Admirador Secreto

Capítulo 9

CHRISTOPHER.

Dulce: Oi, meu admirador secreto. Tudo bem? Estava pensando, por que não nos encontramos? Acho que já está na hora de realizarmos esse encontro, não acha? ;)

Quando leio a mensagem de Dulce, me sinto paralisado. Ela quer me ver, quer me conhecer. Após a noite anterior, acredito que ela já tenha desconfiado que sou o seu admirador e provavelmente quer ter certeza. Não pensei por esse lado quando ferrei com ela, simplesmente não me lembrei do admirador secreto e que isso acabaria com suas dúvidas.

De qualquer forma, ela não achou ruim quando flertei com ela, na verdade, Dulce retribuiu de um jeito tímido. Se ela não correspondesse o que sinto, certamente não estaria respondendo agora.

Estava na casa de Alfonso para ajudá-lo a instalar um armário na cozinha. Tinha passado o chip para o meu celular, já que o outro estava tão velho que não aguentava ficar ligado por dois minutos. Aparentemente, fiquei parado por um bom tempo, já que ele se aproximou preocupado.

— Está tudo bem? Por que você está paralizado assim? — ele balança a mão na frente do meu rosto e só então pisco.

— Dulce mandou mensagem, no número que uso para enviar mensagens anônimas para ela.

— O que ela disse? — ele fica ao meu lado para ler a mensagem e rapidamente vejo um sorriso em seu rosto.

— Cara, ela sabe que é você!

Eu havia contado sobre o flerte na noite anterior e Alfonso logo contou para Maite, que não conteve a animação em dizer que estava certa.

Não sei dizer ao certo o que estava esperando após a noite anterior ou qual passo daria, mas não imaginei que ela me enviaria uma mensagem pedindo para nos encontrarmos. Eu estava surpreso e acho que foi por isso que fiquei em choque.

— Christopher, não seja burro em fugir. Diga que sim logo. — ele diz impaciente.

— Acho que não há chance dela gritar comigo, estapear minha cara e mandar eu me ferrar, né? — pergunto, inseguro.

— Você está louco? — Alfonso revira os olhos — Ela beijou sua bochecha, depois pediu desculpas totalmente desconcertada e retribuiu seu flerte. Meu amigo, ela está muito a fim de você. Não há dúvidas aqui. Se precisar, eu ligo para Maite, ela melhor do que ninguém vai te encorajar.

— Não precisa — suspiro — Vou respondê-la.

— Isso aí!

Eu: Oi, mulher do sorriso mais lindo que já vi. Estou bem e você? Eu acho uma ótima ideia. Você quer escolher o lugar e o dia?

— Pronto! — comunico assim que envio a mensagem.

— Segura essa ansiedade, hein? — ele sorri e eu também.

— Vai ser difícil…

(...)

DULCE.

— Ai meu Deus! Zora, ele respondeu! — digo animada quando vejo a notificação em meu celular.

Não me lembro qual foi a última vez em que me senti tão alegre e ansiosa em conversar com alguém. Os últimos homens que conversei eram desanimadores, até broxantes, eu diria. Acho que sempre esperei por alguém como Christopher, deve ser por isso que me encantei tão facilmente por ele.

— O que ele disse? — ela pergunta enquanto se aproxima.

— Ele concordou, quer saber onde e quando. Ai meu Deus!

— Calma, mulher! Você está parecendo uma adolescente de quinze anos.

— Acho que não me sinto assim desde essa idade mesmo. — mordo o lábio.

— Esse menino realmente mexe muito com você, Dul.

— Eu sei, Zora. Juro que não sei te explicar o porquê, mas estou muito feliz em saber que meu admirador é ele. Não sei dizer se algum dia me senti assim, é estranho… não é como se eu o conhecesse bem.

— Acho que se eu conhecesse o cara dos meus sonhos também me sentiria assim. Mas, vai com calma, tá? Sei que você está muito empolgada, mas você ainda não o conhece direito, tente manter os pés no chão. Eu me preocupo com você.

— Eu sei, amiga. Obrigada por isso. Apesar de todo esse meu ânimo, tenho consciência disso.

E tenho mesmo. Apesar de estar me sentindo como uma adolescente, não tenho mais quinze anos e sei que preciso ir com calma e conhecê-lo bem. Justamente por isso, enviei a resposta para ele naquele momento, marcando o encontro para o dia seguinte às 16:00 em um café próximo a minha casa que eu adorava frequentar. Um lugar tranquilo e propício para conversarmos pela primeira vez.