Acompanhe a última aventura de Dylan, na busca de arrumar seus erros em uma missão que envolve muito mais que seu universo. Ele encontrará variantes de si mesmo, algumas boas e outras nem tanto, com o objetivo de acabar com um mal em comum que ameaç...
Onze horas da manhã, faz quinze minutos que Dylan havia chegado das compras. Foi até o Brasil apenas para conseguir pegar um kilo de batatas. Elas não crescem mais na América do Norte e nem na Central e achá-las no mercado local é quase impossível. O resto ele já tinha em casa. Ele irá fazer uma receita simples que seu pai havia lhe ensinado, dois anos atrás, quando viviam em uma época mais simples. Dylan ajusta seu braço direito mecânico apenas o empurrando de volta no eixo, parece que ele havia travado, isso já vem acontecendo há uma semana. Em seguida, pega uma faca grande e começa a cortar as três batatas que ele havia descascado. As parte ao meio, depois, pega as metades e as corta de novo ao meio, porém, começa a cortar em cubos cada uma, em seguida as põe em uma panela com água para cozinhar. Ele faz o mesmo com duas cenouras, as corta em rodelas finas. Em seguida, as reservou em um pote ao lado. Depois de um tempo deixando as batatas cozinharem enquanto lia um livro sobre o cérebro humano, sem entender nada, ele o deixa junto com outros dois livros do mesmo tema o qual ele também não consegue compreender. O mesmo se levanta e abre um armário e tira de um recipiente plástico dois dentes do que parecia alho, porém, era azul, possui um gosto amargo porém agradável. Isso era uma espécie de alimento cultivado em algum planeta alienígena, sua composição é extremamente proteica. Isso, e mais outros diversos frutos naturais exóticos foram dados a Dylan por Albedo a um tempo. Depois de picá-los, Dylan os reserva em uma frigideira e parte para a cebola. Ele a cortou ao meio, vai usar apenas uma metade. Porém, conforme ele cortava a cebola, memórias vinham a sua mente. Memórias de seu pai ensinando a ele essa receita simples. Era tão cotidiana. Conforme ele o fazia, ele se segurava e tentava não deixar que lágrimas caíssem de seu olhos... sem sucesso. Quanto mais ele se lembrava, mais ele cortava e mais lágrimas caiam de seus olhos, sem saber de onde vinham essas lágrimas. Era por causa da cebola? Era por causa do tempo? o que era? o que... – O que te faz lacrimejar, Dylan Sanders? – Dizia uma voz que vinha do fundo do trailer. Dylan se assustou repentinamente e disse: – Que droga! – Ele reconhecia a voz. – Não usa a porta mais? Ele seca seus olhos usando o braco, parando de fazer o preparo dos alimentos. Dylan olha para a fonte do som. Olhando bem para o escuro. Ao sair das sombras do fundo do trailer, onde ficava a cama onde Dylan dormia, o Professor Paradoxo sai. Ao vê-lo, o Professor parecia estar da mesma maneira que foi da ultima vez que Dylan o viu, a dois anos, não mudou nada, nem as roupas. – Eu não to chorando. – Ele diz de maneira rude, se virando e depois colocando as cebolas cortadas na frigideira. – Era a cebola. – Entendo... Dylan cuida da frigideira enquanto refoga os alimentos dentro. Mas uma duvida veio a sua mente: – O que faz aqui? – Você deve saber. Ao ir para a geladeira, retirando um pacote de meio kilo de carne, ele o coloca na frigideira onde antes estavam a cebola e o fruto alienígena, o cheiro era bom para Paradoxo, que gostava de vê-lo focado na pequena cozinha. – Não me diga que temos notícias ruins. – Dylan fala para o Professor. – É uma pena mas... não é algo bom. – Paradoxo afirma. – É a fissura. A atenção de Dylan se voltou totalmente para as palavras de Paradoxo. – O que tem a fissura? – Dylan questiona. – O que eu mais temia está acontecendo. Ela está começando a abrir mais conforme o tempo passa e isso pode significar algo bem ruim.. Dylan começa a pensar em hipóteses para não ter que se envolver. Ele se lembra do fato de Paradoxo ser um viajante temporal. – Você não é o cara do tempo, por que não impediu isso antes de acontecer? – Primeiro... – Diz Paradoxo. – Mesmo que eu saiba as possibilidades de tudo, elas apenas se baseiam na causalidade dos atos que eu fizer, assim como os seus atos, logo, eu estou efetivamente impedindo que algo pior aconteça. Segundo, uma criatura daquela vive em um campo em que o tempo é nada mais que uma simples dimensão palpável como o chão que você toca, logo, eu não posso voltar no tempo em um lugar em que o tempo nem o afeta. Dylan sentiu uma soberba vindo de Paradoxo, ele sabia que teria que ir com ele, mas ele odiava esse fato. Ele levanta seu indicador direito dourado de sua mão mecânica para o rosto do paradoxo e diz: – Depois disso, eu não quero nunca mais te ver na minha vida. – A expressão facial de Dylan era bem séria. O boné que ele usava, feito pelo Albedo, cobria seus olhos nesse momento, o que lhe deixava bem amedrontador. Os dois ficaram quietos por um momento. Apenas o som do ambiente lhe ocupava os ouvidos. Porém, Paradoxo corta o silencio dizendo: – Se ficar assim por mais quarenta segundos vai queimar a carne. – Droga! – Dylan afirma ao lembrar-se da carne. Mais tarde, depois de pensar no que Paradoxo diz, o destino de se unir a essa missão foi concretizado, como o próprio Paradoxo já havia calculado. Dylan saiu do trailer que Max Tennyson havia emprestado a ele e começou a observar o pôr do sol por alguns minutos. Vendo seu brilho ser coberto pelo horizonte plano do deserto que cobria o interior inteiro dos Estados Unidos. As rachaduras no céu pareciam refletir os raios de luz, fazendo-o sempre se lembrar daquele dia. Depois desse último brilho passar pelos seus olhos, ele sabia que a missão iria começar, então ele apreciou bem aquele momento antes de se preparar. Dylan coloca sua melhor camisa, cor vinho avermelhada. Calça seu tênis escuro cujo modelo clássico era preto com a marca dourada. Em seguida, bota a sua jaqueta favorita, branca e dourada nos ombros. Dobra a manga direita para não enroscar nas engrenagens descobertas da ligação entre seu braço e antebraço mecânico e, por fim, coloca seu boné branco, com aba curvada, da cor preta e envolta em um metálico dourado que se conectava ao centro do boné, onde ficava, em meios aos circuitos e conexões, o Omnitrix, cintilando luz.
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Ao abrir a porta da saída do trailer, lá estava ele, Doutor Paradoxo, esperando por Dylan. – Para onde vamos? – Ele pergunta. – Para um lugar que somente o Paradoxo esteve. Vendo a si mesmo e cruzando seu próprio caminho, além do próprio tempo. Dylan não entendeu o que ele disse, mas sem se importar muito com isso, ele desse e tranca o trailer. Aonde aproximar do Professor, Paradoxo toca em seu ombro e, em um piscar de olhos, os dois sumiram do deserto onde estavam. Um clarão de luz branca e uma tontura invasiva tomou a mente de Dylan, ele viu algo, era estranho. Ele viu por um breve momento um céu azul. Quando ele menos percebeu, ele se percebe em um lugar frio, fechado. Era uma sala. Paradoxo, que está ao lado dele, abriu uma porta e disse: – Bem vindo ao meu espacinho pessoal. Os dois saíram do lugar e, ao ver o ambiente, Dylan sentiu que esse lugar era como uma fortaleza tecnológica, porém, parecia vazia de pessoas. No centro, havia o que parecia um pedestal. Era estranho. A frente do pedestal, depois de uma passarela, havia um mecanismo. nas extremidades desse ponto central, havia passagens para outros setores dessa fortaleza paradoxal. Ao ver as grandes janelas do lado de fora e ver o que pareciam estrelas no grande vazio, Dylan pergunta: – Onde estamos? Orbitando a Terra? Paradoxo ri com a pergunta. – Estamos no espaço entre os universos. Isso à sua frente, jovem Dylan, é o Hyperverso, a barreira que há entre universos, nesse grande e brilhante conglomerado chamado de Multiverso. O olhar de Dylan para isso era nostálgico e curioso. Ele se lembrou de uma aventura que teve envolvendo o Multiverso e uma Defesa Cósmica. Porém, os pensamentos pararam após sentirem um grande tremor, era estranho. – O que foi isso? – O que viemos destruir. – Afirma Paradoxo. Dylan olha para as janelas, sem ver nada, e pergunta, estando muito confuso: – Vem cá, você tem algum animal de estimação? – Não, né? – Afirma o Paradoxo. – Tem uma coisa, que está bem longe de nós . No escuro. Esse tremor foi essa coisa tentando forçar a fissura no seu universo. Ele apontou o dedo para um ponto vermelho bem pequeno e distante, em meio a tantos outros pontos luminosos nessa infinita vastidão da janela. Dylan o observa. – Ok. Como vai ser? eu vou até lá e esmurro a coisa? – Não. Você só precisa fechar a fissura. – E como eu faço isso? – A fissura que se abriu no seu universo é um atalho. Não é muito convencional para essas criaturas entrarem nos universos apenas indo até elas, criaturas esotéricas como essas dispõem de muita energia negativa, elas não conseguem passar pela camada externa do universo. Por isso usam fissuras já abertas. – Que ótimo... – Dylan afirma, com sarcasmo. Paradoxo não diz mais nada, enquanto vai até o mecanismo à frente do que era o pedestal no centro da sala. – Ainda não explicou como eu fecho aquilo. – Meu colega... eu também não sei, mas acredito que a resposta para a sua duvida está aqui. Após dizer isso, um holograma surge do mecanismo e nele mostrava várias coordenadas confusas. – Você vai ter que se encontrar – Paradoxo afirma. Dylan se aproxima dele, estando impaciente de tantas frases confusas. – Principalmente essa versão... – Paradoxo finaliza. – Ai cara, eu já não queria vir e agora você vem com gracinha... só me explica direito o que eu tenho que fazer, que eu faço! Após pressionar alguns botões, o sistema do pedestal se ativa, emanando uma luz. Isso chamou a atenção de Dylan. Paradoxo enfim vai até ele e o entrega um dispositivo que possui apenas um botão. – Preciso que você se encontre. – Paradoxo diz. Paradoxo olhou fixamente para Dylan depois disso. Era uma confiança genuína que ele sentia pelo jovem rapaz. Por algum motivo, minguando do coração, Dykan sabia que teria que fazê-lo. Com isso, ele caminha até o pedestal, onde sobe os três degraus e fica em meio a luz. Um som de motor intenso e regular domina seus ouvidos, até que, enfim, tudo para. Dylan sumiu.