You and I - Larry Stylinson

Verdade Subestimada

Devia ter seguido o conselho dado,
mas nunca fora deliberante.
Apenas não diga que não foi avisado,
justamente por quem chamou de delirante.

O que traz a resposta esperada
e a libertação de um peso carregado
é a verdade há muito subestimada
por um coração já calejado.

Uma mensagem a ser entregue,
dois amantes a serem separados.
Desta vez escute e diálogue,
não encerre o que nem foi começado.

✨❤️‍🔥✨

- Colocando as garrinhas para fora, filho? - Me assusto mais pelo poder exalado pela voz do que pela repentinidade da fala. Nunca estive na presença de um deus antes, essa situação é no mínimo intimidante.

Deixo de olhar para meu reflexo me viro para a direção da qual o som veio. Percebo Zayn seguindo em passos confiantes a mesma direção que meu olhar. Relutantemente, vou atrás dele, assim como os outros semideuses.

Adentramos um grande salão, todo escuro e decorado com caveiras e algumas pedras preciosas. Ao centro, há dois enormes e imponentes tronos, um deles, o vazio, sendo decorado com ramos e flores, enquanto o outro contém crânios esmagados em sua parte inferior. Neste último, está sentado um homem muito alto, eu diria que tem por volta de dez metros de altura, com cabelos e olhos ainda mais escuros que as paredes ao nosso redor e a pele tão pálida quanto neve na praia.

Ele nos encara curioso quando nos deslocamos à frente de seu trono cravejado com a morte.

- Se o senhor estava escutando, não seria mais fácil ter simplesmente mandado que nos deixassem entrar? - Zayn questiona com uma sobrancelha arqueada e a língua afiada, assim que para perto do deus. - À propósito, olá, pai. - Termina com um sorriso e uma pequena reverência com a cabeça em sinal de respeito.

- Mas é claro que não, os dias aqui embaixo têm sido entediantes, me distraí vendo como se sairia lidando com eles. - Hades usa um tom de brincadeira, mas não sorri enquanto fala. - Olá meu pequeno e soberbo filho, é bom vê-lo novamente. - O Deus faz a mesma reverência que seu filho, demonstrando o respeito mútuo presente na relação dos dois. - Mas os guardas estavam certos, sabia? Não gosto de receber visitas inesperadas, ou esperadas, na verdade. - Hades faz uma pausa e move seu olhar de Zayn para mim e os outros semideuses presentes, nos encarando com um semblante fechado. - Então eu agradeceria se me explicasse, pelas sombras que nos cercam, o que exatamente estas criaturas recém saídas da puberdade estão fazendo em nossa casa.

- Não fale assim dos meus amigos, eles até que são legais. - Hades revira os olhos com a fala de seu filho e eu fico levemente indignado. Como assim "até"? - Mas nós não estamos aqui para conversar, precisamos de ajuda.

- Ora, mas que novidade, não é mesmo? Estou quase chocado. - O grande deus à nossa frente debocha. - Quando é que não precisam? Vocês, mortais só vêm até aqui para isso. Sei por que estão aqui, ouvi sobre a morte de meu irmão, mas não há nada que eu possa fazer, eu sequer gostava dele o suficiente para me preocupar com isso. - Aparentemente os semideuses têm para quem puxar quando se trata de relações familiares. Paul era tão negligenciado por seus irmão quanto eu sempre fui pelos meus. O sangue divino que corre em nossas veias não apresenta compaixão em sua composição. - O que posso dizer, com certeza é que matar aquele velho calvo não deve ter sido fácil, não é qualquer um que pode combater a imortalidade.

- Peço perdão por me intrometer, senhor Hades, mas não é exatamente de sua ajuda que precisamos. - O deus me encara com impetuosidade e percebo que talvez essa não seja a melhor forma de começar uma conversa com um ser superior. - Me chamo Harry Styles, sou um filho de Afrodite, e é uma honra conhecê-lo. - Começo novamente, mas o deus continua com uma feição raivosa. Decido ignorar e continuar falando. Ele não e mataria por um motivo tão pascário, certo? - Nós descobrimos que a morte de Paul, cujo era muito importante para nós, está ligada a um evento que é de conhecimento de sua esposa. Precisamos falar com Perséfone, por favor. - Dou o meu melhor sorriso para convencê-lo, mas a divindade apenas me olha de cima a baixo, com uma feição indecifrável, antes de responder.