Na porta do apê de Min Yoongi e Jung Hoseok.
No hall de entrada do apê do casal, Hoseok bate na porta. Tem flores, bombons, uma garrafa de champanhe francês, uma echarpe e até uma coleção de DVDs Truffaut, cineasta preferido do seu homem.
Parece cansado. Há horas que bate na porta. Já alternou o tom duro para o cordial, o autoritário para o carinhoso. Quer entrar, mas Yoongi mudou a fechadura.Ele implora:
— Não, Minzinho, você não entendeu. Abre aqui, doce de coco. Me recusei alguma vez a trocar a lâmpada do banheiro? Vem, vamos tomar um banho de banheira juntos. Não faz isso comigo, baby, please. Eu mudo de time se você quiser. Eu troco de nome. Deixa eu entrar, meu gatinho. Faço até análise, se quiser. Vou passar o Natal aqui no Hall?! Trouxe um monte de presentes.
Como suas tentativas parecem em vão, dá a última cartada, aquela guardada na manga em caso de extrema urgência:
— Está bem, coração, pode tirar a TV do quarto! Satisfeito agora?
No apê de Jeon Jungkook, com Jimin.
Os dois, se olhando e sorrindo. Park se levanta do colo de Jeon e vai direto para o quarto, olhando por trás da janela. Pensara como será daqui pra frente, um adolescente de dezessete e meio e, um velhote de cinco anos de diferencia. Eles se gostavam, se amavam, se desejavam.
— A vista é bonita da aqui. – Jimin quebra o silêncio.
— Demais.
— Sim.
— É...
Se olham novamente. Se beijam. Park coloca suas mãos ao redor do pescoço de seu amado, levando ele para a cama, tirando sua blusa, o fazendo deitar. Dando beijinhos em seu peitoral, sorrindo.
— Eu gosto tanto de você, Jeon.
— É mesmo? – indaga Jeon.
— Mesmo. — disse sorrindo. — Quero fazer amor com você.
Se beijam novamente. Caloroso, contém paixão, amor, liberdade. Os corpos se encaixando perfeitamente, o movimento de suas línguas combinando uma com a outra. Uma noite inesquecível, como as outras.
No apê de Kim Namjoon.
O escritor inédito e solitário está pensando diante da janela, com o boné de Papai Noel. Uma garrafa de espumante barato pela metade ao lado já perdeu todo gás e frescor. O escritor parece em transe. Alguma ideia bombástica o envenena, como aquelas toxinas que paralisam a presa. Alguma ideia bombástica imprime um sorriso inédito no rosto.
Acende um cigarro. Nada de eletrônico. Um filtro vermelho. Traga com gosto. Olha para ele como se fosse um amigo que há muito tempo não via. Sente-se no computador, abre um arquivo novo e, já decidido, começa a escrever."O amor se tornou confuso, um obstáculo. Queremos um, dois, três, reviver, experimentar... É duro ficar sozinho. Mas é tão mais difícil amar, sabendo que um dia pode terminar."
Para, dá mais duas longas tragadas, olha para as primeiras três linhas do que aparentemente formam o começo de um livro, e continua:
"Os amigos de longa data Jeon Jungkook, Jung Hoseok e Kim Namjoon estão na arquibancada do honorável estádio do Canindé..."
Para de novo, pensa melhor, então corrige:
"Os amigos de longa data Joaquim, Mano–
Batem na porta. Namjoon se levanta e vai até ela, a abrindo.
— Oi, Nam. – era Seokjin, cheiroso e com uma blusa rosa, cabelos penteados e um sorriso contagiante. — Eu vim ficar.
— Você veio...
Se beijam, bruscamente, Jin fecha a porta com o pé e pula em cima de Namjoon, segurando seu cabelo brilhoso.
— Senti saudade.
— Se vimos ontem.
— Sinto saudade. – repete Nam.
Dão um selinho demorado e desce, coloca sua bolsa no sofá e olha o papel rabiscado.
— O que está escrevendo?
— Uma nova história. – Namjoon se senta no computador novamente e da batidinhas na coxa para o homem se sentar.
— Vamos começar juntos. – sorri Seok.
Nam o beija e pega a caneta na escrivaninha, se olham, e então, continua:
"Manoel e Pedro. Começa o jogo. Se erguem e gritam: 'Mete, mete!'. Manoel comenta com os amigos: 'Faz meses que não dou uma metida'..."
Riam. E Nam não para de escrever.
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Fim!
Obrigado por lerem até aqui. Vou contar para vocês, quando Marcelo Rubens Paiva (o criador da peça), alguns teatros brasileiros resistiram a divulgar o titulo. Ganhou o prêmio Shell de melhor texto teatral do ano, foi roteirizada para cinema e, protagonizada pelos atores Marcos Palmeira, Bruno Mazzeo e Emílio Orciollo, foi um dos maiores sucessos em 2012.
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E aí, comeu? [jjk+pjm]
FanfictionE aí, comeu? Vai no ponto, é papo de homem - da boca pra fora. Você vai rir, e pode até se assustar com tudo o que eles conversam, vendo o jogo de futebol ou na mesa de bar. Só entre eles, falam sem censura sobre sexo, sexo, sexo. São retrato de um...