Capítulo 4

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Cidade de Baste, uma cidade visivelmente dividida entre pobreza e riqueza, haviam três níveis de muralhas na cidade, quanto mais no centro melhor era a proteção da cidade, proteção essa que era mais que necessária já que, era uma das cidades mais próximas da fronteira com o reino do inferno, em todas as três muralhas havia quatro portões de entrada, um em cada ponto cardinal, a partir da primeira muralha já se tornava óbvio o tamanho da pobreza com que o povo sofria, casas de barro e madeira empilhadas umas sobre as outras, calçadas imundas, ratos e outros animais imundos vagavam livremente pelas ruas, pontos de prostituição, mercados de escravos, esse último fez com Feyr quisesse vomitar.

Depois de algum tempo conseguiram chegar a guilda para caçadores de demônios, um prédio relativamente bem construído, feito em pedra negra com quatro andares, a construção se localizava a poucas ruas de distância do portão de entrada leste da muralha do meio, quando chegaram ao prédio desceram dos cavalos e os prenderam a um amarradouro que ficava ao lado da entrada e então começaram a esvaziar a carroça.

- Victor, Caleb e Elijah, vocês cuidam dos errantes. - Murad começou a distribuir as tarefas. - Marta cuide dos cavalos, Petra e Layla, vocês levam o cão-de-caça cortado, Feyr você me ajuda com o outro. - Quando ele terminou Feyr falou.

- Você e Petra cuidam do outro, eu levo esse sozinho. - Antes que Murad pudesse discutir ele agarrou corpo pela cauda e o jogou por cima dos ombros sem qualquer dificuldade, quando voltou a encará-los todos estavam atônitos. - O que? Eu parti um desses com as mãos nuas, isso aqui não é tão impressionante. - Com essa declaração todos saíram de seu estupor e voltaram às suas tarefas.

- Muito bem então, Layla fique com Marta mas sem gracinhas, qualquer problema chamem Caleb entenderam? - Ele perguntou sério.

- Sim senhor. - Responderam em uníssono e depois começaram a rir enquanto o restante do grupo se afastava.

Para entrar no Prédio era necessário passar por um imenso par de portas feitas de puro ferro, o lado de dentro era horrível e mal iluminado, fedia a mijo, cerveja e sangue seco, se de humano ou de demônio Feyr não sabia, entretanto, ignorando o estado do lugar, durante um possível ataque, aquele local era um dos mais seguros da cidade pois várias proteções cercavam cada parte do prédio, proteções essas que impediam que qualquer demônio vivo adentrasse o local, isso fez com que Feyr respirasse aliviado já que, quando passou pelas portas, nenhuma das proteções do lugar foi ativada, enquanto passavam, todas as conversas do salão cessaram, se pelo fato de que o grupo havia matado dois cães-de-caça ou por ele estar carregando um cadáver inteiro sozinho Feyr não sabia, eles então chegaram a um balcão onde um homem de aparência mais velha, talvez mais até que Murad, estava sentado do outro lado lendo algo em uma folha de papel, talvez um relatório ou coisa parecida, o homem então levantou os olhos da folha encarando Murad e depois se levantou para cumprimentá-lo.

- Quanto tempo velho amigo. - Ele estendeu a mão e Murad a aceitou.

- Fiquei fora duas semanas Coleman. - Ele disse ainda apertando a mão de Coleman.

- Quando chegar a minha idade você vai ver que, cada semana a mais que se está vivo é um milagre. - Ele disse a Murad.

- Você não é nem uma década mais velho do que eu. - Ele respondeu e isso fez Coleman rir.

- Muito bem, muito bem, por que não vamos direto aos negócios? O que tem para mim? - Como se esperando a deixa, os três colocaram as caixas de tamanho mediano que carregavam contendo pedaços de demônios em cima do balcão e Petra colocou a parte anterior do cão-de-caça logo ao lado delas e Murad fez o mesmo com o restante, com medo de o balcão ceder Feyr continuou a segurar o demônio.

‐Oito errantes e dois cães-de-caça. - O hemom mais velho parecia ter visto um fantasma enquanto encarava o cadáver da besta depois se voltou para Murad com os olhos arregalados.

Nascido das CinzasOnde histórias criam vida. Descubra agora