EPÍLOGO

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– Então é isso? – Âmbar pergunta para Dayla depois de fecharem o portal.
– Dylan ficou lá fora.
Os dois ficaram parados olhando para o nada sem saber o que fazer. O vento batia nas costas deles, vindo do sul.
– Caramba... não tem como sair daqui. – Âmbar concluiu.
– Que pena, né? – Disse uma voz que eles reconheciam. Os dois se assustaram, mas ao olharem para trás, eles veem Dylan, com suas mãos nos bolsos da jaqueta. Paradoxo estava ao lado dele.
Os dois correram até ele, felizes por ele estar bem. Dylan até se assustou. Os três se abraçaram nessa hora como se fossem colegas de time que ganharam um jogo importante. Para cada um deles, isso era abraçar a si mesmo.
– Aproveite, Dylan. – Paradoxo afirma. – A única pessoa que o ser humano não consegue abraçar é ela mesma.
Depois do momento emotivo, todos desceram de onde estavam. Dylan não pisava nesse campo a um bom tempo. O campo daquele grande confronto. O céu começou a clarear, como se o vento forte empurrasse a sombra.
Ao olhar para o céu, Dylan viu que a Lua também estava se movendo brevemente. O céu ficou mais azulado, e as rachaduras sumiram. Estava normal.
mbar olhou para trás, algo chamou sua atenção. Eram sons de algum veículo. Os três fizeram o mesmo, olhando o horizonte. Um carro se aproximava numa grande velocidade, era o infame carro de Kevin. Ele parou próximo deles e, ao sair e ver todos lá, Kevin observa atentamente mbar e Dayla, que acenam para ele com um sorriso típico que Dylan sempre costumava fazer. Com isso, ele diz:
– Tem mais dois de você?
Os dois riram, Dylan sorriu apenas. Mas era felicidade genuína. Kevin olhou para cima, sem ver nenhuma fissura. Ele não disse nada, mas sentia uma gratidão e alívio enorme.
– Vai ter que contar para todo mundo como fez isso acontecer. – Kevin afirma para Dylan.
– Não foi só eu quem fechou isso. – Dylan afirma, olhando para Dayla e Âmbar nesse instante.
Todos estavam aliviados, mas ainda havia algo que deixava Dylan preocupado. Mas, como se fosse uma grande coincidência, ou alguma tramoia do destino, uma luz brilha intensamente atrás deles trazendo justamente aquilo que o preocupava.
Ao olhar para trás, Dylan vê um rosto semelhante ao seu, cujos olhos refletiam o universo, era Áureo. O mesmo fez um gesto com o rosto, balançando a cabeça positivamente. Atrás dele saiu uma pessoa. Era justamente a pessoa que Dylan mais queria ver.
Ele correu até ela, ela fez o mesmo. Como se fosse uma corrida interminável, um indo de encontro ao outro mas pareciam nunca se alcançar. Mas, não tinha problema pois Dylan sabia que poderia estar vendo ela por mais um tempo. O rapaz pega a aba de seu boné e o puxa de sua cabeça, Dylan joga o boné no chão na mesma hora como se tirasse um peso.
Eles estavam próximos, tão próximos que Dylan já ergueu os braços, na hora que finalmente se encontram, se abraçam. Um eterno abraço. Emma o apertava com força, Dylan fazia o mesmo. Quando ela retirou seu rosto do apoio que o ombro de Dylan proporciona, ela olha o rosto dele, admira. Dylan fez o mesmo.
– Você está de bigode! – Ela diz, com extrema felicidade e ânimo.
– Eu estou. – Ele sorria para ela. Sem medo de demonstrar a alegria.
Emma olha para o lado, vendo Kevin, Paradoxo, Âmbar, Dayla e Áureo. Eles estavam contentes com aquela cena. Apenas os observando. O calor, a aridez, o cansaço, tudo era suportável para eles agora. Pois o que eles sentiam nesse momento era: conclusão.
No fim, todos sabiam das ameaças que aflitivamente seus universos, e agora, podem escolher como as enfrentar.
Âmbar sabia como conter a ameaça de Diagon em seu universo antes de ela começar, graças a Dylan. Dayla inicia sua busca pela Força Alienígena, pois graças a Dylan, aprendeu que nem tudo poderia ser feito sozinha. Áureo toma um novo objetivo, quebrar as barreiras de suas habilidades e se alcançar algo que nem ele entende o que, ainda.
Dyl, mesmo que sacrificando sua liberdade, exerce seu novo papel com orgulho, pois ele tem uma nova chance de fazer o bem. Paradoxo continuará seu papel de sempre, gerar paradoxos ou consertar os mesmo, dependerá dele e do tempo apenas.
Dois meses depois de toda a aventura, Emma acorda da cama. A luz passava aos poucos pela janela. Seu colar, com dois amuletos, brilhava levemente em seu tom roxo. Ao abrir a porta, ela passa pelo pequeno banheiro do corredor, estava na Lata-Velha, um cheiro agradável dominou seu olfato.
Ao chegar até o centro do trailer, ela vê Dylan, cozinhando. Ele olha para Emma nessa hora e diz:
– Não vou errar essa receita dessa vez.
– O que você está fazendo aí?
– É simples até... era a carne refogada que meu pai fazia, lembra?
Emma adorava essa receita. Ela se lembrava do sabor.
Dylan corta as cenouras em rodelas, as batatas ele corta em cubos, as coloca na água fervendo. Separa uma metade de cebola, e começa a picotar ela. O cheiro da cebola fazia seus olhos arderem, mas ele não lacrimejava dessa vez.
O rádio estava ligado nessa mesma hora. Sintonizando uma estação de uma pequena cidade próxima. O rádio tocava as canções do período matutino como sempre, porém, dessa vez, uma notícia urgente interrompe a programação.
Dylan estava havia acabado de pegar o fruto alienígena azul quando ouviu o que as notícias diziam:
– Uma gangue de palhaços motorizada assalta o banco da pequena cidade de Mount Bompass. — A cidade ficava perto de onde eles estão agora. – Cinco pessoas se feriram e estima-se que dinheiro foi roubado dos cofres do único banco da cidade. A gangue foge de motos seguindo pela rota 66 no sentido Leste, parece estar acompanhada de um grupo de palhaços de circo.
– Dylan... – Emma diz, desligando o fogo da panela, os dois entendiam o que terão que fazer. – Me dá uma fruta alienígena, não quero passar fome.
Dylan o faz, ele pega uma fruta na geladeira, entrega a Emma e, enquanto come, vai até o quarto. Dylan coloca seu tênis, modelo clássico cuja cor é preta com a logomarca dourada. Em seguida, veste sua jaqueta branca, com as partes do ombro douradas. Por fim, pega seu boné que estava no painel do trailer.
Ao colocá-lo, ele se vira e vê Emma com seu traje especial, cujas partes dos ombros, joelhos, coxas e braços eram cobertas por peças de armadura, sua espada estava sem suas costas. A Mancha Púrpura estava pronta.
Os dois descem do trailer, caminhando pelo caminho de terra onde a lata velha estava estacionada, próxima a estrada. Dylan parecia pensar em algo nessa hora. Ele então diz:
– Estava pensando em algo. – Ele pensava no que ia dizer com clareza. – Estamos bem, o mundo está mais seguro apesar de ainda ter alguns ladrões de galinhas por aí, encanadores estão por toda parte, podemos ir para onde quiser...
Em seguida, os dois dizem coisas diferentes, mas ao mesmo tempo.
– Vamos viajar – Emma propôs.
– Vamos viajar – Dylan propôs, tirando de seu bolso o dispositivo do Paradoxo que o levaria de volta para a fortaleza.
Enfim, os dois disseram ao mesmo tempo:
– Quero.
Eles sorriram um para o outro nesse mesmo instante ansiosos com o que poderiam fazer.
–Tem uns universos bem bacanas por aí para a gente conhecer. – Dylan afirma. – Sabia que tem uma versão minha que é um cachorro?
– Sério? – Emma pergunta com surpresa. – Será que tem uma versão minha assim também?
– Vai saber, né... a gente podia adotar um cachorro.
Emma concordava com ele. Ao mesmo tempo os dois olharam para o chão, depois para cima. Dylan se transformou em um Sonorosiano Supremo, Emma saltou, e juntos, eles voaram pelo céu na velocidade de um jato. Cortando as nuvens que passavam e atingindo velocidades incríveis. Em direção ao mal, como nos velhos tempos. Pois é isso que eles fazem.
Independente do universo em que estão.
Independente de que variante eles são.
Independente da idade que possuem ou do nome que lhes foi dado.
Eles sempre serão... heróis.

 heróis

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