🎞️ | one.

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julie pov's.

Acordo às seis da manhã, me sento na cama e abro uma brecha da pequena janela do meu quarto, vendo a enorme cidade a minha volta. Passo alguns minutos encarando as pessoas indo de um lado a outro, até que desperto completamente.

Antes de me levantar para fazer minha higiene pessoal, meu telefone toca, era minha melhor amiga: Sophia. A conheci quando ainda morava no Brasil - embora ela sempre tenha morado aqui em Los Angeles.

– Bom dia, amiga! Já está pronta? – Ela fala e eu apenas suspiro. Soph, como a chamo, está me ajudando a admitir um trabalho aqui, o que não é muito difícil se você quer ganhar menos de vinte dólares por hora.

– Eu mal levantei, desculpa, amiga. As noites aqui não são as melhores, moro com um casal de vizinhos recém-casados. Sabe o quão difícil é? – Eu passo a mão pelo meu rosto, limpo o olho e vou resmungando até o banheiro, onde deixo o aparelho no viva voz e escovo meus dentes.

– Coitada de você, lembra de quando meu primo casou e ficamos na casa de campo da família por alguns dias? Foi desastroso. Mas, de qualquer forma, você precisa estar pronta daqui meia hora.

– Certo. Já vou tomar banho. – Digo, ajustando a água do banheiro, entre quente e fria – Estarei esperando na portaria. Beijos!

– Em meia hora estou aí. Beijos, amor! – Ela diz e desliga, antes que eu possa responder.

Após tomar banho, coloco um outfit básico: uma blusinha de manga curta e uma calça preta. Vou até a pequena penteadeira do meu quarto e faço uma maquiagem simples. Na minha bolsa, coloco tudo que é necessário: minha carteira, as chaves de casa, meu celular e o mais importante, o currículo. Desço até a portaria do meu prédio e fico conversando com o recepcionista, Alfred.

– Bom dia, Julie. O que faz aqui tão cedo? – Ele pergunta, com o bom humor se sempre, e eu sorrio para o homem de meia idade que limpava o balcão.

– Estou esperando a ruivinha, minha amiga. – Me refiro a Sophia. Praticamente todos do meu prédio já a conheciam, ela nunca quis ser discreta.

– Procurando emprego? – O homem me pergunta – Não ouvi nada sobre teatro, nem nada da área.

– Quem me dera fosse algo da minha área, Alfred! – Suplico brincalhona – O pai da Sophia quer me pôr na empresa dele, disse que eu era uma boa garota e que tinha jeito com as pessoas, acho que consigo arrumar um como recepcionista ou atendente, sei lá. – Falo, cabisbaixa, não é como se todos não soubessem que meu grande sonho é trabalhar atuando.

– Bons artistas começam assim, Julie! – Ele fala, me fazendo sorrir novamente. Nesse momento, ouvimos uma, ou melhor, algumas buzinas e logo vemos o carro da Sophia – Acho que sua carona chegou – O senhor ri simpático e eu retribuo o gesto – Boa sorte!

– Obrigada, Alfred! Tenha um bom dia. – Falo sorrindo e vou até minha melhor amiga.

– Que mulher pontual, meu pai vai gostar disso. – Ela fala sorrindo quando entro no carro.

– Não é errado pegar carona com minha chefe?– Falo, colocando o cinto.

Ela ri e diz: Garanto que vai se acostumar.

O resto do caminho foi rápido, naquela hora do dia o trânsito não estava tão inquieto. Além disso, colocamos nossa playlist favorita e cantamos como loucas durante todo o caminho.

Quando chegamos na empresa, fomos direto para o
quarto andar, onde ficava o escritório de Adam, pai da Sophia. Não estava tão nervosa, afinal, toda a família já me conhecia. Antes de entrar, arrumo minha roupa e meu cabelo, respiro fundo três vezes e bato, delicadamente, na porta

– Com licença, Adam, posso entrar? – Falo com a porta entreaberta.

– Claro! – Ele arruma sua postura na cadeira, abre o notebook e me olha, enquanto me sentava na cadeira.

– Bom, senhor, acredito que a Sophia já tenha falado com você. De qualquer forma – Sorrio educada – meu currículo está aqui. – Abro a bolsa, pego a pasta cor de rosa cintilante que o currículo estava e entrego à Adam.

Ele nem chega a abrir, apenas coloca sob a mesa. – Você já trabalhou com televendas, Srta. Garcia?

– Trabalhei uma vez, ainda quando morava no Brasil, mas  garanto ao senhor que meu atendimento com público é excelente. – Falo, confiante, e olho para Adam. O homem grisalho na minha frente me fitava, me observando com atenção.

– Sei que você não decepcionará, Srta. Garcia, nem a mim nem a empresa. Tenho certeza que fará ótimas vendas. Antes de começar oficialmente, pedirei para que alguém te auxilie. Entro em contato com você para resolvermos outras questões.

– Não decepcionarei – Sorrio para ele de maneira genuína, confesso que, por mais que soubesse que seria fácil garantir esse emprego, fiquei extraordinariamente feliz. – Aguardo seu contato, Sr.

– Quando estivermos a sós, pode me chamar só de Adam, Julie, você é a da família! – Adam, como assim posso chamá-lo, diz, levantando-se da cadeira, me acompanhando até a porta.

– Certo, Adam. – Sorrio ao falar seu nome – Espero
ansiosamente pelo contato.

Ele assente com a cabeça, com um sorriso largo e se despede.

Saio da sala e abraço Sophia. Ela com certeza estava com o ouvido na porta há alguns minutos atrás.

– Obrigada por isso, amiga, você sabe como isso vai me ajudar – Falo em seu ouvido durante o abraço.

– Não precisa me agradecer, você sempre me ajudou, foi minha vez de retribuir – Ela fala – Mas não reclamarei se quiser gastar uma parte do seu salário nos embebedando.

– Acho que você é minha alma gêmea – Rio irônica – Foi a primeira coisa que pensei.

– É claro que sou – Sophia dá de ombros e sorri – Agora vem, vamos comemorar!

Depois disso, o dia passou rápido. Sophia e eu fomos ao shopping, almoçamos e compramos algumas coisas: roupas, maquiagens e mais coisas desnecessárias. Agora, já estou em casa, deitada em minha cama, comendo um cookie não tão saboroso que comprei congelado no mercado.

Como de costume, entrei em alguns sites que meu amigo, Mike, um diretor de cinema, me indicou. Desde que mudei, venho conseguindo alguns trabalhos como figurante em alguns filmes famosos. Pode não parecer grandioso, mas, quando estar nas telas é seu maior sonho, se torna a idealização de uma vida.

Navegando por mais ou menos meia horas em sites que, com certeza, não teria nada interessante, vejo que há um teste para ser figurante em um novo projeto da Netflix, que seria estrelado por Evan Peters. Fico encarando a tela do aparelho e pensando sobre essa proposta: Devo ou não tentar? E se eu não passar e não conseguir o trabalho? E se eu passar e mudar minha vida, minha carreira? Fico alguns minutos pensando, um filme passa na minha cabeça: imagino tudo que posso conquistar se, de alguma forma, consiga mais destaque com esse trabalho. Entre muitas dúvidas, resolvo me inscrever. Nada demais pode acontecer, certo?

 Nada demais pode acontecer, certo?

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𝐈. oi, galera! esse é o primeiro capítulo da fic. eu espero, do fundo do coração, que vocês gostem!

𝐈𝐈. curtam e votem, por favor, isso é muitíssimo
importante! 💕

𝐒𝐄𝐓, 𝐄𝐕𝐀𝐍 𝐏𝐄𝐓𝐄𝐑𝐒. Onde histórias criam vida. Descubra agora