Meistres e seus Pupilos

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Scorpius tinha feito besteira, ele sabia. Mas, a ficha demorou para cair e, depois de três dias e três noites pensativo, ele percebeu que fez a maior besteira de sua vida; havia selado seus lábios com o irmão de sua futura noiva.

O príncipe passou dias cogitando situações e como se explicaria para Albus no próximo encontro dos dois. Porque, sim, haveriam próximos! Ele estava comprimetido com a irmã do jovem Potter, mal conseguia se concentrar em todos seus estudos sobre política e economia, estava ocupado pensando na besteira que tinha feito.

- eu o beijei- disse em alto e bom tom durante sua aula de história política e Snape parou de olhar o livro e virou seus olhos para o príncipe.

-Creio que o lema da antiga HufflePuff não é bem esse- proferiu calmamente e Scorpius balançou a cabeça.

- por favor, não conte aos meus pais- pediu com os olhos cheios de lágrimas- eu...eu não sei porquê eu o fiz, mas...eu beijei Albus Potter- sussurrou a última parte e o Meistre suspirou, fechou o livro de história antiga e arrumou as anotações enquanto pensava em suas próximas palavras.

- diversos reis foram homossexuais, Scorpius, é mais comum do que parece, majestade- falou e o jovem príncipe ainda sentia o peso em seu coração.

- não, Meistre Snape, eu...eu estou noivo da irmã dele- relembrou e seus olhos inundaram novamente- eu acho que ele me odeia-

- como seu Meistre- Severo se virou para olhar o príncipe - devo te dizer que sua atitude foi estúpida e que isso pode causar um grande desconforto no futuro relacionamento seu e de Lady Lily, deve pedir desculpas a Lorde Albus e solicitar que isso nunca venha a tona-

Scorpius assentiu, respirando fundo enquanto pegava um pedaço de pergaminho e a pena, que antes lhe ajudava a anotar sua aula, para começar a escrever sua carta para Albus. Snape tocou na mão de Scorpius e o loiro paralisou, voltando a olhar o mais velho.

- como seu único confidente, mesmo que mais velho, devo lhe sugerir que repense sobre suas ações e se realmente se arrepende. Apenas saiba, majestade, que quando se e um rei, você deve se casar com uma mulher e amar o homem na escuridão, ou dos corredores ou do seu coração- e fez uma pausa, analisando as expressões assustadas do pupilo- você tem um dever, um dever que você não pediu e nem conquistou, que nasceu com você, mas deve lutar para fazer o melhor possível para seu povo e para sua família-

Scorpius assentiu e os dois olharam para a porta quando ouviram duas batidas ritmadas.

– príncipe Scorpius? Sua mãe pede sua presença na sala do trono!– disse uma serviçal e Scorpius respondeu que já estava indo. Ele se levantou e, quando já estava perto de abrir a porta, Snape o chamou de novo, olhando em seus olhos com sua expressão apática.

– seu único dever deve ser com o seu povo, não com seus sentimentos– aconselhou sabiamente e Scorpius assentiu antes de sair da sala de aula.

Percorreu os corredores sentindo sua própria roupa lhe apertar como se fosse o sufocar, suas ombreiras douradas lhe fazendo sentir um peso absurdo, como se o mundo estivesse sob suas costas e ele tivesse que o sustentar por todos os próximos anos de sua vida e...bem, sua cabeça começou a pesar, como se tivesse a consciência mais suja e pesada de todos os tempos e 7 reinos. Foi a primeira vez que Scorpius se sentiu diferente dos outros meninos, das outras pessoas, o peso da coroa e de seu título finalmente havia lhe dado dois tapas e o deitado no chão.

– vamos a Gryffindor daqui 2 meses– Astória falou assim que seu filho entrou na sala do trono.

– Gryffindor?– e Astória murmurou um sim enquanto lia alguns papéis, ainda sentada em uma cadeira próxima ao trono– achei que iamos dar um tempo para...nos recuperarmos da revolta dos RedBirds–

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