Crown

O Príncipe

Naquela noite, após o jantar, a família real se reuniu próximo a lareira na sala de reuniões junto de alguns empregados que permaneciam quietos nos cantos da sala enquanto a rainha andava de um lado para o outro ao som da trepidação do fogo.

– ótimo, a garota é assustada e mal consegue olhar para o Scorpius – disse Astória– e se ela desistir?–

– ela não vai desistir— murmurou Draco enquanto lia algumas cartas de outros Lordes– Potter está louco para colocar suas mãos no trono há séculos, a pobre garota não tem escolha–

– e se ela fugir?– perguntou Scorpius e a rainha se virou, parando de andar– é possível, ela pode simplesmente escorregar e fugir de volta para Gryffindor–

– então se casará com a filha do Lorde Zabini, Scarllet– falou Astória– ela deveria ter sido sua prometida muito antes, assim que soubemos do nascimento de Albus Potter em vez de uma menina–

Scorpius ficou em silêncio e abaixou a cabeça, por alguns segundos desejou sair correndo de seu próprio reino e poder viver além dos mares e das terras do reino. O fardo de carregar a coroa não era tão fácil quanto seus pais faziam parecer.

Quando se deitou em sua cama fofa e quente, Scorpius olhou para o teto do dossel, esperando que caisse em cima de sí e acabasse com aquela tortura de uma vez por todas. Infelizmente, o príncipe viveu para mais um dia.

...

Era comum que criaturas mágicas representassem os brasões das casas e principalmente do reino, e acontecia de algumas casas possuírem tais criaturas. Mas, acontece que, com a derrota e extermínio dos Riddle e, junto deles, a casa Voldemort, além do brasão dos Malfoy representar as serpentes de Slytherin, agora a familia possuía o domínio sob a criatura que mais é temida por todos; os Dragões.

Scorpius foi presenteado com o dragão Salazar em seu aniversário de 15 anos. Salazar era o maior dragão que já haviam visto na história dos Dragões, desde a descoberta e "domesticação" da criatura. Ele era tão grande que poderia devorar castelos de porte médio com apenas algumas mordidas e tão rápido que poderia sobrevoar todos os reinos em questão de minutos, Salazar era uma arma muito poderosa, seu fogo era capaz de devastar qualquer vida existente, e ele ouvia apenas as ordens de Scorpius, o identificando como seu único e grande mestre.

Mas é claro que com tanta força e ameaça, a criatura poderia fazer o que quiser, na hora que quiser, mas preferia apenas se tornar rebelde durante os voos matinais com o príncipe.

– Salazar!– gritou Scorpius enquanto o dragão planava perto das águas do mar e baforava sob algumas pedras. O dragão adorava voar próximo ao mar, se sentia relaxado e fazia várias cambalhotas para divertir o montador– Salazar! Temos que voltar!–

O dragão não se mexeu, continuou a voar baixo e alegremente, fechou os brilhantes olhos e baforou sob as ondas do mar antes de rodopiar, arrancando risadas surpresas de Scorpius que se segurou no dragão enquanto ficava de cabeça para baixo. Podia ver os peixes do mar, os corais da praia límpida e, se soltasse as mãos de sua sela de montaria, conseguria tocar o mar enquanto assistia tudo de cabeça para baixo junto a Salazar.

– isso é divertido, Salazar, mas temos que voltar...eu preciso almoçar com...a minha noiva– falou desanimado e o dragão soltou um som entediado enquanto deixava de estar de cabeça para baixo. Salazar tomou fôlego e bateu as enormes asas, começando a ir em direção o céu, voando com certo descontentamento.
Em alguns bateres de asas, Scorpius já se encontrava acima das nuvens, vendo o azul do céu e a paz da vista vazia inabitada, apenas os pássaros passando uma hora ou outra. O Malfoy respirou fundo aquele ar enquanto sorria para o sol, sentindo os raios atingirem sua pele durante o voo.