06 - Bares e Pinturas - Parte 01

130 9 0
                                    

(Três dias após o natal)

Bares;

Havia se passado uma semana desde meu encontro com Lynx, digamos que foi intrigante. Ver ela me fazia sentir pequenos choques no corpo, e um formigamento na língua.

Não nos falamos mais depois do encontro na varanda, além de trocas de olhares constantes durante a festa, e um breve aceno na hora que a corte Diurna foi embora. Não foi doloroso quanto da outra vez, mas bom, ela sempre iria uma hora, e eu me acostumei com isso.

Nesse momento eram seis da tarde, e eu olhava fixamente para o anel dourado na mesa de centro, era dela. Eu lembrava do dia que ela deixou aqui.

Foi em um sábado agitado, tive uma reunião de última hora, além de várias papeladas pra preencher. Sentia minha cabeça borbulhar de dor, enquanto olhava aqueles papéis na mesa da cozinha, me assustei com o barulho da porta, Lynx.

Não a vi, mas escutei o barulho de seus saltos sendo jogados no chão. Rapidamente vi ela entrando saltitante na cozinha, e colocando uma planta na mesa, até tirei minha cara dos papéis, pra olhar pra essa samambaia na minha frente.

- Que isso aqui? - Disse virando o rosto pra garota que estava se sentando na cadeira ao meu lado, com um copo de água.

- Uma planta nova, eu vou colocar ela lá no móvel da sala. Acha que vai ficar bom? - Disse enquanto tirava os brincos.

- Faz o que preferir. - Disse eu agora anotando coisas nos papéis.

- O que foi, amor? - Falava agora jogando seus anéis em cima das minhas papeladas.

- Qual é Lynx, se não vai ajudar não me atrapalha. - Disse tirando alguns dos anéis de cima.

- Eu não ia ajudar mesmo. - Falou pegando seus anéis na mesa e saindo, garota birrenta do caralho, tudo culpa do Helion.

- Se fosse você eu não poderia ficar com raiva, não é? - Falei mais alto para a garota que entrava no banho. Encontrei um anel dourado ainda perdido nos papéis, o coloquei no bolso da camisa para lhe devolver.

Minutos depois ela voltou com minha camiseta vermelha, e os cabelos presos em um coque mal feito. Se sentou no meu colo e me abraçou. É, meu humor melhorou, e seu anel continuou aqui depois desse tempo.

Se eu ficasse mais alguns minutos nesse apartamento iria enlouquecer, resolvi ir ao bar. Como era um sábado estava movimentado, havia pessoas dançando, outras nas mesas de sinuca, e poucos lugares no balcão do bar. Onde eu me sentei.

Enquanto esperava minha bebida, fiz uma rápida análise do local. As mesmas pessoas de sempre na sinuca, com suas mesmas duplas, nas mesas algumas pessoas desconhecidas, e na pista algumas que nunca tinha visto, e quem não deveria estar lá, Lynx. Ela é meu tormento diário, não é possível.

Virei a dose, e bebi mais algumas e ela ainda assim não me viu. Me irritava ao olhar ela dançar com um férrico, quem esse feio acha que é pra estar pegando em sua cintura? Não tenho direito de sentir ciúmes, ela não é minha.

Resolvi ir olhar o pessoal jogar sinuca, enquanto esperava a rodada terminar e algum deles ser minha dupla.

Já falei que não tenho sorte não é? Lynx chegou ao meu lado com um mini vestido verde no corpo.

- Já tem dupla?

- Não. - Queria perguntar por que ela ainda não foi embora.

- Agora tem. - Disse sorrindo e indo procurar um taco.

Acho bom ela não inventar de fazer gracinha, estou tão boa depois de ver ela agarrada com um macho.

Quando era nossa vez de jogar, eu comecei. Conseguiu acertar uma bola marrom, que valia 4 pontos, então começamos um pouco na frente, afinal a dupla seguinte acertou a bola amarela, de dois pontos.

Vermelho - MorriganOnde histórias criam vida. Descubra agora