Prólogo

86 23 66
                                    

O sol se punha atrás das montanhas indo em direção ao mar das sereias, partindo mais a oeste de encontro a Lesbênia, escuto batidas na velha porta de madeira de araucária (uma árvore nativa da região sul do Brasil).

-Posso entrar papai Aryen? – Pede o pequeno príncipe o qual é meu filho.

-Sim pequenino, venha ver o pôr do sol e o nascer das três luas. –Digo apontando para as três lindas luas.

-Papai! Onde vocês estão? Oh achei vocês! – Diz a pequena princesa de seis anos de cabelos ruivos, como sangue e com duas mechas prateadas, ambas crianças, eram assim, tudo que restou do amor da minha vida...

-Papai você poderia contar aquela história que nos prometeu que contaria quando voltasse do quinto reino?- Pergunta meu pequeno Arysth, ele é mais semelhante a mim, com os cabelos prata, os olhos castanhos com certo tom de amarelo, a pele clara que ao sol fica morena.

-Bem, já que insistem. Irei lhes ler As Crônicas da Criação, como foi prometido. – Digo dando um suspiro e indo até a velha prateleira, apanho o livro e nele dou um sopro para limpar a poeira que insiste em se acumular dia após dia.

-Papai olha as três luas como estão grandes e coloridas, uma vermelha, uma amarela e outra azul papai! Que lindas! – Diz a pequena Mycélia, a qual é semelhante a mim também, com certos traços que me trazem memórias.

-Lindas mesmo pequenina, vamos nos sentar para ler as crônicas? – Digo indo em direção a cama da qual passo minhas noites, que fica na torre branca do castelo, em si o quarto é simples, suas paredes brancas com a luz do sol indo pela janela oeste e a luz das três luas as quais traziam presságios para os anos que se seguiriam a esse dia pela janela leste.

Com o livro em mãos e já acomodados na cama.

-Há muito, muito tempo, quando nada havia no imenso universo. Vagava sozinha, uma única e belíssima luz que parecia impotente em meio a tantas trevas. Essa luz era Arcília Deusa mãe, guardiã da luz, detentora da bondade, do amor, ela tem três faces: a mãe, a anciã e a jovem.

-Mas ao contrário do que Arcília pensava, ela não vagava sozinha, pois em meio ao nada, ao vazio, havia escuridão. Esta escuridão era Hérberus Deus das trevas, guardião do escuro, da perdição, detentor do mal.

Arfélis: As Crônicas da CriaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora