Oito

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Ellie Miller

"Sinto uma carícia no meu rosto. Não consigo ver quem faz, mas sinto que gosto da pessoa, que ela é carinhosa, que me faz bem.

Estou nos seus braços, e nunca me senti tão segura igual estou me sentindo nesse momento.

— Ellie, você é linda, está perfeita.

Então o sonho muda.

Estou correndo.

A noite está muito fria, e estou sem nenhum casaco, só consigo correr, sem saber direito para onde vou.

Entro em um beco e de repente sinto as mãos puxando meu cabelo.

Grito.

— Não adianta gritar! — ele grita comigo — Agora vamos nos resolver em casa.

Tento acordar do sonho mas não consigo. Ele está me prendendo, o sonho e a pessoa.

Ele me jogou no chão depois de me arrastar até em casa.

— O que eu falei para você! — o jarro se quebra quando ele o joga na parede.

— Eu......

— Cala a boca! — ele vem para cima de mim.

É o meu fim."

Acordo assustada.

Me levanto correndo para fechar a cortina da janela de vidro do meu quarto, respiro fundo e tento me acalmar, apertando com força meus pulsos.

Olho as horas e já são 05 da manhã.

Já fazia meses que a paralisia do sono não me prendia, não é um sentimento bom.

Tiro minha roupa e vou tomar um banho para espantar a sensação, quando termino vou até o espelho e observo o meu corpo.

Passo a mão pela pequena tatuagem no lado direito do quadril, aquela tinha história, e contava exatamente o que aconteceu no sonho.

Pego no guarda-roupa uma saia preta e visto uma blusa social também preta, dou um jeito de prender o cabelo e vou para a cozinha fazer algo para tomar café.

Depois de fazer o café, me sento no sofá com a xícara cheia.

O primeiro sonho foi muito bom, a tempos não me lembro de me sentir tão segura quanto nesse sonho, mas como em toda noite, o pesadelo vem. E dessa vez com a paralisia do sono, no início eu ficava mais apavorada, achava que ia morrer, depois acostumei, aí parou de acontecer.

Vou de táxi para a empresa, e quando chego na minha sala me jogo na cadeira, cansada, parece que um caminhão me atropelou, olho para as paredes pensando na vida.

Minha sala não era tão grande, mas não era pequena, era o suficiente para mim. É decorada com tons claros de azul, na mesa tem um porta retrato com uma foto minha com Louise, Helena e Hope, tinha outra foto minha como Lucy. No canto da sala tem um pequeno sofá, e atrás da minha cadeira fica a janela.

E em relação ao jantar, depois que terminamos a sobremesa, fomos embora, ele me deixou em casa, mas o tempo todo falando, eu jurava que ele não era assim, me surpreendeu total.

Foi maravilhoso, apesar de não ter dado certo com o investidor.

E quando cheguei eu tentei tanto lembrar as palavras que ele falou para pesquisar no Google tradutor, mas a maldita memória me faltou.

O dia passa calmo, reviso os documentos pendentes, adianto outros, aguardo a resposta do Sr. Edgar se Lucy melhorou.

Já era quase o fim do expediente quando escuto umas batidas na porta da minha sala.

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