O VERDADEIRO AMOR

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Sonho. Ilusão. Verdade. Mentira. Nascemos. Vivemos. E morremos. Buscamos a felicidade a todo instante. Todavia são poucos os momentos de alegria em nossa vida. Será que somos muito exigentes? Qual será o limite de nossos desejos, de nossos sonhos? Amar e ser amado? É tão difícil encontrar o verdadeiro amor capaz de nos amar de verdade, de compreender nossos vícios, de relevar nossas loucuras, de se dedicar de corpo e alma a nossos sentimentos mais puros.

Talvez o sofrimento diário seja necessário para se ter uma referência capaz de nos motivar a ir à procura dessa felicidade tão frágil, que se esgota tão facilmente, mas necessária para nos manter sempre vivo.

Quantos caminhos espinhosos nos defrontamos em nossa vida? São inúmeras as decepções. É cruel e dolorida a espera. De repente, fraquejamos e nos rendemos ao desânimo lunático e apático, realimentado pelas derrotas, pelas intempéries e nos sentimos incapazes de resolver nossos problemas.

Talvez a maior dor que alguém possa sentir, é ser privado de sua liberdade. É ser obrigado a se desfazer de seus desejos porque ainda é dependente de outras pessoas ou de certos valores materiais. E padecem desse laço, dessa amarração para manter o mínimo de recursos necessários a sua existência.

O que deve ser feito para mudar essa vida tão monótona? É preciso fazer alguma coisa. Tomar alguma atitude. Mesmo que isso significa perder. Mesmo arriscando-se em não ganhar ou conseguir aquilo que tanto almeja conquistar.

A sorte é amiga daqueles que a procuram. Que arriscam um palpite e seguem em busca desse ideal. O azar é um desencontro com a sorte. Ele não é eterno e pode ser vencido a cada nova tentativa. Nunca é tarde para recomeçar, para retomar um sonho ainda não realizado. Os sonhos só morrem quando os esquecemos definitivamente. E mesmo assim, eles ainda podem ser suscitados enquanto estivermos respirando o dom da vida.

Haveria uma resposta capaz de justificar a tamanha vastidão da distância que nos separam? Justificaria se fosse possível, se houvesse a certeza de que na realidade formássemos um só corpo dentro de uma só alma, assim como já nos constituímos em estado mental. Dessa forma, caso negativo, tudo não passou de um lapso de nosso coração. Um mal entendido repleto de sentimentos desencontrados, iludidos por uma imagem formada a cada encontro, a cada doce palavra partilhada no cotidiano. Se positivo, não haveria felicidade maior no mundo capaz de suplantar tamanha sorte desse encontro, tão aguardado por tanto tempo pelas almas merecedoras desse amor verdadeiro e etéreo.

A perfeição não existe e nunca vai existir. A felicidade se constrói junto com alguém que também a busque para sua vida e tenha a sensibilidade de compreender os sentimentos da pessoa amada. É preciso coragem para amar. É preciso fôlego para suportar a ausência e as incertezas de um amor ainda não consumado. Sentimos mais seguros vivendo na solidão de nossa covardia, deixando o tempo decidir pelo nosso futuro já tão incerto e desconhecido. É como jogar a sorte ao vento; e seja o que Deus quiser!

Muitas vezes Deus nos deixa livre para decidir o que queremos, o caminho que desejamos seguir. Nem sempre compreendemos que o caminho da felicidade não é feito de plumas nem de pedras preciosas. Ele é revestido de simplicidade, compreensão, tolerância e amor.

Acreditar que a felicidade existe, é acreditar que terei você ao meu lado sempre.  Em todos os momentos.  Em todos os instantes. Sejam eles quais forem, não importa o que existe ou que deixe de existir. O que importa é estar ao seu lado. Fazendo um afago. Sussurrando em seus ouvidos, infinitas vezes: eu a amo! Sem cansar. Sem se deixar abater pelo cansaço. Muito embora a vida nem sempre é justa, nem sempre propicia momentos de felicidade, ainda vale arriscar todo esse sonho, toda essa vontade insaciável de estar em sua presença. Tocando em seus cabelos. Ouvindo a sua voz proferir uma história amável. Sorrir bobamente. Desconectar-se da imaginação. E viver na realidade esse sonho tão antes almejado, aguardado.

É poder contemplar a lua cheia no banco da praça, sem notar a presença da noite que avança madrugada adentro. É ouvir do silêncio uma cantiga de amor. É agradecer ao coração pelos sentimentos mais nobres. Pelo alimento fluindo entre as ramificações do nosso sistema sangüíneo. É sentar num gramado verdejante e ficar atirando pedras no lago para que se forme uma onda na forma de um coração.

Quero estar ao seu lado, respirando seu perfume. Quero flagrar o seu sorriso doce, abrilhantando o seu semblante vívido de felicidade. Quero esquecer que o mundo existe. Porque só você é minha única existência. Não importa se me diz “eu o adoro” pelo medo de um dia tudo isso se acabar. O mais importante é que consigo traduzir os sentimentos provindos dos sons das palavras grafadas em meu corpo literal.

São palavras sinceras que não conseguem esconder esse sentimento nobre que desabrochou em seu coração. Que cresce radiante e vigoroso a cada dia. A cada noite. Esse sentimento se chama Amor. A todo instante ele ecoa, mesmo de forma tímida. Escondido. Um grito hilariante formado de três nobres palavras, capaz de unir duas pessoas num único sentimento. São elas: eu a amo.

A tristeza que você sente é a mesma que ora sinto. É a dor da saudade. O sofrimento da ausência de quem poderia estar caminhando ou pedalando ao meu lado, alimentando meu ego de esperança e motivação, buscando soluções juntos para as coisas básicas da vida. Sendo aquele ombro amigo. Acolhedor nos momentos de derrota e desilusões.

Amor é um sentimento de entrega mútua, onde duas vidas se fundem num único ser capaz de superar as dificuldades e as diferenças com tolerância, compreensão, paciência, fidelidade e, fundamentalmente, o respeito mútuo.

Se o amor gera a loucura, não sei se poderíamos chamá-lo de amor. Apenas sei que o amor supera tudo. Até a nós mesmos. E tomamos atitudes impensadas. Súbitas. Momentâneas. Sem medir conseqüências. Alimentando-nos de uma coragem impossível de existir em nosso estado natural de consciência. É tão bom amar e ser amado. Melhor ainda é viver esse amor na realidade, na companhia dessa pessoa tão peculiar a quem se ama.

Por amor vale arriscar a vida desde que ele seja verdadeiro. Desde que seja estritamente necessário e não há outra maneira nem outra solução mais racional que se possa imaginar.

Experimentar desse amor e acreditar que ele existe, é a única maneira de abraçar a felicidade e afastar de vez aquela rude solidão que tanto insiste em habitar nosso coração.

Quando eu digo que a amo, sem mesmo a conhecer de fato, parece muito cedo ter a plena certeza desse amor. Prefiro acreditar na minha intuição que já foi laçada por você. Ela é mais forte de que a razão e me garantiu que serei muito feliz ao seu lado. Prefiro acreditar nesse amor, mesmo correndo o risco de sofrer e a perder para sempre.

Acredito que quando há amor para partilhar de ambos os lados, nada impedirá que esta união se torne real. Se não houver essa reciprocidade, se nenhum dos lados cederem a algum conflito, não haverá amor verdadeiro e tudo não terá passado de uma mera ilusão. No verdadeiro amor ninguém perde, mesmo tendo que ceder. Ambos ganham quando o coração também dá ouvidos à realidade e à razão.

Farmacia da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora