"The best for us."- (final)

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"Você desempenhou o papel, mas o arruinou em um ano."

(Your power x I love you- Billie Eilish).

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  Terminar algo nunca é fácil, e nunca vai ser. Encarar o fim de qualquer coisa é uma missão complicada. Mesmo que não seja sobre relacionamentos. Porque fechar um ciclo é difícil. Só não imaginava que isso doeria tanto.
  A imagem dele chorando martelava em sua cabeça, como se dissesse que ela era a pior pessoa do mundo.

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Flashback on:

"Hey!"- Sean sorriu ao ser atendido, a puxando pela cintura e lhe deu um selinho demorado.- "Saudade!"- a abraçou.

Ela suspirou ao sentir seu cheiro. O melhor de todos.

"Saudade..."- respondeu.

"O que quer fazer hoje?!"- ele perguntou ao se afastar, tirando a mecha de cabelo que lhe caía nos olhos e a colocou atrás de sua orelha.- "Eu trouxe pizza, aquela com abacaxi que você adora, e chocolate amargo!"- mostrou a comida ao colocá-la em cima da ilha de mármore na cozinha.

Sean havia voltado de viagem há pouco tempo, depois de três semanas longe. Estava no meio da gravação de um filme que participaria e que estreiaria em breve nos cinemas.
Sua carreira alavancara nos últimos meses, de uma forma incrível e absurda. Agora além de escritor, diretor e coreógrafo, praticava sua atuação em algo grande.
E ela, continuava mais ativa que nunca, ministrando aulas nas mais diversas cidades, estados, e até países. Além de todos os trabalhos com propagandas e modelagem.
Crescidos e independentes, eram agora. Não mais os adolescentes de antes, mesmo ainda tão novos.
  Em pouco mais de um ano e meio muita coisa mudou, tanto sobre suas carreiras quanto no pessoal. Principalmente da parte dele.
Ele a pedira em namoro no início do ano passado, depois de seu aniversário de dezessete e do primeiro beijo que trocaram. E quando ela aceitou, sentiu que poderia tocar as estrelas.
E como todo início de relacionamento, foi incrível, quando decidiram que não levariam à público acharam ainda mais interessante, a ideia de um namoro às escondidas era divertida. Não tão às escondidas, pois suas famílias e amigos todos sabiam.
Poder ser quem era, e ainda assim saber que aceitavam um ao outro fora algo tocante e intenso, namorar sem se preocuparem com os defeitos e manias deles mesmos deixava tudo mais fácil.
E os beijos, abraços e toques vieram com mais força conforme o tempo passava. A primeira vez acontecera um dia antes do Natal, enquanto confeitavam uma casinha de biscoito de gengibre na casa dele. Natural e doce, provavelmente por conta do glacê. E extremamente especial.
Mas as coisas mudaram a partir do momento que ela percebera a rotina incerta que tinham. Com todas as viagens e projetos que ele era convidado a participar, todas as aulas que davam, todos os trabalhos que tinham, começara a se sentir um peso.

Se tornara uma obrigação que ele não deveria ser obrigado a lidar.

Porque ela não era nada comparado à tudo o que ele merecia.

"O que foi?"- a voz do garoto lhe tocou os ouvidos, assim como a mão em sua coxa.

"Ãhn? Nada..."- respondeu.

"Então... por que tá tão quieta?"- quis saber, deixando a borda do pedaço de pizza dentro da caixa em cima da mesinha de centro e se ajeitou no sofá.- "Você nem comeu direito."- fez um carinho em seus cabelos.

"Eu não..."- suspirou.- "A gente precisa conversar."- falou.

Sorriu, assentindo com a cabeça e se virou de frente à ela.

Sim, nós somos apenas melhores amigos.Onde histórias criam vida. Descubra agora