03 - Cidade Escavada

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Cidade Escavada;

(Sete meses depois do Natal)

Era uma tarde de quinta-feira mais quente que o normal, mas ela não estava tão radiante como eu queria. Nesse momento me apressava os passos, até o lado de dentro da casa noturna. Lynx me acompanhava no encalço andando tão rápido quanto eu.

Estávamos na corte dos pesadelos, na minha antiga casa. Minhas memórias daqui eram mais negativas do que positivas, porém como comando este lugar, ainda tenho que vir algumas vezes, assim como hoje, pra resolver uns problemas que estavam tendo.

Um pequeno grupo de moradores daqui, estavam me trazendo problemas, queriam reivindicar a liderança da corte. Eu nem comando isso aqui, minha função é só supervisionar a dinâmica entre Velaris e a cidade Escavada. Mas de acordo com eles, não era pra eu fazer isso, e sim alguém daqui, especificamente meu primo que inventou tudo isso.

Meu humor estava o mais ruim que poderiam imaginar. Quando entramos na casa meu pai não estava, deve ser o motivo dessa baderna na casa dele.

Haviam garrafas de bebida em todos lados, um homem dormindo no sofá, outro sem camisa no balcão, francamente, que lugar nojento. Cheirava a queijo podre, bebida, suor e ainda não tinha luz do sol, afinal as janelas estavam fechadas.

- Quero ir embora. - Sussurrou Lynx pra mim, enquanto mexia num tecido do meu vestido.

Resolvi ignorá-la, seria perda de tempo responder agora e depois ela ficar brava comigo se eu não respondesse de maneira adequada.

Minutos depois meu primo Pruvyk apareceu, juntamente com seus "amigos", fazendo a maior barulho.

- Morrigan, é um prazer revê-la priminha. - Disse esse macho irritante.

- Olá Pruvyk, vamos logo para o que interessa por favor.

- Se você insiste. Me acompanhe por favor. - Quando iríamos segui-lo ele nos interrompeu.

- Não não, vocês não. - Disse apontando para Lynx, e os outros dois guerreiros que vinham com a gente.

- Eu preferia que eles me acompanhassem.

- Sozinha ou sem conversa.

- Tudo bem, Morrigan. - Disse Lynx soltando meu vestido.

- O Félix não pode ir com ela? - Perguntou Lynx pra meu primo. Félix era um dos guerreiros.

- Está bem, está bem. Vamos logo Morrigan. - Disse Pruvyk já andando, olhei pra Lynx mais uma vez. Não estava segura em deixá-la alí, com aquele tanto de machos mal encarados.

Eu e Pruvyk estávamos numa sala de jantar fechada, Félix ficou na porta pra não "ouvir a conversa" de acordo com meu primo.

Começamos a tentar entrar num acordo, mas o mesmo não parecia interessado em um.

- Meu pai sabe desta "reunião"?

- Digamos que em partes. - Disse ele me oferecendo whisky.

Tentei sugerir o que eu e Rhysand combinamos, mas mesmo assim o mesmo negou.

- Morrigan, eu vou te falar a realidade. Estamos cansados das ordens do seu pai, ele já está velho, deveria dar o lugar para pessoas como eu.

- Não é assim que funciona Pruvyk, e não é você nem meu pai que decide isso, e sim Rhysand.

- Achei que você servisse para algo, prima. Mas pelo visto nem para um acordo decente serve. - Disse me encarando e saindo pela porta, batendo a mesma como se fosse feito de borracha. Rapidamente o segui, e tive a pior visão possível, ele havia espancado Félix no fim do corredor.

Vermelho - MorriganOnde histórias criam vida. Descubra agora