20. I just need you

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Jack Kline

A madrugada foi longa eu mal tive três horas de sossego antes do despertador tocar enlouquecidamente. Ainda com cara de cansado, para não dizer acabado, desci pra cozinha que estava com barulho de rock antigo e cheiro de bacon com ovos, o responsável era o Dean, ele tinha um pano no ombro enquanto cozinhava com a frigideira e usava uma espátula.

— Que barulheira toda é essa logo de manhã? — passei a mão no cabelo bagunçando um pouco.

— Ei, isso aqui são os clássicos! — Dean defendeu suas músicas.

— Se você diz, quem sou eu para discordar... — sentei no balcão, peguei um dos pratos com ovos fritos e tiras de bacon que formavam um rosto sorrindo.

Não iria estragar o trabalho dele dizendo que depois do que aconteceu ontem ninguém tava com clima, mas acho que isso é um jeito dele tentar se ocupar e talvez até mostrar afeto pela gente.

— Bacon de novo? — Castiel apareceu usando roupa social sem gravata, ele arrumou as mangas e se sentou na mesa.

— É isso ou cereal. — Dean colocou a comida que estava na frigideira no prato do anjo, segurei o sorriso e me foquei na minha comida, enquanto Dean enchia seu próprio prato de bacon.

— Você realmente gosta de bacon, não é? — pontuei irônico sobre a quantidade de tiras em seu prato.

— Dean, fala sério. — Cas lhe deu um olhar desapontado depois de olhar para a montanha no prato.

— Diferente de vocês, eu preciso manter meu físico e ter energia. — se defendeu.

— Não desse jeito! — Castiel rebateu. — Você tem mais probabilidade de morrer de ataque cardíaco do que por um vampiro se continuar assim.

— Bom, a minha sorte é que meu marido é médico, não é? — Dean tirou o pano do seu ombro. — E não tem nenhum vampiro, se tivesse eu estaria a salvo então.

Fiquei em silêncio porque se eu falasse que já vi alguns vampiros iria ter que dizer onde foi, o que ia envolver meus amigos e que eu contei pra eles sobre tudo, sendo que ontem eu jurei para os dois.

— Tá, você não vai comer tudo isso. — tentei pegar uma tira do seu prato, porém ele deu um tapa fraco na minha mão. — Ai, eu tô em fase de crescimento ainda!

— Boa tentativa, mesmo assim é um não.

— Não vão esquecer que o funeral é daqui uma hora. — Castiel lembrou depois de olhar no relógio, Dean e eu paramos de rir na hora.

Pelo menos eu não achava que iria ser tudo tão rápido assim, a Alice foi para casa junto do seu irmão, eu disse que ela podia dormir aqui e que eu iria acompanhar ela até o funeral, só que ela disse que o padrasto dela já tinha planejado tudo e queria ela com eles, algo sobre manter a imagem ou coisa assim.

Quando terminei de comer fui me arrumar, coloquei uma blusa longa preta e uma jaqueta preta jeans, Dean e Castiel estavam com ternos, a diferença é que o Cas agora usava um sobretudo preto que eu nem sabia que ele tinha.

— Desde quando você tem outro desses? — apontei pra peça de roupa confuso.

— Faz um tempo, não lembro direito, foi o Dean que me deu. — abriu a porta, o loiro já estava esperando do lado de fora com a baby. Nós entramos no veículo.

— Sabe eu notei uma coisa. — Dean começou. — Estamos em outubro.

— E isso quer dizer que? — joguei a cabeça pra trás, estava entediado observando a paisagem sem graça e fria da cidade.

𝐎𝐛𝐬𝐜𝐮𝐫𝐢𝐭𝐞́ - supernaturalOnde histórias criam vida. Descubra agora