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Era um dia frio em Manhattan. Eu não tinha saído do apartamento o dia todo por causa da neve lá fora, mas eu aproveitei o branco deixando tudo mais claro, fornecendo uma luz maravilhosa para leitura. Bruno tinha saído mais cedo naquela manhã para uma sessão de autógrafos, o que significava que ele não voltaria por um tempo. Eu tinha a casa toda para mim naquele dia. Eu tinha sobrado comida para viagem no almoço e fiz questão de não parar de ler até terminar meu livro atual, além de pausas para comer e ir ao banheiro. Terminei o livro por volta das sete da noite e Bruno ainda não estava em casa. Eu estava um pouco curiosa para saber onde ele poderia estar, mas não pensei muito sobre isso. Peguei um cobertor felpudo e me enrolei no sofá em frente à lareira quente para refletir sobre o livro que tinha terminado.
Fiquei lá por cerca de dez minutos com uma música suave tocando ao fundo quando a porta se abriu. Bruno entrou, coberto de neve segurando seu cachecol e uma garrafa de vidro. Levantei-me para cumprimentá-lo e ajudá-lo com a garrafa e seu casaco. Ele beijou minha testa seguido de um "ei, querida". Ele entrou na cozinha sem mim assim que seu casaco foi pendurado, então me retirei para meu lugar aquecido em frente ao fogo. Quando ele me encontrou na sala de estar, ele tinha uma expressão mais feliz no rosto e estava segurando duas taças de champanhe rosa claro. Entregando-me uma, ele sentou-se ao meu lado e tomou um gole, enquanto eu fazia o mesmo.
"Como foi a assinatura hoje?"
"Ah, você sabe, a mesma coisa de sempre. Mas já faz um tempo."
"Só um pouco esgotado, eu acho?"
"Sim."
Ele tomou outro gole e olhou para mim enquanto eu colocava meu copo na mesa lateral.
"O que você fez hoje?"
"Finalmente terminei meu livro!"
"Aquele que você está lendo há um mês?"
Ele riu um pouco de mim, mas foi fofo e verdadeiro.
"Sim, aquele que estou lendo há um mês. Finalmente terminei e foi tão bom. Estou feliz por ter decidido reservar um tempo para lê-lo."
"Bem, se era tão bom assim, talvez eu devesse continuar lendo."
Ele piscou para mim e eu corei um pouco olhando para baixo.
"Você sabe que se você ler tudo o que vou querer fazer é falar sobre isso, certo?"
"Não me incomodaria nem um pouco. Adoro quando você fala sobre coisas que lhe apaixonam, especialmente livros."
Eu sorri para ele, não sabia bem o que dizer, ele era bom demais para mim. Um velho romântico preso no corpo de um cafetão.
"Você me mima."
"Eu tento."
Ele deslizou seu corpo um pouco mais perto do meu no sofá, colocando suas pernas sob o cobertor com o meu. Ele estendeu a mão por cima de mim para colocar seu copo na mesa e quando ele retraiu seu braço ele colocou sua mão em minha bochecha, virando minha cabeça para olhá-lo. Ele pressionou seu corpo suavemente contra o meu e capturou meus lábios nos dele. Foi um momento tranquilo e delicado, ele foi gentil apenas empurrando para mais perto quando eu o deixei. Quando ele se afastou nós apenas olhamos nos olhos um do outro, foi um momento muito amoroso, algo que eu desejava o tempo todo e que normalmente era satisfeito por ele.
"Essa é uma boa mudança."
"O que você quer dizer?"
"Bem, você parecia meio cansado quando chegou em casa, mas eu ganho champanhe e atenção. O que mais uma garota poderia pedir?"
Ele sorriu um pouco e desviou o olhar de mim.
"Bem, quero dizer, eu poderia te dar um pouco de atenção aquecida. Poderíamos fazer amor em frente à lareira. É uma dessas coisas que eu gosto, sabe."
"Ah, eu sei, acho que até tinha uma música ou algo assim sobre isso? Talvez?"
Olhei para cima, pensando falsamente, enquanto ele ria de mim.
"O que posso dizer? Ele merecia uma música própria. A única coisa que não adicionei a essa lista foi você."
Eu sorri e corei.
"Perdedor."
"O que?"
"Ninguém jamais seria capaz de me convencer de que você não é nem um pouco romântico. Mas eu não preciso que você escreva uma música sobre mim ou 'me adicione à lista', você faz isso todos os dias de qualquer maneira."
Ele apenas sorriu para mim e me abraçou mais forte enquanto nos aconchegávamos no sofá.
"É uma das minhas coisas favoritas de fazer, cantar sobre você."
"Eu adoro isso, sabe, adoro quando você canta musiquinhas, mesmo que sejam sobre mim."
"Eu faço isso porque te amo, s/n, você sabe disso, certo?"
"Claro que eu sei disso, e eu também te amo, Bruno."
Nós dois ficamos sentados em um silêncio confortável pelo resto da noite, até que nós dois adormecemos aconchegados nos braços um do outro. Ele realmente me amava.
