Capítulo 7

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Sentiu um toque leve em seu rosto, seguido de um aperto suave em sua bochecha, o corpo despertava aos poucos assim como começava a ouvir os murmúrios infantis. Abriu os olhos, e as faíscas atentas do ômega captou a forma daquele pequeno ser, duvidava às vezes que aquilo tinha saído de si. O filhote se parecia muito com um pequeno anjo saído de escrituras antigas, com seus cabelos ondulados de um castanho tão claro que na luz parecia mais loiro do que nunca, seus olhos de um azul tão profundo quanto o oceano. Abraçou sua pequena prole ouvindo os pequenos gritinhos que a criança soltava enquanto beijinhos eram distribuídos por sua bochecha.

Nos últimos anos o Naruto nunca imaginou que finalmente poderia dormir e acordar sem a preocupação constante que tinha, ter o seu filho ali consigo longe de toda aquela maldade que habitava o corpo de seu ex-marido. Mas apesar da distância, seu peito se apertava com o medo daquilo voltar, sua respiração acelerava, sua mente criando uma infinidade de possibilidades onde Conrad o encontrava e na pior das hipóteses, tomava seu filho de si. Pequenas mãozinhas tocaram seu rosto novamente, despertando seus olhos, agora dourados, de seu pequeno transe. Respirou fundo guardando o choro sofrido que estava no fundo de sua garganta e agarrou o pequeno novamente, ouvindo seus suspiros, que deixava óbvio que sua pequena criança estava aspirando o máximo que podia de seu cheiro, o que era uma sensação engraçada e fofa.

— Bom dia, paixão.

— Bom dia, paxão' — repetiu o filhote dando uma risadinha sapeca, se agarrando completamente a sua mamãe, o que fez o ômega rir.

— Dormiu com os anjinhos? — disse atencioso, acariciando o rostinho pequeno do filho, que suspirou adoravelmente ao invés de responder. — Vamos comer, bebê da mamãe?

— Panqueca? — os olhinhos brilharam com a possibilidade de se lambuzar com o melado que acompanhava as panquecas fofinhas, o que tirou uma risada do omega.

— Posso ver essa possibilidade. — respondeu ao se levantar, pegando o bebê no colo, atravessou o quarto para acessar a pequena suíte, onde colocou a criança sentada na pia, entregando a escova de dentes infantil com um pouco de pasta tutti-frutti.

Não demorou para que ambos estivessem na cozinha arejada, Yan coloria alegremente algum personagem de desenho com seus giz de cera, enquanto Naruto batia a massa de panqueca ao mesmo tempo que preparava um suco natural para seu filhote. Não passava das oito da manhã, e provavelmente Shikamaru já havia saído para o trabalho, o beta trabalhava em um escritório de advocacia não muito grande, porém estava realmente empenhado em seu trabalho, o que infelizmente o deixava cada vez mais longe de casa.

Porém, ao contrário do que parecia, não era nada solitário. O apartamento tinha um telefone fixo que Tsunade fazia questão de discar o número várias vezes durante o dia para conversar por pelo menos cinco minutos antes de estar ocupada novamente. Naruto não tinha ido a floricultura apenas pela última semana, estava tendo que lidar com seus documentos e estava quase terminando, logo seria finalmente divorciado. Em situações de violência doméstica o ômega pode sim se desvincular, foi mais fácil ainda por não ter uma marca, e as fotos que Orochimaru o ajudou a tirar foram ótimas evidências. Estava apenas esperando Shikamaru chegar em casa com seus novos documentos, onde ele estava oficialmente livre do sobrenome Clifford, e voltaria a ter seu tão amado Uzumaki.

O café ocorreu com a bagunça comum de bebê, e após a louça lavada e um Yan cheirosinho e em roupas limpinhas e confortáveis, ambos se deitaram no tapete felpudo da sala de estar. Ali havia um painel com uma boa TV, um sofá médio e aconchegante, tudo em tons castanhos que combinavam com o assoalho e as paredes de cor creme. Plantas compridas em vasos adornados enfeitavam os cantos da sala, assim como em toda a casa, parecia tanto com Shikamaru que sentia o beta em casa até mesmo quando o mesmo não estava. A pequena criança estava agitada com o brinquedo novo que Tsunade havia dado a ele, um pequeno iglu que acompanhava pinguinzinhos, dois homenzinhos e um urso polar. Naruto achava adorável a forma que ele inventava histórias e batia os bonequinhos contra o tapete enquanto balbuciava palavras com bastante emoção.

Born On My Way - MadaNaru ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora