E aí, comeu? [jjk+pjm]

2.

No apê de Jeon Jungkook

É um apartamento indefinido, que parece sem dono, ou casa de homem solteiro, mas aos poucos percebemos sinais de outras vidas que já se foram daquele lugar, como alguns quadrados da parede. Os pregos estão lá ainda, pendurando o invisível de uma separação recente. Só um quadro antigo, que não combina com o lugar, permanece intacto, solitário. Há gavetas vazias, espaços nos armários. Apenas uma escova de dentes no banheiro. Pouca comida na geladeira. E muitas garrafas de vinho pela metade.
Jungkook é um arquiteto que trabalha em casa. Tem pranchetas, plantas e maquetes. Mas o que se destaca é o projeto de casamento que desmoronou. Um apartamento vazio e sem aromas.

Ele entra com o adolescente, que subiu com ele pelo elevador, desceu no andar dele, esperou ele destrancar, abrir a porta e se despedir. Já que o sujeito não a dispensava, seguir seus instintos, na idade em que a emoção faz sombra para a razão. Seguiu o cara duas décadas e meia mais velho.

- Você mora sozinho? - Jimin pergunta, enquanto ele tira o terno, a gravata, abre as janelas e serve dois copos com gelo. Coloca água neles.

- Me separei há alguns meses.

- Ai que triste.

Jungkook oferece água: - Não é não.

- Meus pais são separados.

- Quantos anos tem sua mãe? - Jeon pergunta bebendo o copo de água.

- Por quê?! Está interessado nela?! Ela não faz o seu tipo.

- E como é meu tipo?

- Eu. - responde.

Ele toma água, vê uma maquete, faz dos seus dedinhos as pernas de uma pessoa e "caminha" ao redor da casa de "brinquedo".

- Não quero me casar nunca. Não quero ninguém mandando em mim. Os homens são muito possessivos. - diz.

- Nem todos. Só encontrar o homem certo.

- Não existe homem certo. Sabendo disso, não se erra, nem se espera nada que um homem não possa dar. As mulheres têm de aprender a não criar expectativas em futuros maridos. Eu não sou mulher, mas pareço como uma. São, tipo assim, apenas outros seres com mil problemas e não soluções. Li num blog. Legal, né?

Park começa a mastigar uma pedra de gelo. Se aproxima de Jungkook, caminha com seus dedos pelo braço dele, ombros, pescoço, ele sente aquele aroma de gelo e iogurte de morango exalando da boca do menino. Ele está com os cinco dedos acariciando o pescoço dele. Que coloca a mão ao redor da cintura dele. Beijam-se. Como dois adultos livres, desimpedidos, sem dilemas morais ou etários.

- Você só quer me comer, né? - ele pergunta, sorrindo maliciosamente.

Beijam-se novamente. Mais ardentemente. Intensamente. Deliciosamente. Ele pergunta: - A gente só se beija?

Jungkook tenta tirar a camisa dele, mas não consegue. Muito apertadinha. Ele é quem acaba levantando. Jeon fica olhando, extasiado. Jimin fica parado, esperando. E dois bicos de peitos que desafiam a lei da gravidade.

- Nunca vou dar pra você.

- Tem certeza? - ele pergunta.

- Absoluta. Nunca vou dar pra ninguém.