Prólogo

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A dor no seu peito era forte, disso ela tinha certeza. Dessa vez ela conseguiria... Dessa vez daria tudo certo. As lagrimas rolavam em seu rosto, sentada ali no chão balançando-se de um lado para o outro. O seu quarto estava todo bagunçado, ela mesmo tinha o feito, jogado e quebrado tudo na parede. Morrer, era o que ela queria, pra tirar toda aquela vergonha que estava sentindo. O cheiro de sangue estava por todo lado. Não tinha forças pra se levantar e ir ao banheiro tirar toda aquela sujeira de si. Ela se sentia dentro do filme Carrie a estranha, tinha acontecido tudo igualzinho, o baile, o sangue, ela só não tinha poderes para se vingar daqueles tinha rido da sua humilhação, no filme Carrei podia muito bem se defender e tinha uma mãe que pelo menos lhe dava algum tipo de atenção, ela não. A única solução era a morte, que agora estava virando sua amiga intima, irmã de dor. Indo direto ao banheiro, assim que se viu no espelho se assustou com a própria imagem. O sangue escorria junto com as lagrimas. Seria melhor se ela morresse, seria melhor, ninguém sentira sua falta, ela apostava que ninguém iria ao seu enterro. Pegou o pote de calmante que estava em seu armário, e iria ser assim o seu fim, iria ser assim que desistiria. Os soluços altos, e ela não tinha mais forças pra abrir a tampa do pote. Céus como doía, mais tudo isso iria passar, tudo isso ia ter um fim, era só questão de coragem. Puxava a tampa com força mais de modo algum ela queria abrir.

-LUCY! - ela pode ouvir a voz do seu amado no andar de baixo, e apressou-se a tentar abrir o remédio.

- Lucy o que... Solta, solta isso! - ele chegou correndo segurando o pote de remédio.

- SAI DAQUI! - ela disse, enquanto lutava com o garoto.

- NÃO! - ele puxou com mais força, fazendo o pote abrir e todos os comprimidos caírem no chão.

- OLHA O QUE VOCÊ FEZ! - ela o empurrou contra a parede - ISSO É TUDO CULPA SUA... TUDO CULPA SUA! - ela gritava, enquanto o garoto não sabia o que fazer, estava assustado com tudo o que estava acontecendo, foi tudo tão rápido.

Ela se jogou no chão tentando pegar os comprimidos e colocá-los na boca, ele percebendo o que estava fazendo segurou seus pulsos pra fazê-la parar, mais a mesma já estava com alguns na boca tentando engoli-los. O garoto apertou o seu rosto tentando fazê-la cuspir, ate que conseguiu. Mais ela não desistia fácil, tentava se soltar dele só pra pegar mais, o que não conseguiu.

- ME SOLTA, ME SOLTA! - ela gritava desesperada.

- Calma Lucy ta tudo bem, eu to aqui - sussurrou em seu ouvido.

- NÃO! Eu quero morrer, eu quero morrer, me deixa morrer, por favor - se encolheu nos braços do garoto, enquanto chorava compulsivamente, sentindo seu coração aperta, a vista embaçada foi ficando turva, e logo foi consumida pela escuridão. A senhora que entrou no banheiro chorava sentindo uma dor no peito. Sua menina. Como não tinha percebido que isso estava acontecendo. Sentindo o olhar do garoto para si, correu até a sala ligando para a emergência, essa seria uma longa noite.

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