Enquanto Durar

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Nós passamos o domingo inteirinho juntos, comendo besteiras e fazendo brincadeiras de criança ou assistindo séries. Renjun apenas se despediu de noite pois disse que não tinha terminado de arrumar as malas.

Aquela noite foi horrível, não parei de pensar um só segundo que a próxima vez que veria Renjun seria para me despedir dele. Devia ser mais o menos 02:30 quando eu resolvi levantar da cama, abri a minha escrivaninha e tirei de lá uma maleta que eu não pegava há muito tempo, ali havia um estojo cheio de lápis de cores e canetinhas.

Me sentei de frente para a janela, enquanto eu via a neve cair eu resolvi que iria criar algo para que Renjun levasse com ele, assim ele teria mais um pouquinho de mim com ele.

Não sei quanto tempo eu fiquei ali, quando despertei pela manhã eu percebi que havia dormido no chão. O horário indicava que eu estava bem atrasado para o trabalho, peguei o meu telefone e vi uma mensagem de Jaemin.

"Jeno, eu estava pensando em não abrirmos hoje o restaurante, segunda é um dia sem muito movimento e podemos passar o dia com o Hyuck e o Renjun. O que acha?"

Respondi concordando com a ideia, me senti mais aliviado sabendo que não precisaria trabalhar hoje e daria atenção à Renjun antes que a noite chegasse, o vôo para Genebra sairia às 20:30. Me levantei e troquei de roupa, colocando uma calça jeans, um súeter vermelho e por cima um sobretudo preto.

Peguei uma bolsa pequena e coloquei o presente que havia feito para Renjun, eu só entregaria isso quando estivéssemos no aeroporto. Saí de casa e fui de bicicleta até o hotel, assim que cheguei lá mandei uma mensagem para Huang pedindo para descer pois eu gostaria de vê-lo.

Não demorou para ver o garoto passar pela porta de entrada do hotel, ele usava um súeter xadrez vermelho e preto, uma calça preta, envolva do seu pescoço havia um cachecol vermelho e na cabeça uma touca da mesma cor do seu cachecol. Ele sorriu e se aproximou de mim, me dando um selinho rápido.

— Eu irei te levar para o último ponto turístico, querida — Digo sorrindo e ela subiu na bicicleta, abraçando a minha cintura com força.

— Não é difícil 'pra você ficar pedalando nesse frio?

— Não, eu já estou acostumado.

Pedalei por um certo tempo, até ver que estávamos próximos de Leidseplein, por conta do inverno a praça já estava lotada e todos queriam passar nas barracas de natal ou visitar os famosos bares da região. Segurei a mão de Huang e comecei a guiá-lo pelo lugar, contando sobre cada prédio e cada barraca. Nosso primeiro ponto foi um dos cafés que já visitei quando passei por essa praça, deixei que Renjun escolhesse mais alguns doces tipicamente holandeses e junto deles tomamos um cappuccino para esquentar o corpo.

Depois disso, a nossa próxima parada foi na barraquinha de natal que estava vendendo bonecos natalinos feitos de crôche, acabei comprando escondido uma rena fofinha de nariz vermelho que com certeza Renjun iria amar. Acabei não resistindo e o levei para patinar na pista de gelo que era instalada todo ano quando o inverno chegava, ele não tinha tanto jeito em cima dos patins, mas eu o ajudei e o guiei pela pista.

Infelizmente, dias de inverno são mais curtos e não demorou para que tivesse que deixar Renjun no hotel novamente, eu voltaria para casa e ficaria ali até o horário de ver o Huang no aeroporto.

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Eu não sou acostumado com despedidas, nunca precisei dizer adeus para alguém que fosse de extrema importância. Meus pais moravam há poucos quilômetros de casa, meus melhores amigos estão do meu lado desde que eu me entendo por gente e tirando eles, não havia outras pessoas importantes.

Bom, isso foi antes de Huang Renjun aparecer.

Eu fui o responsável por levá-la para conhecer a cidade e no fim, eu aprendi mais nessa história. Aprendi a amar, a ver o mundo mais colorido e de forma otimista, comecei a gostar de finais felizes e histórias clichês, e também descobri que despedidas são dolorosas.

Não importava o quão forte que eu abraçasse ela, não parecia o bastante, não importa quantos beijos eu tivesse dado nela em menos de cinco minutos, ainda parecia tão pouco. Amor é confuso, eu sabia que eu poderia ter Renjun pelo resto da minha vida e ainda não seria o bastante para demonstrar todo o amor que sentia por ela.

Nunca pensei que poderia sentir algo assim.

— Gatinha, eu quero te entregar isso — Digo retirando a rena e um envelope que havia feito e entregando para ele.

Renjun agradeceu e disse que a rena era uma gracinha, abriu o envelope e retirou de lá um papel. Nele continha um desenho de duas pessoas pulando nas folhas de outono e com enormes sorrisos no rosto, logo em baixo estava escrito:

"Eu descobri que felicidade é algo temporário, por isso, enquanto durar, seja feliz e aproveite os bons momentos. Obrigado, Huang Renjun, por me apresentar a maneira mais pura e genuína de ser feliz, você me mostrou que podemos ser felizes apenas por pularmos em um amontoado de folhas, você me ensinou que finais felizes existem e que o clichê nem sempre é ruim.

Eu te amo e nunca irei esquecer do que você fez na minha cabeça e, principalmente, no meu coração"

Ele me olhou com os olhinhos cheios de água, vendo que as lágrimas escorriam pelo o seu rosto. Simplesmente se jogou aos meus braços e me abraçou forte enquanto repetia que me amava também, nós nunca dissemos isso um para o outro, achávamos que gostar fosse a palavra certa, mas nem de longe era. Eu amava Huang Renjun, assim como ele me amava também.

— Obrigado por ter entrado na minha vida, eu te amo muito, gatinha — Eu disse dando um selinho demorado nos seus lábios, logo depois ouvindo através dos autofalantes que o vôo para Genebra sairia em cinco minutos — Hora de embarcar, amor.

— Por mais que pareça loucura, eu sinto que isso aqui não é o fim da nossa história, eu te amo! — Ele sorriu e me deu outro selinho antes de correr atrás dos seus amigos para embarcar.

Ficamos ali, Mark confortando Jaemin que não parava de chorar e eu olhando através do vidro esperando para ver o avião decolar. Por mais pessimista que eu fosse, também sentia que aquele não era o fim.

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fim...

ou melhor, não!

vocês já sabem o que vem por aí, a segunda temporada sai ainda hoje, provavelmente de noite mas ainda não decidi o horário.

Eu queria falar tanto com vocês sobre essa fanfic e tal, mas a rafinha tá meio malzinha com certas coisas então eu vou apenas dizer até logo e obrigado por lerem essa fanfic.

É a minha primeira fanfic do nct que não é uma oneshot depois de TANTO tempo sem escrever com eles, está sendo incrível voltar para o meu mundinho de escrever com nct e melhor ainda saber que tenho vocês comigo.

até mais tarde!

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𝐄𝐍𝐐𝐔𝐀𝐍𝐓𝐎 𝐃𝐔𝐑𝐀𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora