Capítulo 7:

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Já eram mais de oito horas quando entrei no apartamento de Matt e o encontrei sentado no sofá modular branco com Dom, segurando uma taça de vinho tinto com as duas mãos.

Meu marido preferia móveis mais tradicionais, mas dava para ver alguns toques pessoais de sua mãe e de seu colega de apartamento na decoração. Não que eu não gostasse das peças escolhidas por Christina e Dom, mas ansiava pelo dia em que dividiria um lar com Matthew que refletisse nosso gosto e o de mais ninguém.

Mesmo assim, aquele apartamento sempre seria um lugar especial para mim.

Jamais me esqueceria da maneira como encontrei Matt nele pela primeira vez. Nu sob um robe de seda que ia até as coxas, com o rosto pronto para sair, e uma tornozeleira de diamantes reluzindo para mim. Provocando. Perdi totalmente as estribeiras. Eu o ataquei com a boca e com as mãos, penetrando-o com os dedos e a língua. Não cheguei nem a pensar em levá-lo ao "matadouro". E, se tivesse cogitado a hipótese, não teria conseguido esperar. Ele era diferente de todos os outros. Não só por ser quem era, mas também pela pessoa que eu me tornava ao seu lado.

Eu não ia permitir que a administração do edifício alugasse o apartamento depois que ele saísse. Era um lugar que continha muitas lembranças, boas e ruins.

Cumprimentei Dominic com um aceno de cabeça e fui me sentar ao lado de Matthew.

Ele estava vestido para sair, enquanto Matt usava uma camiseta das Indústrias Shum e estava de cabelos presos. Pela maneira como os dois me olharam, vi que havia alguma coisa errada.

Tínhamos alguns assuntos para discutir, mas o que quer que estivesse incomodando Matt era prioridade.

Dom se levantou.

— Já estou indo. Qualquer coisa me liga.

Matt fez que sim com a cabeça.

— Divirta-se.

— Pode deixar, gato.

Ele fechou a porta atrás de si, e Matt apoiou a cabeça no meu ombro.

Envolvendo-o com o braço, eu me ajeitei no sofá e o puxei para mais perto.

— Fala comigo, meu anjo.

— É Megumi. — Matt suspirou. — Ela estava gostando de um cara, mas as coisas não iam bem. Ele desaparecia e reaparecia quando desse na telha, não queria saber de compromisso. Ela terminou tudo. Mas depois de um tempo, ele apareceu de novo, e Megumi permitiu que se aproximasse. Eles tiveram a ideia de experimentar um pouquinho de sadomasoquismo, mas as coisas saíram do controle.

A menção ao sadomasoquismo me deixou em alerta. Passei as mãos por suas costas e o puxei para junto de mim. Eu tinha paciência de sobra para que meus desejos não entrassem em conflito com os medos dele. Até esperava alguns contratempos, mas não queria que as experiências fracassadas de outras pessoas se tornassem obstáculos para Matt e para mim.

— Parece ter sido uma má ideia desde o começo — comentei. — Pelo menos um dos dois deveria saber o que estava fazendo.

— O problema foi esse. — Matt se afastou para me olhar. — Falei sobre isso com Megumi. Ela disse não, e várias vezes, mas então foi amordaçada. Ele se divertiu com o sofrimento dela, Harry. E agora está aterrorizando a menina com mensagens e fotos que tirou naquela noite. Ela pediu para ele parar, mas não adiantou. O sujeito é doente. Tem alguma coisa errada com ele.

Refleti sobre a melhor maneira de responder. Apostei na indiferença.

— Matthew. Ela terminou com o cara, depois permitiu uma reaproximação. Ele pode achar que ela não está falando sério.

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⏰ Última atualização: Nov 03, 2022 ⏰

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