pensamentos

poeira

Esse texto não tem nada a ver com poeira, mas talvez até o final do meu raciocínio tenha.
Coloquei esse nome no título porquê foi a primeira coisa que se passou em minha mente quando pensei em escrever o que sinto.

Um copo cheio de um vazio gritante que é silencioso, explode dentro do ser que está transbordando de lágrimas que nunca se esvaem.
Um copo sempre muito cheio, mesmo que cheio de vazio.
Estar na multidão e se ver sozinho.
Ser engolido pela solidão em meio há tantas pessoas ao seu redor.
Como um universo sucumbindo pela escuridão mesmo contendo números incontáveis de brilhantes estrelas.

De alguma forma, o sol brilha sozinho.
E cada planeta, cada estrela e cada astro convive apenas na sua própria órbita, mesmo que tenham vários no mesmo seguimento, um atrás do outro, próximo, mas nunca junto.

Todos sozinhos.

O vazio é mais pesado do que se imagina.
É uma força que desafia a gravidade.
Ela não tem cor, não tem tamanho exato, não dá pra ser vista nem tocada, mas pesa no corpo, na alma e no coração.
Engole cada ser como se fossem pequenas guloseimas.

E o vazio não é algo fácil de ser preenchido.
Não é como reformar uma casa com argamassa.

É algo contínuo, que sempre é trabalhado todos os dias.
Um pedaço arrancado é um pedaço que jamais pode ser colocado de volta, não importa quantos seres habitarem a pequena casa do seu coração, os quartos que foram arrancados, não podem ser substituídos.

Você sempre pode construir mais quartos, mas não dá pra reaver os quartos perdidos, uma vez trancados ou demolidos, assim ficam.

Podemos claramente ignorar o cômodo, e aos poucos conviver com ele.
Mas claramente não é algo que dê para ignorar pra sempre.

Muitos dizem que tudo é possível de recuperar.
Bom, não concordo, tudo é perecível.
Se não fosse assim, não haveria o fim da vida.
Não haveriam términos.
Nem confiança jogada fora, um vez perdida, perdida para sempre.

É, não cheguei mesmo a falar sobre poeira.
Quem sabe na próxima