nono e junjun

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Renjun me deixou em casa e disse que conseguia caminhar sozinho até o hotel, eu achei estranho quando ele comentou que assim poderia apreciar a chuva por mais tempo. Como alguém conseguia gostar de andar na chuva? Molhar os pés e tornozelos, o vento que vinha acompanhado da chuva e espalhava as folhas por todos os lados. Realmente, Huang Renjun era o clichê em pessoa e por algum motivo eu gostava disso nele.

Eu resolvi ler um pouco mais do livro que Renjun me emprestou antes que caísse no sono, foram alguns minutos que se passaram rápido e eu continuava odiando aquela história, era tudo tão previsível e bobo, como Huang poderia gostar de uma história que parecia ter sido escrita por uma adolescente de 13 anos?

Falando nele, comecei a pensar nas coisas que Florina disse, Renjun realmente me via de uma forma diferente? Ele estaria mentindo quando disse que não ficaria com ninguém em Amsterdam? Pelo amor de Deus, eu estou parecendo uma mocinha de livro clichê. Que irônico, não é?

Lendo o livro pude notar que vários sentimentos descritos pela protagonista se assemelhavam com o que eu sentia pelo Huang, isso significava que eu sentia uma atração por ele, obviamente não chegava a ser amor como a garota do livro, mas ainda assim, não havia outra explicação para a minha vontade de passar tanto tempo ao lado do chinês.

Eu não saía tanto assim de casa, não gostava de festas ou eventos grandes, nunca gostei, por isso a minha lista de pessoas que já beijei era extremamente curta. Não sentia atração física facilmente pois minha cabeça estava no trabalho ou nos meus amigos, mesmo que Mark me chamasse diversas vezes para festas eu recusava todas elas, assim como recusava os convites para os eventos que Jaemin ia.

Porém, eu mudaria essa rotina se fosse para sair com Renjun, até porque ele não estaria em Amsterdam para sempre e eu queria aproveitar enquanto ele estivesse na cidade. Isso me fez pensar, ele ainda não conheceu quase nada, talvez eu pudesse levá-lo para lugares que não fossem os pontos turísticos.

Bom, pontos turísticos estão sempre lotados e isso estraga completamente a experiência de conhecer um novo lugar, Renjun poderia ser o privilégio a conhecer mais de Amsterdam sem precisar ver os lugares que você facilmente encontra em todo canto na internet, poderia mostrar os lugares que são pouco falados e que eu apreciava. Sim! Com certeza o Renjun iria amar essa experiência, mesmo conhecendo ele tão pouco eu percebi que havíamos gostos em comum (menos em gêneros de livros, óbvio), isso era ótimo pois poderia passar mais tempo ao seu lado e deixar Mark mais afastado possível dele.

Não me levem a mal, eu amo Mark e ele continua sendo meu melhor amigo, mas eu tinha medo que ele continuasse insistindo mesmo que Renjun demonstrasse não estar afim de trocar beijos com ele. Essa viagem é para ser algo memorável e Huang não merece se sentir desconfortável mesmo que não seja a intenção do canadense.

Quando olhei para o lado o meu relógio marcava 00:43, fiquei tanto tempo pensando que nem vi o tempo passar. Me aconcheguei na cama e assisti a chuva caindo através da janela e imaginando que Huang devia estar igual.

Aquele pensamento me fez rir, uau, eu estava mesmo parecendo uma mocinha clichê.

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A semana se passou rapidamente e encontrei Renjun poucas vezes, Mark havia sumido dizendo que estava atolado de trabalho e Jaemin saía direto com os seus amigos. Todas as noites eu tirava um tempo para ler o livro bobo de Huang e confesso que estava começando a achar interessante, mesmo que o final fosse obviamente previsível.

Hoje era sábado e tinha mandado mensagem para Renjun ontem à noite marcando de sairmos hoje, consegui o seu número na quinta feira quando ele passou no restaurante para comprar um doce e voltar a explorar a cidade sozinho.

Ele havia amado a ideia de sair comigo e conhecer lugares que ele não encontraria fácil na internet, isso me deixou ainda mais empolgado e pela primeira vez decidi que iria sair bem vestido.

Ainda estávamos na metade do outono e o frio aumentava cada vez mais, vesti uma calça jeans novinha que nunca tinha usado antes, coloquei uma blusa branca de mangas longas e por cima um sobretudo preto.

Comecei a caminhar pela rua até chegar o parque em que vi Huang pela primeira vez, era lá que iríamos nos encontrar. Me sentei em um dos bancos e fiquei assistindo duas crianças brincando nas folhas, aquilo imediatamente me lembrou de Renjun saltitando nas folhas naquele dia e com aquele sorriso grande no rosto. Eu esperava um dia vê-lo sorrir tão grande quanto o vi sorrir naquele dia.

— Nono! — Ouvi a voz doce de Renjun e me virei para trás, eu fiquei em estado de choque sem saber como reagir ao apelido e principalmente em vê-lo daquela forma. Por incrível que pareça, ele estava mais bonito do que de costume.

Renjun usava uma blusa branca de mangas longas e de botões, uma saia marrom rodada, meia calça preta e pela primeira vez usava um tênis da mesma cor da saia, confesso que eu adorava suas botas de salto, mas ainda continuava o achando lindo. Na sua cabeça havia uma boina bege e alguns fios do seu cabelo estava caído no seu rosto, nas suas orelhas havia brincos pequenos de cerejinha.

— Nono?... — Abri um pequeno sorriso e ao se aproximar ele pareceu se tocar que havia me chamado daquela forma, suas bochechas ficaram rosadas e ele abaixou a cabeça.

— Desculpa, eu sou muito de dar apelidos para as pessoas, se não gostar eu entendo — Ninguém nunca me chamou por apelido nenhum, com exceção de Mark que na época de escola me chamava de "bobão".

— Eu adorei, achei fofo — Sorri e ele levantou a cabeça, me olhando com um pequeno sorriso no seu rosto — E se...Eu te chamar de Junjun?

— Eu adorei! Meus amigos me chamam de Injun, mas Junjun é bem mais fofo — Nós dois soltamos uma risadinha curta e então ele começou a se mexer, como se estivesse agitado e animado, assim como Jaemin fazia — Então, para onde vamos primeiro, Nono?

— Supresa, Junjun.

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O nível de doçura nesse capítulo é digno de causar uma bela diabetes.

𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐔𝐑𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora