Minha droga

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Olha, se tem uma coisa que amarga mais que pinga,
É a saudade.
E essa não tem remédio,
Não tem jeito de tirar, de curar.
Nem a pinga resolve.

Venho morrendo aos poucos,
Envenenada
Pela droga que criei.
Já tentei um antídoto,
Tomei ele no copo,
Na boca da garrafa,
E até na veia,
Mas definitivamente
Nada pode me salvar.

Tirar essa seca que consome meu peito,
E essas lágrimas que afogam meus travesseiros na madrugada.
Para piorar, elas não são capazes de lavar as lembranças
De tudo que vivemos.

Então o ar se vai,
O coração murcha, ainda mais.
A garganta amarra um nó cego que não consigo cortar,
Como disse, nem pinga
Cura.

Porque ela também me traz você,
Dando mais força à doença da saudade.
E quanto mais eu penso em você, mais forte ela fica.

E se eu te procurar,
Saiba que estou um pouco menos forte,
E muito mais à beira da sorte.
Porque talvez morrer traga aos meus pulmões
O alívio que aquela carteira não trouxe,
E me tire mais rápido desse lento e tortuoso
Leito de tristeza e tortura,
Que me lancei quando decidi que seria melhor ir.

Meu Ponto de VistaOnde histórias criam vida. Descubra agora