capítulo 1

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"Um brinde às pessoas que temos
Um brinde ao desejo de que você estivesse aqui, mas não está."
- memories, Marron 5.

Não chore Maria Júlia, pelo amor de Deus não chore! Você não é fútil a esse ponto

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Não chore Maria Júlia, pelo amor de Deus não chore! Você não é fútil a esse ponto.

- Não entendo! Em todos os meus 55 anos de vida eu nunca fui roubado. - diz meu pai ainda indignado. Assinto segurando o choro.

- Eu sei pai. A culpa não foi sua, você não viu quando a pessoa pegou seu celular.

Nunca pensei que fosse ser roubada, mesmo que indiretamente. Pedi para meu pai por meu celular no seu bolso pois minha roupa não tinha. Só fomos ver que ele não estava mais com o celular chegando em casa. Confesso que caiu uma lágrima quando percebi.

- Que merda hein! - Exclama Melissa - Não acredito que vai ficar sem celular. Agora você enlouquece de vez. - cai na gargalhada.

- Obrigada pelo apoio, ridícula. - reviro os olhos.

- Me desculpa mesmo filha. - fala meu pai meio cabisbaixo.

Merda! Ele tá se sentindo bem culpado.

- Você pode ficar com o meu, enquanto não arrumar outro.

Olho para Melissa que retribui o olhar, ela sabe que nosso pai faz qualquer coisa pelos filhos e odeia nos ver triste.

- Pai já disse que tá tudo bem! Não foi sua culpa. Tranquilo ficar sem celular. É bom que dou uma desintoxicada. - Sorrio.

Por um lado é verdade. Hoje em dia as pessoas vivem no celular (isso me inclui), eu sei que não é saudável, mas é inevitável. Então ficar sem por um tempo vai me fazer bem.

De repente Melissa levanta da cadeira com a cara de quem teve a melhor ideia de todas. Maluca.

- Eu estava pensando...

- Sério, não sabia que pensava - ironizo e a mesma levanta o dedo do meio para mim.

- Enfim, lembra aquele favor que o Davi estava te devendo...- abre um sorriso. - Tá na hora de cobrar.

Faço uma careta

- Porra não!

- Olha a boca menina!

- Desculpa pai mas que merda em!

Minha irmã me olha como se fosse doida.

- Oxi como assim?

- Cara, eu falei que ia dar um tempo de celular e agora você me vem com essa ideia. - dá de ombros e sorrir.

- Mas sabe você já está horas sem ele, isso é tipo um recorde. Já fez sua parte. - gênia.

- Tem toda razão. - nosso pai nos olha e balança a cabeça. - E ele também deve ter uns mil celulares, um não vai fazer falta. - ela concorda com a cabeça.

- Eu sou uma gênia pode falar! - dá um sorriso convencido e eu só reviro os olhos.  Nem aqui nem na China vou admitir isso.

Nosso irmão Davi é um gênio da tecnologia e ele trabalha com isso nesses prédios super altos no centro da cidade. Nunca me interessei saber o que ele faz exatamente mas sei que ganha muita grana, e automaticamente é um idiota egocêntrico porém com a gente é o melhor irmão e nos mima muito.

- Bom pessoal já vou...- Melissa se levanta e como sempre eu implico.

- Sério? Pensei que morava aqui. - sorrio e ela me da outro dedo do meio.

- Você tá tão engraçadinha hoje, tá passando mal gata? - reviro os olhos mas ela tem razão. Geralmente não falo muito e vivo com cara de fechada, segundo as pessoas. Eu não acho isso.

- Hahaha.

Seu celular toca e ela atende.

- Oi?...Que?...Me explica direito porra! - se estressa. Olho para meu pai que também acha estranho.

Olho para ela e sussurro - Que foi?

Ela faz sinal de espera. De repente ouço um soluço e vem de Melissa. Ela está chorando.
- Que foi porra?

- Mel o que houve? - diz meu pai preocupado perto dela então pega o celular e ela não para de chorar.

- Nossa madrinha...ela..ela...

- Ela o que Melissa?

- Morreu - termina nosso pai.

O que?

- Isso é uma piada né? - só pode ser, mas não é. Meu pai está com os olhos vermelhos e Melissa não para de chorar no sofá.

Estou imóvel e não sei o que fazer. Como assim? Eu sei que ela estava no hospital, mas era para uma cirurgia que já tinha sido feita e estava tudo bem. Minha madrinha, eu falei com ela dois dias atrás. Ela...ela...morreu. Como minha tia? Como? Impossível. O que eu devo fazer? Consolar minha irmã? Ou meu pai? Por que estou parada? Não consigo respirar. Não consigo...

- Eu..eu...pai me ajuda. - caio no chão e os dois vem me ajudar.

- Respira Maju respira. - segura minha mão.

- Conta. 1..2..3

1 respira
2 respira
3 respira
4 respira
5 minha tia morreu
6 por que?
7 respira
8 pensa em coisas boas Maju
9 respira
10

- Volta Maju volta. - Melissa me sacode para acordar do transe.

- Eu..tô melhor.- respiro me acalmando.

Essa merda ativou meu gatilho, eu tinha melhorado. Fazia muito tempo que não tinha isso. Eu preciso ficar calma, não posso passar por isso novamente. Não posso.

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