Monster

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–912, qual sua emergência?

– Meu filho, senhora. Ele está morto.


–BENNER! - Ouvi de novo meu chefe gritando comigo.

– Diga, senhor. - Respondi calmamente.

– Você tem que ir. Ligue praquele psicólogo e vão ver a mulher que acabou de ligar.

– Senhor, não tem como.

– Por que não? Perdeu o telefone dele?

– Não senhor. Não tem como manda-lo ver a vitima porque ele é cego. - não acreditei que disse algo tão estúpido mas aquela hora já tinha ido

– Me poupe de desculpas. Encontro as cegas está na moda. Vá.


Sai da delegacia. Varias pessoas trabalham lá mas muito poucas eram competentes. Odiava ter que admitir, mas Soren era um deles. Chamei-o então. Talvez ele possa me ajudar. Fui até a mesa dele.


– Soren

– Senhor Baudelaire, diga senhor.

– Precisamos ir até essa casa. - Entreguei a papelada de sempre pra ele. - Aparentemente um garoto morreu nos braços da mãe.

– Senhor, isso deve ser algo muito complexo de se imaginar, senhor. Uma mãe perder o filho, senhor. - Soren começou a chorar. - Deve ser horrível, senhor.

– Soren - falei calmamente e em seguida dei um tapa na cara dele. - Chega de sentimentalismo. Estamos aqui pra vingar essas pessoas. Pra fazer justiça a tudo o que foi tirado deles. Se você quer chorar, vá chorar na puta que pariu. Ou melhor, chore na frente deles, isso causa comoção.

– Senhor, o senhor é tão insensível assim, senhor? - Soren falou com a mão no rosto.

– Não. Claro que não, mas eu comando essa divisão há 10 anos.

– E aquele que você chama de chefe, senhor?

– Nunca chegou a ver ele?

– Não.

– Então, vamos explicar para o recruta. A SIF é um Sistema de Investigação Federal, como já diz a sigla. Ele foi criado na Dinamarca há 19 anos atrás pois a policia local não podia dar conta dos crimes. Provavelmente a Guerra Codificada destruiu o que poderia ser um pais pacifico.

– Sim, senhor, entendo, senhor.

– Depois disso, a SIF foi criada pra toda a Europa, mas tem muito mais influencia em alguns países como aqui, a Irlanda ou a Noruega.

– Senhor, e por que não pegou outros países maiores, como a Portugal, a França ou a Itália, senhor?

– Estamos atrasados, Soren - falei para mudar de assunto. - Vamos.


Chegamos rapidamente ao consultório onde Clarisse nos disse de novo que Hermann estava ocupado. Subimos mesmo assim e encontramos ele com Agatha de novo. Ela estava chorando e ele falando coisas pra incentiva-la a sair da depressão.


– Agatha, preciso conversar com seu namorado.


Agatha corou. Naquele momento lembrei que Hermann não se importava de misturar coisas pessoais com profissionais, mas aquilo podia ter sido o limite. Pedi desculpas senão ele quebraria meu outro pulso.

Rorschach - Entre a Lei e a AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora