Operação Ao Amor - Hiro Hamada.

Vista aos heróis

E lá estavam eles novamente, combatendo outro vilão, e sinceramente, por mim, não conseguia entender o tanto de pessoas ruins que essa cidade tinha.

Cada dia era um vilão novo, e já estava ficando chato. Sentia que até os próprios heróis já estavam perdendo o gosto da adrenalina de combate, já estava entediante, eles davam os mesmos golpes toda santa vez! A cidade já não se incomodava com a presença de outro super-vilão. Que de super não tinha nada.

Mas.. algo me tocava, tocava tão fundo.. o herói que usava uma roupa ou armadura, sei lá o que ele usa. Ele não faz nada, isso sinceramente me intrigava, o rapaz apenas subia em cima de uma bola com uma armadura vermelha e voava, e muitas das vezes, seus colegas faziam mais do que ele. Decidi chamá-lo de "garoto azul".

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Bem, outro dia, outra luta, mais um episódio de uma batalha totalmente sem graça. Observava da minha janela, cada movimento do rapaz com a roupa azul.

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— Ele só vai citar ordens ou irá fazer alguma coisa útil?.. — sussurro para mim mesma, entediada. —

De repente, algo inesperado acontece, por algum golpe do vilão, sem que eu perceba, o garoto azul se solta por algum motivo de seu parceiro da armadura vermelha e cai, entre as pedras.. isso era um choque! Todos seus colegas tentaram se aproximar mas o vilão não deixava, então eles tiveram que afastar ele dali para que seu colega ficasse pelo menos sem risco de morrer.. se já não estiver morto, né.

Esse clima todo me deixava tensa, o céu estava nublado no momento, mas quando todos se afastaram e foram para outro lugar, ouço a chuva começar a cair. Olho minimamente pela janela e consigo ver o garoto azul, ainda caído, e molhado. Sem pensar duas vezes, saio da minha casa e corro entre as pedras para tentar alcançar o garoto azul, a chuva e a neblina dificultavam minha vista, mas com muito esforço, consigo chegar até ele.

Vejo seus pulsamentos, e graças à algum Deus estava respirando, apenas estava desmaiado. Com o maior esforço do mundo, pego-o em meu colo e levo-o para minha casa. Em nenhum momento vejo seu parceiro da armadura vermelha.

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Era outro dia, máquinas retiravam as grandes e pequenas pedras que estavam no chão depois do acontecido de ontem.

Vou até a salinha onde o garoto azul estava dormindo, uma bandeja com alguns pães, uma garrafinha d'água, e uma caixinha com remédios estavam em minhas mãos.

Entro na salinha e vejo o garoto sentado na maca, parecia confuso com os curativos que estavam nele.

— Bom dia! Vejo que acordou muito bem. — coloco a bandeja em cima da mesinha à frente de um pequeno sofá, e me sento num banco ao seu lado. —

— Ahm.. desculpe, mas, quem é você? Eu por acaso te conheço? — o garoto pergunta, me olhando desconfiado. —

— Relaxe, não irei fazer nada à você. Aliás, quem trouxe você aqui, foi eu. De nada! — coloco um estetoscópio e tento verificar os batimentos dele, mas ele impede. — Ei! Preciso ver seus batimentos cardíacos, para ver se está tudo certo!

— Você parece ter a minha idade, por acaso você é médica?

— Ainda não, mas logo logo serei uma médica super popular, por ter ajudado diversas vidas! — sorrio, mas o rapaz ainda não estava convencido. — Escuta, menino! Eu sou filha do Alistair Krei. Meu nome é Seu Nome Krei. Posso saber seu nome?