ᴊᴜʀᴀᴍᴇɴᴛᴀᴅᴀ - aemond targaryen

𝟘𝟜

Illyana analisava a espada em sua mão enquanto era possível escutar os murmúrios do grupo de pessoas que estavam ali, a ideia de ver uma mulher lutar os intrigava. Um pequeno sorriso desdenhoso surgiu em seus lábios assim que voltou a olhar o príncipe. Tão estúpido, pensou a Targaryen.

— Isso é mesmo necessário, príncipe Aemond?—

Perguntou Cole segurando o antebraço do rapaz, que se soltou agressivamente demonstrando o quão ferido seu ego estava. Tudo aquilo soava como um insulto, não precisava da proteção de ninguém, muito menos de uma mulherzinha arrogante.

— Ela está aqui para me proteger, não é? Preciso saber se ela é mesmo capaz de fazer isso.—

Sua voz soou irônica assim como o pequeno sorriso presente em seus lábios, tinha certeza de que ganharia aquilo. Ao seu ver, Ana não passava de uma nobre jovem orgulhosa que estava ali por conta da patente alta de seu tio Harrold.

O comandante sentia seu estômago revirar de tamanho nervosismo, não tinha dúvidas da capacidade de sua sobrinha, mas sabia o quão habilidoso o príncipe era. Em um ato impensável, Harrold se põe a frente de Illyana, que se apressou a passar por seu tio, indo até o centro do círculo formado por pessoas curiosas.

— Tem toda razão, meu príncipe. Deixe-me mostrar como irei te proteger...—

Sua confiança era notável, fazendo com que alguns dos telespectadores fizessem suas apostas na bela moça imponente. Aemond sorri, indo até à moça enquanto rodava a espada habilidosa em sua mão, estava ansioso para testa-la.

A jovem olha na direção de seu tio apertando o punho da espada que segurava, avançando para cima do rapaz, que se assustou com tal ação. As espadas se chocavam com tamanha violência, fazendo com que todos ali presentes sentissem uma emoção caótica.

Illyana visivelmente não era a mais forte, mas certamente era a mais ágil e conseguia muito bem usar isso a seu favor. Era extraordinário os ver lutar, ambos executavam golpes com maestria e destreza. O ego era a principal coisa em jogo, os deixando sedentos pela vitória... típicos Targaryens.

Cada movimento da loira parecia tão familiar para Criston, que analisava especialmente a mulher. Era tão intrigante, já havia visto aquele estilo de luta majestoso e agressivo em algum lugar...mas onde?

Em meio a luta, Aemond se sentiu encantado ao vê-la lutar daquela forma, certamente não esperava por aquilo. Já não tinha certeza se ganharia aquele duelo, perdia o controle a cada segundo.

Apesar de sua pesada armadura em relação a seu peso, conseguia desviar das investidas do príncipe com destreza. E em um descuido fatal, Aemond se viu cara a cara com a ponta da espada de Illyana, fazendo com que sorrisse erguendo suas mãos em forma de rendição.

— Isso é o bastante para você, príncipe Aemond?—

Illyana questionou abaixando sua espada, podendo então ver claramente o rosto do príncipe. Os jovens se encaravam intensamente, ambos ofegantes enquanto escutavam a moça ser elogiada pelas pessoas que os cercavam.

— Por hora, Lady Ana.—

Aemond diz sem conseguir desviar seu olhar da jovem, que esboçou um pequeno sorriso antes de se reverenciar ao rapaz.

— Continuaremos a treinar, príncipe?—

A voz de Cole fez com que o Targaryen finalmente desviasse sua atenção da mulher, olhando para o cavaleiro a sua beira.

— Isso é o suficiente por hoje. Comandante, sir Criston...—

O príncipe diz antes de se virar, começando a caminhar rumo ao interior da fortaleza torcendo mentalmente para que Ana o seguisse. Talvez não fosse tão ruim ser acompanhado por ela... ela até que poderia ser útil.

Illyana sorriu escutando todos aqueles elogios enquanto entregava a espada a Criston e então olhou na direção de seu tio, que fez um sinal para que fosse atrás de Aemond e assim o fez. Caminhou apressadamente a fim de alcançar seu mais novo protegido.

— Vai mesmo ficar me seguindo?—

O príncipe questionou assim que escutou os passos da menina atrás de si, não contendo um pequeno sorriso em seus lábios.

— É o que juramentados fazem.—

Respondeu Illyana escutando a risada do príncipe, a fazendo revirar os olhos. Quando ele pararia de ser tão irritante?

— Faz tempo que não tenho um juramentado só para mim e sabe por quê?—

Indagou Aemond assim que chegaram ao corredor vazio onde se encontrava a porta de seu quarto.

— Por que nenhum te suportou...—

Murmurou Illyana em um baixo tom, fazendo com que o homem virasse instantaneamente desacreditado no que havia escutado.

— O que disse?—

Questionou dando um passo à frente, ficando cara a cara com a loira, que engoliu seco com toda aquela proximidade, desta vez se esforçando para escolher bem o que diria.

— Por que não sobrou nenhum?—

Aemond arqueou uma de suas sobrancelhas assim que a escutou e então soltou uma risada nasalada.

— Porque eu não preciso de um. —

Disse analisando o rosto da menina a sua frente, que olhou em volta tentando mascarar o quão sem jeito estava com aquela situação.

— Oh, é mesmo? Não foi o que me disseram.—

Voltou a olhá-lo após dizer tais palavras, o vendo rir enquanto se afastava, começando a caminhar novamente.

— Você é respondona demais para uma serva, não acha?—

Illyana voltou a o acompanhar, sentindo seu estômago gelar ao escutá-lo. Era seu primeiro dia e já estava estragando tudo, precisava se controlar mais. Não chegaria longe se continuasse a agir daquela forma.

— Peço perdão, meu príncipe. Não era minha intenção...—

Disse contra sua vontade, fazendo com que Aemond a olhasse de relance. Gostava de ter alguém para o questionar e o tratar como se não estivesse com medo.

— Eu não estava reclamando.—

A face de Illyana revelou o quão confusa estava com as palavras do príncipe Targaryen, que suspirou pesadamente antes de abrir a porta de seu quarto.

— Busque água fresca para meu banho.—

Ordenou enquanto adentrava seus aposentos, fechando a porta sem ao menos esperar uma resposta da moça. Illyana permaneceu olhando a porta por um tempo, precisava digerir o que tinha acontecido.

— Merda.—

Murmurou um tanto perdida, aquilo definitivamente não era sua função. Olhou em volta a procura de alguém para ajudá-la, bufando ao ver que estava sozinha por ali. Então começou a caminhar em busca de algum criado para ajudá-la.