Capítulo 1

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Foco minha visão novamente no teto branco e suspiro frustrado, já era a quinta vez naquela madrugada fria que eu abria os olhos, sem ao menos conseguir prega-los por um minuto sequer

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Foco minha visão novamente no teto branco e suspiro frustrado, já era a quinta vez naquela madrugada fria que eu abria os olhos, sem ao menos conseguir prega-los por um minuto sequer. Viro meu corpo lentamente para o outro lado da cama, eu precisava dormir urgentemente, tinha aula amanhã cedo, mas isso se tornava impossível com meus pensamentos em outro lugar.

Minha mente vagava entre diversas situações do passado, mas a principal delas era a morte de meus pais. Lembro até hoje da minha última lembrança deles com vida, estávamos em um carro voltando para Los Angeles de um acampamento incrível que fizemos em Orange Contry, meu pai estava prestando atenção no caminho até o momento em que eu reclamei, perguntando se faltava muito para chegar em casa.

Lembro exatamente do momento em que meu pai tirou a atenção da estrada e voltou seus olhos em minha direção, sorrindo e falando que faltava só um pouco. Se não fosse por isso, se não fosse pela minha maldita birra, meu pai conseguiria desviar do caminhão que estava desgovernado em nossa frente. Mas isso não aconteceu, por culpa minha.

O impacto foi tão grande que só acordei um mês depois, em um hospital com apenas minha tia preocupada comigo. Ainda lembro da sensação que senti ao ouvir do médico a notícia de que meus pais haviam falecido e que eu era considerado personificação do milagre por ainda estar vivo.

A morte dos meus pais foi de longe a pior notícia que eu havia recebido nesses últimos dezoito anos de existência, todos os dias sou levado por minha mente a reviver aquele acidente, com o sentimento de culpa me consumindo cada vez mais. Dói demais saber que eu sou um peso para minha tia e meu tio, e dói ainda mais saber que no fundo, eles me culpam por todo esse inferno até hoje, mesmo que implicitamente.

Após receber alta e sair daquele hospital, minha vida virou de cabeça para baixo, mesmo não lembrando de quase nada daquele tempo, eu sabia que o acidente tinha repercutido no mundo inteiro e eu odiava isso profundamente. Meus tios tentavam de todas as formas parar p sensacionalismo da mídia e os obcecados por milagres de invadirem nossa casa.

Taylor Urrea era a única irmã da minha mãe e foi encarregada a me criar - por ordem do juiz - mesmo com o marido dela, Josh Beauchamp, sendo contra essa decisão e usando de seu capital para convencê-la a me entregar para um "orfanato qualquer"

Já ouvi várias discussões entre eles sobre mim ao longo da minha vida, no começo doía saber que meu próprio tio me rejeitava mas eu acabei de acostumando com isso. Diante das câmeras nos comportavamos, éramos uma família feliz, mas fora delas e da sociedade como um todo, ignoravamos um ao outro.

Tia Taylor é uma modelo bem famosa, sempre destacou em minha educação o quanto eu devia ser gentil, bondoso e educado com o próximo, levo isso comigo até hoje, ela sempre foi e é incrível comigo, quando estou mal ou me culpando pelas sombras do passado, ela costuma me levar para passear e comprar coisas legais pra mim afim de distrair minha mente. Ela é como uma mãe para mim, talvez a única coisa boa que restou na minha vida.

Meu Tio Possessivo | NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora