Capítulo Quatro

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POV# Lucy

Ah que ótimo, alem de me tirarem de perto do Daniel e do Cory ainda me colocaram no quarto daquela Barbie. Bufei sentindo o olhar delas sobre mim, enquanto guardava a minhas roupas no armário ao lado de minha pobre e velha cama, cara eles não poderiam ter colocado uma caminha melhor pra mim não. Vi Karina se levantar vindo em minha direção, e senti um arrepio na espinha. Assim que ficou ao meu lado ela deu um risinho, mexendo em minhas roupas jogadas pela cama. Mais que atrevida!

- Eu nem sei como uma pessoa pode se vestir assim olha isso - ela levantou minha calcinha do coragem, o cão covarde rindo com as outras garotas, A fala serio pelo menos ela cobri a minha bunda! Peguei com brutalidade minha calcinha de sua mão, indo em direção ao banheiro e as deixando comentar sobre as minhas roupas.

Entrei no banheiro tirando a minha roupa. Céus como eu estava cansada! Droga por que as coisas mudaram? Agora, nesse momento, era para eu esta lá na minha cabana com o rindo e comendo besteira, enquanto tentávamos descobrir o que o Cory estava fazendo. A água estava fria e assim que ela tocou o meu corpo quente fiquei arrepiada. Eu odiava tomar banho a noite, ainda mais com o pé assim, eu tinha que tomar todo o cuidado para não deixar a bota molhar. Sai rápido do chuveiro pegando a toalha e me enxugando. Eu as ouvia cochichar ao lado de fora. Eu não sei se teria coragem de dormi com essas criaturas bem ao meu lado, com toda a certeza o maximo que eu teria era um pesadelo ou acordaria com mel em meu cabelo. Assim que sai, vi que elas riam de algo e tinham uma cara maldosa. Ok, a cara que elas faziam não era nada legal. Ali tinha no maximo três garotas, e eu só sabia o nome de uma delas, Karina.

- Olha! Finalmente a songa-monga saiu, pensamos que tinha decido pela privada. - falou uma das cachorrinhas que corriam atrás da Karina, fazendo com que as outras rissem. Fui em direção a minha nova cama, tentando ignorá-las, mais foi difícil, quando uma jogadora de vôlei da escola pegou meu braço me fazendo virar. Olhei para sua mão em meu braço e voltei o meu olhar para o seu rosto. Ela tinha a pele de cor mais escura, e seus olhos eram castanhos, os cabelos lisos batiam na cintura, e ela tinha um sorriso misterioso nos lábios.

- Lucinda acertei? Olha, Karina quer que eu te ensine uma pequena lição. - disse, eu a olhei com uma cara confusa antes de senti uma ardência no rosto. Pela força que ela tinha usado, pra me dar o tapa, eu cai no chão, com uma expressão incrédula no rosto. Ela tinha me batido!

- Sua mãe nunca te ensinou que deve respeitar aqueles que são superiores a você? - falou em tom repreensivo, e eu ouvi risadas novamente. Ela se agachou no chão, e eu senti algo molhado em meu rosto. Passei a mão por ele sentindo nojo ao perceber que ela tinha cuspido. Droga, eu tinha a vontade de gritar, e mandá-las irem pra merda, mais eu não tinha coragem, na verdade, eu nunca nem matei uma mosca. A garota desconhecida se aproximou de mim, mais uma vez, e eu fechei os olhos ao senti a dor em minhas costas, que foram seguidas por outras e outras...

- Espera que tenha aprendido a lição querida Lucy. - Karina cuspiu meu apelido com desdém, e riu junto com as outras. Arrastei-me ate minha cama chorando, e ainda ouvindo as risadas ridículas delas. A dor em minhas costas não era nem comparado a humilhação, como eu as odiava, como eu queria que elas sofressem o mesmo que eu.

POV# Daniel

Assim que eu acordei, levantei rapidamente indo ao refeitório junto com o Cory. Estávamos esperando a Lucy e... Poxa como eu tava com saudades da minha pequena, Ah qual é, eu não gosto de ter ela longe, é crime. Eu olhava atentamente as garotas que passavam, querendo encontrar o rosto da minha melhor amiga entre eles, mas nada, ela não chegava de jeito nenhum, então decidir ir atrás da mesma avisando ao o Cory o que iria fazer. Vi a Karina e as suas amiginhas passando e rindo, e como eu sei que o sono de Lucy é leve deduzir que ela estaria acordada. Entrei na cabana vendo as camas já organizadas (o que incluía a de Lucy) e fui em direção ao banheiro onde eu ouvia pequenos barulhos.

- Lucy? - falei assim que cheguei à porta, tentando abrir a mesma -Lucy você ta ai? - disse novamente

- Vai embora! - ouvi sua voz manhosa do outro lado da porta.

- O que? Claro que não, vim ate aqui pra te busca. - ri.

- Não quero você aqui, vai embora! - disse mais uma vez. E eu pude a ouvir soluçar.

- Ta tudo bem Lucy? Abre a porta! - ela começou a chorar alto, e minha preocupação só foi aumentando.

-Lucy abre a porta! - eu batia na porta. Deus o que havia acontecido de tão grave, ontem estava tudo tão bem.

- NÃO, VAI EMBORA EU NÃO QUERO VOCÊ AQUI! - gritou, e o meu coração bateu forte.

- Não, eu não vou te deixar sozinha! Abre a porta iza deixa eu te ajudar. - falei suspirando.

- Por favor, vai embora! - ela chorou mais.

- Não! - disse firme, e acho que ela entendeu que eu não sairia dali sem a vela. A maçaneta em minha mão girou, e eu a soltei vendo a porta se abrir cautelosamente.

Uma Lucy apareceu com vários machucados no rosto, e um que ainda sangrava perto da boca, seu rosto estava molhado por lagrimas, que ainda não paravam de cair. Meu rosto com toda a certeza estava em uma expressão de espanto, o meu peito se enchia de preocupação, e em um ato impulsivo eu a abracei, ouvindo-a gemer de dor, o que fez com que eu a soltasse logo.

- O que aconteceu? - eu podia sentir a aflição em minha voz.

- E-u... Eu fui atropelada... É eu fui atropelada quando eu tive... Eu tive um pesadelo e eu fugi pra ficar perto de você, mais ai um carro veio em minha direção, e quando o motorista veio me socorre eu fugi pra cá de novo. - disse nervosa e chorando.

-Lucy... - passei a mão em seu rosto delicadamente, para não machucá-la. Qual é atropelada? Hum, e minha mãe é um anjo que caiu do céu. Não era hora para questioná-la, ainda mais depois ela ia se ver comigo. Peguei-a pela mão, a arrastando ate a enfermaria. Enquanto nós passávamos, as pessoas olhavam para nós espantados, pela situação da garota ao meu lado. Abri a porta branca da enfermaria, vendo uma mulher gordinha arrumar alguns medicamentos na prateleira. Fiz um barulho com a boca vendo a mulher nos olhar assustada, e logo em seguida dar um pequeno sorriso.

- O que aconteceu com você garota? - disse a senhora, chegando mais perto para poder analisar o rosto de Lucinda, a garota não respondeu e se deixou levar pela senhora. Lucy chiou enquanto a senhora cuidava dos seus ferimentos, assim que ela terminou senti minha barriga ronca... Droga eu tinha me esquecido de tomar café da manhã.

- Pode ir Daniel, eu vou ficar bem, e alem do mais eu não quero ficar ouvindo sua barriga ronca a toda hora. - Lucy disse mais eu não queria deixá-la sozinha, e ainda tinha que fazer algumas perguntinhas para a senhorita.

- Vai Daniel, eu vou descansa, e quando você voltar, trás um bolinho pra mim - ela riu meio que fazendo uma careta, eu lhe dei um beijo na testa. Fui em direção a porta saindo pela mesma, ouvindo Lucy gritar que queria o bolinho com recheio de morango. Andei pelos corredores, vendo que tinha poucas pessoas passando, acho que todas elas deveriam estar reunidas em algum lugar. Ah, lembrei de algo, onde é que esta o Cory? Eu tenho que conversa com ele sobre a Lucy, é urgente. Eu estava perdido em pensamentos, quando senti uma pequena, e quente, mão em meu pulso.

POV# Lucy

A enfermeira tinha saído pra fazer algo, e eu estava entediada quando, quando ouvi um barulho na porta. Será que era o Daniel? Mais tão rápido? E ele acabou de sair?! Olhei pra porta, senti um arrepio em minha espinha, assim que vi a imagem da jogadora de vôlei na porta.

- Correu para o seu amiginho Lucinda? Mas que pena que ele não vai poder te salvar. Vou te ensinar mais uma lição, não seja dedo duro, porque isso será pro seu bem. - ela riu, andando em minha direção, e eu engoli seco. Deus tenha piedade de mim!

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