificando suas mensagens no celular, alguns colegas de classe mandando melhoras quando inventou uma história de que apenas esteve muito doente e voltaria em breve para as aulas.

_ Como assim se demitiu, mãe? - Ana questionou.

Carla havia sido educadamente demitida da clínica que trabalhava antes, inventaram corte de funcionários na mesma semana daquela confusão que houve com Elena, e então a mulher começou a trabalhar hum hospital, mas não se adaptou muito, e há algumas semanas começou nessa outra clínica. Comentou sobre o salário não ser muito bom, o que era uma droga, porque a clínica era um luxo que só e ela via até gente famosa por lá, mas também disse que o trabalho era pouco e aquilo era bom que não a cansava muito.

_ O que houve? - perguntou.

Carla jogou a bolsa grande que usava com roupas extras e o uniforme no banco de trás do carro de Ana, e então se aproximou da menina.

_ Você não vai acreditar - falou, mas foram interrompidas por um outro carro passando perto demais.

Ana observou junto de sua mãe um outro audi estacionando, e então para sua surpresa - desgaste emocional - quem saiu do banco traseiro foi Eliza Lincoln.

A mulher não perdeu tempo em retirar o óculos escuros que usava apenas dar uma olhada melhor e de soslaio em Ana.

_ Me disseram que aqui era bem frequentado - comentou de forma sarcástica e irônica.

Ana de uma olhada enquanto a porta se fechava, percebendo que havia alguém lá dentro, e como viu apenas uma grande barriga sabia que era Elena. Não deixou que aquilo a abalasse, se recusou a deixar que entrasse em sua mente e em seu coração a forma como a loira estava grávida, com aquela barriga redonda e grande, sentindo o bebê crescendo cada vez mais, com os chutes, comprando roupinhas e...

_ Ah, meu Deus, foi assim que você conseguiu dar o seu golpe? - a voz de Eliza se fez presente antes que os olhos de Ana marejassem.

A morena engoliu em seco por cima do nó que se formou em sua garganta. Ela franziu o cenho, confusa em como Eliza sabia sobre qualquer cosia. Porque mesmo sendo de forma grotesca, Ana havia entendido que ela estava falando sobre a garota ter ficado grávida.

A Amante - 50 TonsOnde histórias criam vida. Descubra agora