Living on a Prayer

7 0 0
                                    


–912, qual sua emergência?

– Que a paz esteja conosco, irmã. Roubaram minha igreja.


Quando ouvi meu chefe reclamando comigo, já percebi um novo caso. Fui até o meu escritório onde conseguia ouvir o barulho incessante de diversas marteladas em teclados registrando arquivos sobre pessoas. Sentei-me a minha mesa, em um cubículo que chamo de escritório. Os aviões e helicópteros passando deixa sem possibilidade abrir a janela. Ouvi que Hermann foi visitar uma amiga e voltará durante a tarde. Tentei juntar o maximo de informações possíveis sobre o furto, pois achei extremamente estranho ligarem para a emergência apenas por algo assim, mas quando descobri qual igreja era, fiquei boquiaberto.

A Igreja da Republica San Martino é uma das maiores igrejas do mundo. Considerada por muitos como o "Louvre Religioso". Ao pesquisar, percebi que algumas relíquias de lá fazem com que o preço bruto da igreja seja de quase 2 bilhões de dólares. Comecei a procurar sobre o padre e então era dito que as estátuas de lá eram ditas curandeiras. As mesmas foram roubadas. Passei tanto tempo pesquisando que não reparei a hora passar. Hermann já deveria ter voltado. Peguei minhas coisas e as reuni em uma pasta amarela espessa. Dessa vez, peguei minha moto e fui até lá.


Assim que cheguei à frente da clinica, vi um homem cambaleando sem camisa entrando na clinica.Estacionei minha moto e entrei. Vi então que o homem era ninguém menos que Hermann. Encontrei-o conversando com Clarice. Ele então olhou para mim e cambaleando abriu um sorriso para mim e começou a cantar


– Baby I thought you and me would, stand the test of time, like we got away with the perfect crime, but we were just a legend in my mind. I guess that I was blind – O cheiro de álcool estava extremamente forte em sua boca. Ele estava sem camisa e com algumas manchas de batom, incluindo uma próxima a sua virilha.


– Hermann, você está bem? - Perguntei assustado, nunca o vi assim.


– Ah, lua do meu céu violeta penetrante. - Hermann respondeu em meio a soluços. - Tive saudades dela. Meu caro Baudelaire, tenho uma coisa importante a dizer pra você.


– Ahh, diga.


– Today I swear I'm not doing anything, I'm gonna kick my feet up then stare at the fan. Turn the TV on, throw my hand in my pants.


Irritado com aquela tiração de sarro, acertei meu ombro em seu abdome e o carreguei até a sua sala. Chegando lá, joguei-o em seu divã e vi que ele desmaiou pela pancada. Preciso que ele me ajude com esse caso então me joguei em uma cadeira e fiquei olhando aquela sala. Era uma sala simples, com cinco paredes pintadas de azul claro, e uma estante gigante ocupando duas delas por completo. No meio, tinha uma mesa e ao lado dela o divã. Foi a primeira vez que eu realmente reparei naquela sala. O cheiro de incenso era forte e dava pra ouvir Rock das paredes. Levantei-me e chutei a bunda de Hermann para que ele acordasse. Para minha surpresa, ele levantou o rosto e então vi que seus olhos não estavam com aquela cor de cegueira, mas sim verde e preto, um olho de cada cor. Ele levantou, se arrumou e foi até um banheiro onde o ouvi vomitar. Ao voltar, ainda sem camisa, vi que ele tinha uma tatuagem com uma estrela de sete pontas no peito. Ele sentou de pernas abertas no divã e vi que seus olhos voltaram a cor normal.


– Olá, meu desventurado policial. Qual o caso que temos para hoje?


Rorschach - Entre a Lei e a AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora