Os Filhos do Fogo - GAME OF THRONES

I

AVISO:

- essa história é uma fanfic, então não promete total fidelidade a obra original
- boa leitura

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Sonhos não nos fizeram reis, os dragões fizeram.

Meu pai um dia falou isso para mim, mas eu sabia que ele estava errado.

O meu nascimento foi um milagre dos deuses, um feitiço proibido que me condenou pela eternidade. Nasci meses antes do esperado, foi um dia trágico, mas eu vim ao mundo viva, diferente do que muitos acham.

O preço que minha mãe pagou por me ter foi a morte do meu irmão, temendo o pior, ela me enviou para Essos e fiquei lá até cruzar meu caminho com o templo vermelho de Volantis, fui criada lá para ser uma sacerdotisa, eu aprendi tudo que podiam me ensinar. Então me tornei eternamente jovem, sobrevivendo décadas em meio o caos e aguardando o dia em que seria útil.

Eu já senti falta da minha antiga vida, da minha família e do meu lar, de voar além das terras do Oeste com meu pai e passar tempos com minha mãe, mas isso se tornou um passado distante, uma memória falha, seus rostos já não são capazes de enxergar, e cada vez mais as lembranças desaparecem, restando apenas uma sombra.

meu nome hoje é Saera Waters, já foram outros, mas o de agora é o que importa, uma missão foi dada para mim, previram que eu seria conselheira de Azor Ahai, que eu guiaria uma grande guerra e ascenderia um grande rei ou rainha ao trono de ferro.

foi quando conheci o príncipe Rhaegar Targaryen.

- isso não é uma boa ideia - digo.

- você já me falou isso - ele me respondeu.

- se você fugir com a garota Stark seus dias estarão contados - o avisei, ele não me ouviu.

A última vez que nos vimos ele estava a beira da morte, após lutar com Robert Baratheon, seu corpo estava em estado deplorável, era impossível de ser salvo, eu me aproximei, encarando a névoa assustadora daquele lugar, e então me abaixei, o encarando.

- eu te avisei -

- eu sei - sua voz falava em sussurro.

- por respeito aos nossos tempos juntos, pode me pedir algo - ele me encarou, percebi seus olhos lutarem para continuar abertos.

- quando meus irmãos crescerem, me traga de volta -

- até lá nem seus ossos restarão, sacerdotes só conseguem ressuscitar com o corpo -

- você não é apenas uma sacerdotisa, Saera - após essas palavras, ele fechou os olhos e não os abriu mais.

Como eu poderia ignorar seu último pedido? Agora aqui estou eu indo encontrar Viserys e Daenerys Targaryen, pois sou uma tola que cumpre promessas, quem é leal demais sempre acaba morrendo...

ainda bem que eu não morro.

Foi difícil achar eles, já que estão sempre se mudando, os irmãos estão agora em uma mansão de Braavos, com a ajuda de alguns homens espertos o suficiente consegui entrar na casa, escondi meus cabelos com o capuz vermelho, não funcionou muito, mas valeu a tentativa.

O clima estava frio, com muita ventania, podia dizer que em breve iria chover, conseguia sentir isso. A casa estava em completo silêncio, ainda na sala avistei o dono da casa, ele dormia na mesa, ao lado de uma garrafa de vinho.

que descuidado, pensei.

Subi as escadas sem fazer barulho, eu acho, e me deparei com um corredor, ótimo, irei de certeza saber onde estão os pirralhos do Rhaegar. Uma das portas estava entreaberta e parecia iluminada por alguma vela, mas logo aquele quarto ficou escuro novamente, entrei dando uma espiada, não enxerguei ninguém.

O cômodo era enorme, com mármore e pilastras, a arquitetura era linda isso eu posso admitir, fiquei minutos apenas olhando as paredes bem decoradas, o teto era alto, aquele homem de certeza é muito rico, não é qualquer um que tem uma mansão assim nesse lugar.

- daenerys? - me assusto com uma voz vindo do outro lado do quarto.

A vela se acendeu novamente, e então eu o vi.

Um garoto dentro de uma grande banheira, ele tinha uma postura relaxada de quem já estava ali dentro por horas, meus olhos se estreitaram quando enxerguei seus cabelos, brancos como os de Rhaegar. Ele me encarou por cima do ombro com as sobrancelhas erguidas, um violeta cintilou naqueles olhos.

Era definitivamente Viserys Targaryen.

Ao notar que não se tratava da irmã, ele arregalou levemente os olhos.

- mas o quê? - ele apoiou as mãos no batente, se levantando rapidamente, foi a minha vez de fazer uma cara surpresa, logo virei o rosto temendo ver algo que não queria, o escutei sair e descer os pequenos degraus, pegando uma toalha.

- Viserys? Que barulheira foi essa? - escutei uma voz feminina do lado de fora.

Então uma garota entrou, seus cabelos também eram platinados, ela olhou para ele já coberto e olhou para mim.

- quem é você? - os dois perguntaram ao mesmo tempo.

Isso não estava no acordo.

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