Capítulo 8

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Harry

Caminho pelo pequeno jardim, a minha mãe aguarda-me na porta, carrego a Margarida nos braços, o seu corpo adormecido não é muito pesado, é bastante leve até. Apresso-me a deita-la na cama que uma vez fora da Gemma.
- Harry, como estás filho? Já tinha tantas saudades tuas meu amor. - A minha mãe agarrou-se a mim mal eu fechei a porta do quarto onde deixara a Margarida. Retribuí o abraço, forte.
- Mãe, espero que não te importes por ela, ela ia ficar sozinha, eu tinha que traze-la, ela precisa de alguém.
- Harry, tu mal a conheces, tu tens a certeza que ela é de confiança, tens a certeza de que podes meter uma desconhecida dentro de tua casa assim? - A minha mãe estava apreensiva.
- Mãe, ela não é desconhecida nenhuma. Eu confio nela, eu não consegui esquece-la, era incapaz de deixa-la.
- Pronto Harry, responsabilidade tua filho, eu ajudo-te.
- Obrigada, mãe. - Voltei a abraça-la, desta vez deixei um longo beijo na sua testa. Eu amo a minha mãe.
- Olha, já te disse que a irmã do Robin apareceu? Depois de todos estes anos desaparecida.
- Sim, mãe. Já me tinhas dito, mas que tenho eu a ver com isso? Nem ela, nem o Robin me são absolutamente nada. - Falar da família do Robin enerva-me de morte, por que raio quero eu saber se aquela é filha daquele que nasceu assim e é irmão daquele que vivia com a tia da sogra do irmão do tio do Robin?
- Não é isso Harry, eu só queria saber se tu sabias de alguma coisa... Como estavas em Portugal...
- Mas o que tem isso a ver? - Já não estava a entender nada...
- Ela veio de Portugal, pelos vistos ela esteve lá estes anos todos...
- A sério? - O que? Isto é tão estranho. A minha mãe acenou com a cabeça. - Conta-me lá como é que ela desapareceu.
- Cabeça tonta, eu já te tinha contado rapaz... - a minha mãe gargalhou, se ela contou eu não estava nem aí. - Então, eu vou contar... outra vez... Mas ouve desta vez Harry.
- Anda lá mãe - sorri.
- Então... Quando ela tinha uns 16 anos, creio, ela andava com um rapazito que andava metido nas drogas. - oh merda - e então os pais proíbiram-na de se encontrar com ele e controlavam-na. Um ano depois, ela quis casar, mas os pais proíbiram-na mesmo e ameaçaram que a levavam para um colégio interno longe dali. Mas ela não desistiu e fugiu com o rapaz, e até agora ninguém soube mais nada dela, nem mesmo os pais quiseram saber.
- E porque é que ela voltou? - Perguntei apreensivo.
- Ela teve problemas com... - o toque da campaínha interrompeu-nos - Devem ser eles, convidei-a para almoçar conosco. - caminhou até à porta.
- Tu o quê? - falei enquanto ela abria a porta. Entrei de novo no quarto onde deixara Margarida, minutos atrás.
Ela dormia de lado, a viagem esgotou-a mesmo. Sentei me na cama, perto dela, acariciei o seu cabelo, parecia um anjo. O seu corpo mexeu-se, os seus olhos abriram lentamente e piscaram.
- Harry - a sua voz era suave enquanto pronunciava o meu nome, ela parecia estar a viver um sonho, piscava, piscava, piscava tanto que parecia que estava a conter alguma lágrima, e estava.
- Olá princesa, como estás? - não deixei de acariciar o seu cabelo.
- Estou bem - ela começou a levantar-se lentamente, desviei-me para que ela pudesse sair debaixo dos lençóis. - Preciso de ir à casa de banho, - ela olhou todo o quarto à procura da casa de banho - e tenho fome.
- Podes ir, eu saio, se quiseres mudar de roupa também podes mudar, vou estar na sala à tua espera - deixei um leve beijo na sua testa, ela corou, eu vi, e eu também corei, eu sei que sim.
Saí do quarto e dirigi-me à cozinha para preparar algo de comer para a Margarida. Caminhei pelo corredor, espreitei para a sala para ver os convidados. Merda. MERDA MERDA MERDA. Não conseguia acreditar, a pessoa que estava ali sentada no sofá a falar com a minha mãe era a ultima pessoa que eu esperava encontrar aqui.
Eu preciso de tirar a Margarida daqui, já! Voltei para o quarto a correr, mesmo, bati na porta. Esperei que ela a abrisse.
Mal ela abriu, eu entrei: - Precisamos de sair... uhm... - eu não podia mostrar-me nervoso - Talvez devessemos almoçar... fora? Uhm... A minha mãe tem visitas e... eu não quero ser visto, tu entendes... certo? - Ok relaxa Harry.
- Claro Harry, tu é que mandas, eu não quero que deixes de fazer as tuas coisas por minha causa. - ela vestia agora uma roupa mais desportiva, mais leve, estava em condições para sair.
Precisava de levar as malas de novo para o carro, não podia deixa-la perto daqui.
- Não te preocupes princesa - olhei à volta para confirmar se as malas ainda estavam arrumadas, havia roupa na cama. - Mudança de planos... - ela olhou-me séria - Amanhã tenho que ir para Londres, por isso depois de almoço passamos em casa do meu pai, para eu poder estar com ele, passamos lá a noite e depois vamos para Londres. Que achas?
- Como queiras, Harry. Já disse, tu mandas! - ela sorriu.
- Bom, arruma as tuas coisas, eu já venho - deixo, de novo, um beijo na sua testa.
Dirijo-me ao corredor e chamo a minha mãe, sem me mostrar.
- Que é Harry? - "DON'T FUCKING SAY MY NAME!!"
- Preciso que chegues aqui... Agora! - pedi e ela apareceu meio a correr no corredor.
- O que é, filho?
- Eu vou almoçar com a Margarida, - comecei a falar baixo - e depois ficamos em casa do pai.
- Oh filho, ainda agora chegaste...
- Mãe, se não tivesse que ser, eu não ia. Preciso que tires aquela mulher da sala, para que ela não nos veja sair.
- Mas...
- Mãe, mostra-lhe a piscina ou o que quiseres, mas não a deixes ver-nos, eu depois explico-te. Amo-te muito, sim? - Dei-lhe um abraço forte com um grande beijo na sua bochecha. - Tem cuidado com essa mulher. Agora vai e distrai-a.
Voltei para o quarto, tirei as malas da Margarida para o hall de entrada, senti vozes na cozinha, o caminho estava livre.
- Vamos Margarida, vai para o carro, eu levo isto - abri-lhe a porta e saí atras dela com as malas.

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⏰ Última atualização: May 11, 2015 ⏰

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