Petra
Ela estava mais uma vez lá, no momento em que teve seu maior fracasso, uma mulher a carregava nos braços enquanto corria e o homem a frente gritava para que a mulher continuasse, enquanto balançava nos braços de sua mãe ela via homens de armadura correndo na direção oposta e ouvia os gritos das pessoas, o homem a sua frente, seu pai, mandou que as duas continuassem a correr.
- Leve-a para longe daqui, se escondam e eu logo acharei vocês, eu prometo. - Ele dizia para sua mãe, mas ela negou com a cabeça.
- Não minta para mim! - Gritou sua mãe enquanto lágrimas escorriam por seu rosto. - Se você voltar lá vai morrer... venha conosco, venh... - Ela foi interrompida quando uma grande criatura negra pouso no chão atrás de seu marido e o medo a paralisou.
- Corra! Agora! - O marido vociferou enquanto se voltava para a besta e erguia a espada suja de sangue que tinha nas mãos.
Sua mãe fez menção de se virar mas logo outra fera idêntica a anterior surgiu atrás de si, eles estavam cercados, seu pai então se posicionou de lado para que pudesse fitar ambos os demônios, ele as colocou atrás de si enquanto recuava até parar quando bateram em uma parede, não havia para onde ir seus pais perceberam entretanto, um momento depois outro grupo de soldados surgiu e começou a atacar os demônios, seu pai mais uma vez mandou que sua mãe corresse, ela estava prestes a fazê-lo quando a parede atrás deles explodiu os arremessando para frente e fazendo o mundo escurecer.
Quando a poeira baixou e a menina recobrou a consciência ela notou que sua mãe estava ao seu lado e tentava se levantar enquanto sue pai estava de pé afastando as feras, a menina chorava e implorava que isso parasse, que os monstros sumissem e que seus pais não estivessem machucados, que a perna de sua mãe não estivesse daquele jeito horrível e torto, mas suas preces não foram ouvidas seu desejo não foi realizado, seus pais morreriam e ela não poderia fazer nada para impedir, com isso o medo e a raiva lhe dominaram, em um segundo seus pais estavam fazendo de tudo para tirá-la de lá, no outro uma chama começou a devorar tudo, ela estava cercada pelo fogo, todos ao seu redor estavam gritando, soldados, demônios, seus pais, tudo a sua volta queimava sem parar exceto ela, não estava quente e não parecia haver calor algum, o fogo parecia vivo, ela tocava as chamas mas não sentia nada, ela tentou se aproximar de seus pais mas o fogo não deixava, isso só fez com que ela chorasse ainda mais, a menina implorou que o fogo os salvasse mas ele não o fez, ela pediu que ele parasse e mais uma vez não foi ouvida, ela gritou e gritou para que o fogo parasse de machucar seus pais mas de nada adiantou, então ela permaneceu ali entre as chamas até que nada mais restasse.
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Feyr
Feyr acordou não quando sentiu que a temperatura do quarto havia subido, ele acordou quando sentiu a mudança no ar, no cheiro dele, era fumaça, ele se levantou de supetão para encontrar a origem do fogo mas, no lugar do que ele esperava ser uma cortina queimando por causa de uma vela acesa, ele encontrou Petra envolta em um casulo de chamas assim como a cama enquanto se debatia nela, ele pensou em correr para a sala de banho e pegar água mas percebeu que além de aquele fogo não ser normal demoraria tempo demais para conseguir a quantidade necessária de água e chamar Murad estava fora de cogitação, então sua melhor e única escolha era tentar acordar Petra.
Ele não sabia o quanto tinha se transformado em demônio, mas esperava que não o suficiente para ter a vulnerabilidade contra as chamas que eles possuíam, então, sem parar para pensar o quanto aquilo era idiotice ele saltou para dentro do fogo, a distância entre a parede de chamas e o centro não deveria ter mais que dois metros mas, a cada passo que ele dava mais para o centro o calor aumentava gradualmente, ele já estava na beira da cama quando o calor se tornou quase insuportável, ele então agarrou Petra pelos ombros, ela ardia como forja de ferreiro, bolhas começaram a surgir nos braços dele e sua narinas foram invadidas pelo cheiro de carne queimada, Feyr tentou balançá-la mas ela continuava a se debater, ele a envolveu com os braços e pensou em levá-la a sala de banho mas, de nada adiantaria pois ela estava tão quente que transformaria a água da banheira em vapor, ele estava ficando sem opções, uma quase lhe invadiu a mente mas ele nem sequer cogitaria essa possibilidade.
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Nascido das Cinzas
ActionEm meio aos corpos, tanto de aliados quanto de inimigos, um jovem ainda persiste, não por honra, não por um motivo nobre e altruísta, mas por sua raiva, sua determinação e sua sede de vingança contra aquele que permitiu que tal horror manchasse a te...