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É sabido que cada cantinho deste mundo tem uma história, seja contada através de milhares de gerações ou contada por um vizinho amigável que vive na aldeia há muitos anos, não há um centímetro da terra que seja poupado . Mesmo o lugar onde você está agora, o que era antes era o que é agora? O que era isso cem ou trezentos anos atrás?
Essas e inúmeras outras perguntas me levaram ao que poderia ser conhecido como um túnel sem saída. Muitos livros de história contemporânea me deixaram sem dormir, devido ao desejo incontrolável de saber mais sobre determinados acontecimentos, mas isso nunca aconteceu tanto quanto quando fui ao museu que costumava ser a casa das irmãs Sanderson.
Algo tão simples como três irmãs bruxas que foram enforcadas moravam aqui, não deveria provocar mais intriga do que ler um livro estranho ou perguntar a um amador, mas não havia texto que me deixasse satisfeito em responder minhas perguntas. Senti que os conhecia de algum lugar, como se todos os acontecimentos narrados sobre eles fossem mais lembranças do que qualquer outra coisa.
O fato de terem sido enforcados me machucou irreparavelmente. Era terrivelmente palpável aquela decepção e também aquela tristeza como se fossem partes de mim que foram levadas naquele dia. Doeu demais, embora doeu mais não saber o motivo. E com o passar dos dias, comecei a ansiar por ter uma máquina do tempo e desfazer minha visita à casa das irmãs Sanderson. Fiquei triste por nada, principalmente por Sarah, ela gerou muita empatia, mesmo sabendo muito pouco sobre ela.
Eu sei que não deveria ter esperado até que a tristeza fosse insuportável para fazê-lo, eu teria ido a um especialista muito antes, mas a hora era aqui e agora. Eu constantemente questionava como uma visita à casa das irmãs Sanderson me faria, meses depois, me ver fazendo uma regressão a vidas passadas porque parecia ser o método mais preciso para o que estava acontecendo.
As imagens estavam borradas no início e as casas e as pessoas andando mal eram visíveis. Graças às perguntas que o especialista me fazia constantemente, consegui realizar a regressão com sucesso. Eu não vou mentir, o pânico estava correndo em minhas veias e eu estava com muito medo de ser ainda mais danificado do que antes de colocar os pés aqui. Se minhas deduções estivessem corretas, eu tinha algo a ver com uma das irmãs e a dor de perdê-la permaneceu comigo por muitas e muitas vidas por vir.
"Oh, eu te encontrei!" Uma voz doce se fez presente, bem perto de mim, involuntariamente me provocando arrepios e um sentimento de felicidade inexplicável. Nunca pensei que uma voz provocaria tudo isso.
Quando me virei para ver a dona da voz, fiquei atordoada. Ela era alta, seu cabelo era um lindo loiro platinado, sua maquiagem era escura e nada discreta, e o que me deixou maravilhada foi aquele lindo sorriso que adornava seu rosto. Eu soube imediatamente que era Sarah, suas feições combinavam muito com os livros que descreviam sua aparência, é claro que eu não esperava que ela fosse uma mulher tão divina.
