Capítulo 4: O tal aluno novo

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"O maior erro que você pode cometer é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum"

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"O maior erro que você pode cometer é o de ficar o tempo todo com medo de cometer algum".

Elbert Hubbard

Erick

Sempre fui muito de boa com mudanças, aliás, me acostumei com isso. De certa forma fui obrigado a me acostumar com elas. Minha vida sempre foi meio bagunçada, cheia de bagunça e bagunceiros. Eu sou o maior deles.

Nasci e cresci em Morro Verde, uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro. Vi e vivi coisas, presenciei momentos que atormentam minha mente. Passei a maior parte da minha vida morando com minha vó, mesmo ela odiando o morro. Odiar talvez seja uma palavra muito forte. Ela gostava, mais ele queria mais. Ela gostava das pessoas, mas queria uma vida melhor. Ela nunca deixou faltar nada pá mim, mas ele sempre dizia que eu teria outras oportunidades em outros lugares. No fundo eu sei que ela tinha medo de eu me envolver nos rolo do morro, mas sei queria pa me proteger.

Eu gostava do morro por mas que seja visto por muitas pessoas um lugar violento. Essas pessoas esquecem que o perigo tá em todo lugar, até mesmo dentro da sua casa, você morando na favela ou não. Lá, existe regras, basta segui-las. Nós não tem o controle nas mãos dos que dizem ser salvadores da pátria e que usam terno e gravata. Eles tão cagando pra gente. O dono do Morro Verde não era como os outros. Ele tentava o máximo ajudar os moradores de sua favela. Não tô dizendo que ele também era um príncipe que ajudava os seus súditos. Ele fazia seu trabalho como dono, mas, por mais que esse trabalho tivesse coisas erradas, ele ajudava no que fosse possível. Eu gostava de lá, ou melhor, ainda gosto. Mesmo eu vivenciando momentos traumáticos, que de certa forma me "ajudou" a ver algumas coisas do mundo do jeito que realmente são. Também passei por momentos muito felizes, por mais difíceis que poderiam ser.

Sempre tive sucesso no morro, ainda mais com as meninas. Eu até as entendia. Porra, olha pa mim. Sempre gostei de estar em destaque, de ser visto pelas pessoa, fazia de tudo e andava com os "famosinho" pra ser considerado como um deles, gostava daquilo. Digo que nunca namorei. Só uns namorinho de escola sabe. Nunca gostei de me prender a alguma coisa, até os meus "namorinhos de escola" eram com mais de uma. Claro, que fui crescendo e fui tendo uns rolos, mas nenhum que me fizesse ser alguém apaixonado. Nem sei o que é isso. Gostava e gosto de ser assim. Gosto de que as pessoas me desejem, e de eu também me sentir desejado, mas não quero me prender a alguém. Acho que com a convivência e a influência do meu tio com esses assuntos, me fizeram ser assim. Ele também tinha esse "fama". Tudo na minha vida aconteceu muito rápido. Minha primeira vez foi com 13 anos. Meu primeiro beijo? Vou mandar o papo reto aqui, nem eu me lembro. Lembro de sempre beijar. Não que eu me orgulhe disso não, mas esse lance de amor, ah pelo amor de Deus. Amor só de mãe.

Minha mãe morreu quando eu tinha 7 anos. Ela era a pessoa mais doce que tinha naquele lugar, se não no mundo. Seu colo, o seu toque, o seu olhar, era pra mim o único lugar que eu realmente me sentia protegido de todo o caos. Não conheci meu pai, na verdade , não lembro dele. Um dia, escutei uma conversa da minha mãe no celular, dizendo algumas palavras:

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