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No bar

Namjoon e Hoseok bebem ainda no balcão. Veem Jeon fumar na calçada com o celular na mão, joga a bituca longe e volta atordoado. Senta-se na primeira mesa que vê. Olha o vazio. Não pede nada. Parece absorto por um pensamento. Um único pensamento. Os amigos pegam as suas bebidas e vão até ele.

- Não ligou pro Mark? - Hoseok pergunta.

Nam responde por ele: - Não vai ligar.

- No que tanto pensa - insiste Hoseok.

- Kim Taehyung, Kim Taehyung... - diz Kim.

- Eu queria me separar. Não sabia como. Detestava ele ao meu lado, dormindo pesado, aquela cueca suja pendurada na torneira, o cheiro de esmalte, os grampos espalhados pela casa, o modess embrulhado na lixeira.

Kim lembra: - Se separou porque não aguentava mais.

- Devia ter matado aquele homem. Eles estão indo longe demais. Extrapolam. Está tudo errado. Caminhamos para a grande infelicidade. O caos. - provoca Hoseok.

- Tomara que chova bastante e alague a rua dele. Tomara que o fiscal da prefeitura apareça e multe o casal por barulho em excesso. Tomara que não tenha sinal de celular na rua deles. Tomara que peguem dengue! - torce Jungkook.

Kim tenta amenizar: - Você precisa dar um tempo. Acorda e dorme pensando nisso.

- O cara deve ter um CINEMA no quarto. - reclama.

- Você morre de ciúmes. - diz Kim.

- Deve ter um SUV blindado, medinho de ser assaltado, deve ser enólogo, cheira rolha de vinho. Usa Macintosh, nunca fumou, passa as férias na Croácia, sabe dar todos os nós em gravatas, trabalha de terno com tênis, faz a barba duas vezes ao dia, dorme de pijamas, usa cremes nas mãos, faz a unha, lê revistas importadas, joga Squash e tem conta no Citybank.

- Para com isso, Gguk. - continua Nam.

Colocando mais lenha na fogueira, Hoseok solta: - Deveria ter matado o fulano e alegado defesa da honra. Antes, estava tudo sob controle, a lei garantia a ordem. Hoje em dia, adultério nem é mais crime, é contravenção.

- Eu quero matar o sujeito.

- Isso mesmo. Vamos enquadrar os ricardões! Vai servir de exemplo à classe masculina. - apoia Hoseok.

- Não adianta, enquanto existem maridos, vão existir amantes. - lembra Nam.

- Como se mata alguém?

Hoseok se surpreende com a pergunta de Jungkook, que tem um sorriso estranho na cara. O sorriso de coelho. O sorriso de quem quer ir longe demais, romper os limites, fazer justiça: - Tem que fazer o coração da pessoa parar. Tão simples...

O outro com pé atrás: - Simples, mas ilegal.

- revólver, carta-bomba, atentado, envenenamento. - responde Hoseok.

- Vocês estão um saco hoje. - reclama Nam.

- Um crime perfeito.

E aí, comeu? [jjk+pjm] Onde histórias criam vida. Descubra agora