"Drunk girl."- (3)

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⚠️As coisas estão corridas por aqui, mas eu não consigo deixar de atualizar vocês... peço que me perdoem pela inatividade, mas prometo que semana que vem eu volto à ativa!!! E..... a parte 3 vai chegar, uma hora aí.💕

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Os olhos de Sean se arregalam, e se voltam à ela.

"Se eu ando transando?"- ri, envergonhado.- "Não que eu me lembre, e você?"

"Não que eu me lembre."- dá de ombros.

Kaycee apoia a cabeça numa das mãos, num silêncio perigoso demais para o momento.

"Ficou com alguém?"- continua o rumo da conversa.- "Tipo... depois que você se mudou pra cá."

"Tem certeza que quer falar disso?"

"Se eu perguntei."

"Não, eu não fiquei com ninguém depois da mudança."- ele respondeu, curioso com tamanho interesse da melhor amiga.- "Não fico com ninguém há um bom tempo, na verdade."

Ela o analisa por alguns segundos, os olhos levemente cerrados.

"Nem eu."- responde por fim.- "Não consigo permanecer com ninguém por sua causa."

"O que?! Eu nunca te atrapalhei nisso, Kay."

"Atrapalhou sim."

Suas sobrancelhas se franzem ao olhá-la. E ela dá de ombros, enrolando uma mecha de cabelo nos dedos.

"Por que você não insistiu em mim?"- a conversa começava a deixá-lo incomodado, e confuso além de tudo.

Porque sabia que a melhor amiga nunca fora de tocar nesse tipo de assunto.

"Insistir em você? Como assim?"

"Sabe do que eu estou falando."- ela continua, agora com uma coragem que ao menos pensava ter quando chegara.- "Das vezes que nós dois tivemos os nossos rolos, você não insistiu em mim e..."

"Tudo bem, não sei onde você quer chegar, mas você nunca deu a entender que a gente poderia..."

"Claro que eu dei, Sean."- revirou os olhos, a voz mole e embolada.- "Qual é, você foi o meu primeiro beijo, é óbvio que eu me apaixonei por você."- suspira.- "Mas você sempre dava um jeito de se afastar ou sei lá."

"Por Deus, Kaycee, você só pode estar brincando."- ele resmunga, deixando a taça de volta na mesinha de centro.- "Você sempre ficava estranha depois que a gente se beijava, lógico que eu preferia dar um tempo pra não perder a sua amizade."

"Não, você me traumatizou, nunca dei certo com ninguém por sua causa."- insiste, emburrada.

"Não ponha a culpa em mim, dona."

"Não ponha a culpa em mim, dona."- ela resmunga, o imitando.

Mas acabam rindo de tudo aquilo.

"Se me beijasse de novo eu não ligaria."- ela diz, chamando sua atenção.

"Se eu te beijasse de novo eu não me afastaria."

Poucos segundos se passam até que suas bocas estejam coladas, sem muito planejar, sem muito esperar.

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P.O.V.- Kaycee

Estou beijando Sean, e ele está me beijando de volta. De verdade.

Não me seguro quando sinto sua língua na minha, e o empurro até que esteja em seu colo.

"Merda, Kaycee..."- ele geme meu nome, e sei que não vou conseguir parar a partir daqui.

Nunca fui de quebrar regras, mesmo tendo uma personalidade forte (como costumam dizer), não sou uma rebelde. Sempre penso mais de uma vez no que pretendo dizer ou fazer, tento deixar a razão e a emoção alinhadas antes de tomar alguma decisão. Então acho que chegou a hora de "não pensar".

E Sean concorda comigo nisso.

Ergo sua camiseta e a tiro, sem lhe dar tempo de mudar de ideia ou sequer me perguntar sobre o que quero agora. Acho que já deixei claro o bastante.
Minhas costas batem no colchão quando chegamos no quarto, ele está tão concentrado e desesperado e eufórico que nem parece o mesmo Sean que eu conheço.

O garoto de ouro está bem diferente agora.

Faço o favor de tirar minha própria camisa, mas é quando faço que sua atenção se desprende de meu corpo e ele parece voltar à realidade.

"Não, espera..."- diz, ofegante enquanto pensa.- "Não, não."

Está balançando a cabeça, esfregando os olhos, abanando o rosto. Como se um choque o tivesse acordado.
Me sinto envergonhada, não esperava tal reação, tão brusca assim.

"Desculpa, eu... merda."- bufo, decepcionada tanto comigo quanto com ele.

Meu rosto arde quando percebo estar praticamente seminua na frente de meu melhor amigo, aquele que acabara de me rejeitar depois de um lapse de lucidez. Odeio seu autocontrole.
Cubro meu corpo com as mãos, tentando me esconder enquanto ele sequer toma alguma atitude. Meus olhos ardem e uma vontade imensa de chorar me atinge. Talvez por estar bêbada tenha ficado mil vezes pior, minhas emoções tenham se intensificado demais.
Sean permanece parado, parece travar uma batalha mental.

Se ele quer ou não me quer, se ele deve ou não continuar.

Conheço Sean como a palma de minha mão, e em todos esses quase quinze anos de amizade nunca o vi tão confuso e indeciso e hesitante na vida.
Seus olhos percorrem meu rosto, meus lábios, e acabam escorregando por meu corpo. Por meu sutiã. Estou angustiada, quero fugir daqui e me enterrar até que todos tenham esquecido minha existência. É constrangedor.

"Isso é tudo tão estranho..."- ele finalmente diz algo.- "Você e eu... desde quando?"

Me silencio, encarando qualquer coisa que não seja seu rosto. Ainda me sinto quente, quero seu toque e seu corpo sob o meu. Mais do que nunca quis antes.

"Desde sempre."- minha sinceridade chega a me assustar.- "Desde que desabafei com Jenna e Bailey, desde que saí de Los Angeles pra vir te ver, desde que senti ciúmes de você quando falou de Alessa, desde que confessei ter me apaixonado quando nos beijamos pela primeira vez, desde que nos beijamos há dois minutos atrás."

Não sou respondida de imediato, e acabo me perdendo ao encarar seu corpo sem camisa. Sean estava gostoso, era o cara mais gostoso de todos. E isso nem é sobre forma física.
Ele pondera por alguns segundos, e quando desisto de tentar me cobrir o ouço ofegar.

"Tem certeza disso?"- sua voz sai num murmúrio.

"Tirei minha camisa pra você."- respondo numa careta.

Sua risada baixa me chama atenção.

"Não ria de mim, estou morta de vergonha aqui."- resmungo, cobrindo o rosto com as mãos.

Sinto o colchão afundar novamente, e suas mãos cobrirem as minhas antes de tirá-las de meu rosto.

"Vamos nos arrepender disso? Kaycee?"- ele sussurra, perto demais de minha boca.

"Qualquer coisa a gente põe a culpa no vinho, e eu sumo por algumas semanas."- respondo no mesmo tom, roçando meus lábios nos dele e não consigo esconder o sorriso quando o vejo umedecer os seus.

"Certo, você quem manda."

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Sim, nós somos apenas melhores amigos.Onde histórias criam vida. Descubra agora