Elena Morales sempre foi uma pessoa extremamente dedicada. O tipo de garota que segue os caminhos certos em busca de tudo com o que sempre sonhou, não abandona um único dia de trabalho sem ter, pelo menos, feito tudo o que deveria. Bem, garantindo algum adiantamento do dia seguinte, claro! Vinda de uma casa que nunca teve muito, ela sempre foi muito bem ensinada a perseguir sua liberdade através do que era essencial, antes de todo luxo.
Longos anos de trabalho nos mais diversos restaurantes e escritórios e muitas horas de estudo depois, ela nem sequer acreditava que estava finalmente formada. Um diploma extremamente respeitável com louvores por sua dedicação na Saint Louis University de Madrid no curso de Gestão e Comunicação. Depois de todos os papéis assinados e um emprego remunerado na sua área, uma noitada de muitas bebidas era necessário para encerrar aquele ciclo.
Até o momento em que a madrilena o viu. Rindo de qualquer coisa a três ou quatro pessoas de distância, também inclinado sobre o balcão em busca de uma bebida. Carlos estava junto de alguns amigos próximos, era janeiro de 2018 e o ano reservava todas as boas possibilidades do mundo, ele precisava celebrar as chances. E ele também a viu. Com alguns segundos de atraso e por isso ela já conversava com o barman, explicando o que gostaria de tomar. Carlos deu uma risadinha sozinho quando assistiu a garota receber duas doses da mesma tequila que ele bebia.
Não que ele se achasse o melhor cara do universo porque dirigia um dos vinte carros mais rápidos do mundo com os quais todo mundo gostaria de ter a chance de pilotar, mas sabia bem que tinha muita presença para precisar jogar essa carta. Era somente uma questão de saber sorrir e ouvir o que quer que elas estivessem dispostas a dizer. E foi justamente pensando nisso que ele deu uma leva tapinha no ombro do amigo mais próximo, murmurando algo como "volto já" enquanto caminhava até a morena.
Quando chegou perto o suficiente, ela estava tirando um dos copos do balcão e o olhou ao vê-lo parado do seu lado, também encarando-a. Ficaram desse jeito por alguns segundos, sem dizer nada, enquanto ela deixava uma expressão que se parecia um pouco com um sorriso surgir nos próprios lábios e assistir àquela mesma feição se reproduzir do rosto de Carlos, que parecia igualmente animado somente de estarem ali, de frente um para o outro.
"Elena..." A mulher de pele um ou dois tons mais escuros que a dele próprio lhe ofereceu a mão, para um aperto simpático e também um sorriso.
"Carlos." Ele respondeu, lhe retribuindo o sorriso, mas puxando-a para mais perto com o aperto de mão. Não tinham uma diferença de altura tão gritante, mas ainda assim, ela inclinava a cabeça levemente pra cima para poder falar com ele. Ou somente olhá-lo nos olhos, que tinham esse jeito charmoso de brilhar...
Num segundo estavam dividindo a dupla de doses. As primeiras da noite, no outro estavam conversando sobre a conclusão do curso de Elena enquanto Carlos lhe fazia propostas e mais propostas de trabalhar no time dele, alegando ser uma pessoa de muita relevância. Não que ela tenha chegado a alguma ideia de quem quer que ele fosse... seu rosto era sutilmente familiar, mas não podia simplesmente associá-lo a qualquer coisa que fosse. Nenhum dos dois estava o mínimo preocupado com aquilo, de toda forma, estavam se divertindo com as estupidezes que tinham a dizer o suficiente para se ocupar somente em rodadas de tequila, danças nas músicas que mais gostavam e conversas cheias de informações pessoais demais para desconhecidos, mas que simplesmente não podiam se impedir.
Horas mais tarde, eles se atrapalhavam pelo apartamento de Morales. Um estúdio sem divisões que precisava estar sempre organizadinho para fazer sentido e não parecer completamente desequilibrado. Requeria um comprometimento que a espanhola costumava ter e apesar de ter espalhado maquiagens pela bancada do banheiro, aquela era provavelmente a única bagunça a ser vista ao longo dos 80m² do lugar.
Carlos Sainz não poderia estar mais alheio a esta, inclusive. A extensão dos lábios, pescoço e colo da garota em seus braços era bem mais interessante e ele queria fazê-los jus enquanto a segurava no colo, apertando sua bunda e cada pedaço de carne com que podia encontrar.
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Talvez dois meses tenham se passado até que Elena finalmente se deu por vencida ao admitir que algo estava estranho. Seu cansaço estava em níveis muito maiores do que ela esperava e nos últimos tempos, o possível cheiro de qualquer coisa era o suficiente para fazê-la querer colocar tudo o que possuía no estômago... para fora. Era oficialmente a pior virose que sequer lembrava de ter tido.
Num dia em que ela chegou muito perto de vomitar até os próprios intestinos, decidiu que talvez fosse necessário recorrer a um hospital para algum tipo de medicamento ou hidratação e foi justamente quando o médico lhe questionou se havia a possibilidade de ela estar grávida que as coisas tomaram uma proporção maior do que Morales jamais pensou que poderiam. Sua pele adquiriu esse tom pálido e prevendo o que poderia vir a seguir, o médico levantou-se para auxiliá-la quando sua cabeça pendeu para o lado junto a seus membros superiores num desmaio.
Sim, era possível.
Na verdade, quando o dia chegou ao final e ela tinha feito todos os exames possíveis para garantir que o bebê estava saudável, chegou em casa no meio de vários suspiros desorientados enquanto olhava a tela do telefone brilhando com o nome "Carlos" em sua tela. Trocou algumas mensagens com ele, perguntando se poderiam conversar e com poucos segundos, ele a ligou, parecendo um tanto ocupado do lado de lá.
"Você está em Madrid?" Ela iniciou, depois de cumprimentá-lo.
"Na verdade, não... viajei para o início da temporada." Elena lembrava que ele fazia alguma coisa relacionada a esportes... deveria ser algum campeonato. "Mas nós podemos definitivamente marcar mais uma noite de tequilas daquela..." Ele parecia sorrir do lado de lá e a madrilena esfregou a mão no rosto e cabelo sem muita delicadeza, juntando a coragem necessária.
"Talvez tenhamos que adiar a tequila por algum tempo, Carlos..." Respondeu, respirando fundo uma última vez enquanto o ouvia murmurar algo do lado de lá, sem conseguir prestar tanta atenção quanto gostaria. "Eu estou grávida."
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aqui estamos, essa é minha segunda fic sobre carlos sainz e eu não poderia estar MAIS animada! fora que tem cinquenta projetos diferentes rolando nesse perfil, mas eu claramente não tenho qualquer limite. me digam o que acharam!
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unexpected. ⁕ carlos sainz
Fanfiction❝e para a surpresa de todos nós, carlos sainz jr. tem mesmo uma filha! a menininha parece ter três ou quatro anos... simplesmente linda e tão simpática quanto o pai costuma ser! foi vista pelo paddock nos braços de um avô muito animado por tê-la ali...